Correções de Rumo
por Acid em EspiritualidadeAtualizado em 07/02/2007 16:57:24
Aqui na Matrix temos pessoas com vários níveis de percepção. Algumas conseguem se colocar no lugar de outrem, outras não. Algumas conseguem perceber que há algo além da matéria. Outras não. Há ainda quem perceba claramente a "mão" de Deus em suas vidas. Outras, ao contrário, só vêem o (Eu poderia até ser enquadrado neste caso, já que tem época em que eu vivo muito focado nas coisas erradas deste país (que são muitas, a começar pelos políticos). Acho que consegui desopilar mais quando me conscientizei que o povo brasileiro só vai tomar jeito quando acontecer alguma coisa muito, muito grave pra unir esse povo como NAÇÃO. E pelo visto esse momento já está se delineando no horizonte e vai chegar antes do que a gente pensa...) mal(*), o (Nessa dicotomia bem e mal, Deus e diabo, luz e trevas.) adversário(*), o (Como se Deus fosse alguma personalidade caprichosa que dá mais `sorte´ pra um do que pra outro.) abandono de Deus(*).
Vivemos num mundo de causa-e-efeito. Seja por efeitos causados por nós mesmos, ou por outrem. Deus (como personalidade) não tem nada a ver com isso (bem, talvez possamos culpá-lo por ter criado a regra do jogo) e não vai jogar um raio na cabeça do seu colega de trabalho que está tentando lhe prejudicar sem motivo. Resta a você utilizar-se das mesmas regras para proteger-se (o bem que se faz - desinteressadamente - é equivalente ao bem que se recebe).
Entretanto, às vezes a pessoa é boa e só faz é se lascar. Chico Xavier mesmo é um ótimo exemplo: basta dar uma olhada na biografia dele que só vai encontrar desgraças. Será que Chico não foi uma pessoa boa o bastante? Sua história de vida mostra que sim. Então, foi injustiça de Deus? Humm, novamente colocando personalidade em Deus? Não, isso não cola.
Esquecemos que, mesmo "bonzinhos" aqui nesta vida terrestre, não somos a última Coca-Cola do deserto, a imagem Divina do alto, o filho que Jesus queria ter. Somos humanos, com erros, acomodações, julgamentos de valores, visão limitada pela própria condição de encarnado, etc. E estamos aqui para crescer, não como personalidades importantes na Terra, mas o crescimento e purificação do espírito. Às vezes precisamos de correções de rumo que podem ser suaves, se formos atentos às indicações do caminho, ou bruscas, se for preciso evitar dar de cara com um poste.
Às vezes reclamamos da doença - que nada mais é do que o corpo avisando que algo em nosso hábito não está lhe fazendo bem - e inventamos desculpas pra não CORRIGIR nossa conduta (seja ela a postura da coluna, a bebida que destrói o fígado, os alimentos doces ou gordurosos que desregulam o corpo, etc) nem mesmo quando a pessoa sabe que está rumando para a morte (do corpo físico, pelo menos).
Infortúnios que acontecem em nossa vida também podem ser correções de costumes que trouxemos de outras vidas (e que não se manifestaram antes por pura falta de oportunidade), e MUITAS vezes são "autorizadas" por nós mesmos para que aprendamos da forma mais (Já eu prefiro um aprendizado bem light, mesmo.) dolorosa(*), justamente por você saber se encontrar mergulhado num estado de (Se formos pra psicanálise, poderíamos dizer que está escondido no profundo vale do ID.) dormência do próprio espírito(*) que só poderá vir à tona através de um choque (tipo um nascimento a fórceps).
No livro "A Verdade da Vida" Masaharu Taniguchi explica que pode acontecer de, ao se orar pela saúde de um paciente, em vez dele melhorar, piora. Segundo ele, isso é sinal de que a cura começou a se manifestar, pois o problema veio à tona para poder ser trabalhado (seja a nível físico, psicológico, ou ambos). No livro, ele chama isso de chemicalization, onde o paciente passa por um "processo de autodesintegração da ilusão". É o encontro com a Sombra. Pode até ser que o paciente esteja fraco e morra, mas já foi um progresso para aquele espírito que começou a lidar com um problema que podia estar acompanhando-o há várias e várias vidas de forma dormente, atrasando sua evolução.
Vejamos o texto abaixo, psicografado pelo próprio Chico Xavier, da autoria de Emmanuel, e publicada no livro Pão Nosso:
"Se suportais a correção, Deus vos trata como a filhos; pois que filho há a quem o pai não corrija?"
- Paulo (Hebreus, 12:7)
Bem-aventurado o espírito que compreende a correção do Senhor e aceita-a sem relutar.
Raras, todavia, são as criaturas que conseguem entendê-la e suportá-la.
Por vezes, a repreensão generosa do Alto - símbolo de desvelado amor - atinge o campo do homem, traduzindo advertência sagrada e silenciosa, mas, na maioria das ocasiões, a mente encarnada repele o aguilhão salvador, mergulha dentro da noite da rebeldia, elimina possibilidades preciosas e qualifica de infortúnio insuportável a influência renovadora, destinada a clarear-lhe o escuro e triste caminho.
Muita gente, em face do fenômeno regenerativo, apela para a fuga espetacular da situação difícil e entrega-se, inerme, ao suicídio lento, abandonando-se à indiferença integral pelo próprio destino. Quem assim procede não pode ser tratado por filho, porquanto isolou a si mesmo, afastou-se da Providência Divina e ergueu compactas paredes de sombra entre o próprio coração e as Bênçãos Paternas.
Aqueles que compreendem as correções do Todo-Misericordioso, reajustam-se em círculos de vida nova e promissora. Vencida a tempestade íntima, revalorizam as oportunidades de aprender, servir e construir, e, fundamentados nas amargas experiências de ontem, aplicam as graças da vida superior, com vistas ao amanhã.
Não te esqueças de que o mal não pode oferecer retificações a ninguém. Quando a correção do Senhor alcançar-te o caminho, aceita-a, humildemente, convicto de que constitui verdadeira mensagem do Céu.
Emmanuel
Taniguchi nos diz que pode haver a chemicalization do destino também. Quando nossa vida está para dar um salto pra melhor, pode ocorrer uma época de trevas, de desânimo. É a noite escura da alma. No entanto, quanto maior a escuridão da noite, mais próxima está a alvorada. Tanto que tem um aforisma da Seicho-No-Ie que diz: "Quanto pior estiver a situação, mais se deve acreditar que a melhora se aproxima". Isso foi bem verdade para Chris Garner, negro norte-americano que conseguiu ir de sem-teto a milionário, e cuja história inspirou o mais novo filme de Will Smith: À Procura da Felicidade (mereço ao menos um ingresso da Sony pela propaganda gratuita).
Enfim, nunca perca a confiança.