Crianças de Brahman - VI
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 19/04/2001 13:52:46
Texto 263:
Lindo bebê, que sorriso é esse?
Sei que o mistério de seu Pai Celestial revela-se na sua inocência.
Sei que esse sorriso puro guarda o grande arcano.
Você se lembra do Céu de onde veio?
Esses seus olhinhos brilhantes vêem o que eu não vejo. Será por isso que você sorri tanto?
Dizem que os anjos cantam para os bebês. Será por isso que você bate palminhas? Talvez esteja acompanhando o ritmo deles...
Lindo bebê, você saiu do Céu e veio morar na Terra. Junto com você, vieram os anjos. Junto a você e seu berço está a alegria do Céu.
Aproveite agora, pois você crescerá e esquecerá.
Sei que você voa em espírito para o Céu quando está dormindo.
Você sente saudades dos que ficaram lá, não é? Você brinca com eles nas nuvens e adora tomar banho de chuva com os anjos. Acho que é por isso que você sorri dormindo.
Não quer me levar junto nesses passeios astrais?
Sabe, olhando você, vejo o Divino.
Agradeço a Ele por você ter vindo encher a casa de sorrisos e brincadeiras.
Quando você chegou, uma flor abriu em meu coração. Fui possuído por uma onda de amor.
Poucos sabem, mas há um útero espiritual nos corações dos pais. Parte da alma do filho é nutrida pelo amor que mora ali. Acho que é por isso que me derreto quando vejo seu sorriso.
Lindo bebê, diga aos anjos que também estou aqui.
Não tenho a sua inocência e nem um sorriso desses, mas há uma flor de amor aberta em meu coração. Mesmo em meio às dificuldades e as dores da humanidade, a flor continua aberta. É a única coisa de valor que posso oferecer ao Céu.
Minha criança, a vida na Terra é transitória. Por isso, não sei por quanto viveremos juntos por aqui. Mas, sei desse amor que me faz escrever falando do seu sorriso. Esse amor não é transitório e nem é desse mundo. Por ele, estaremos ligados, no Céu ou na Terra. Que morte poderia matar um amor que transcende a própria vida?
Minha criança, você crescerá e se esquecerá dos anjos. Mas, um dia lerá esses escritos e saberá da flor de amor que inspirava seu pai.
Enquanto isso, continue sorrindo e batendo palminhas com os anjos.
Eu continuarei com a flor aberta e o coração derretido de amor, enquanto o Pai Celestial permitir, admirando-me com seu sorriso natural, que também é o Dele.
(Este texto é dedicado à Heleninha e Maria Luz, minhas duas filhas-estrelinhas que derretem meu coração e a todos aqueles pais que ainda se permitem viajar no sorriso de suas crianças e ver Deus sorrindo nelas.)
Também o dedico aos pais que perderam suas crianças e que estão trabalhando essa perda como um aprendizado e tentando tocar a vida com dignidade, mesmo sob o peso da saudade. Tomara que a flor de amor em seus corações não tenha se fechado e que os anjos os levem para fora do corpo durante o sono para brincarem com seus filhos nas nuvens e tomarem um banho de chuva. E que eles acordem rindo!).
Paz e luz!
- Wagner D. Borges -
São Paulo, 09 de fevereiro de 2001.