Dar e Receber
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 14/10/2004 21:11:56
Doar amor é uma das práticas mais importantes para que alcancemos equilíbrio e harmonia interior. Ela nos ajuda a ampliar nossa percepção acerca da vida e da estreita ligação que existe entre todos os seres.
Para muitas pessoas, a vida se resume em cobrar do mundo tudo aquilo de que se acham merecedoras. Fazer parte, ser incluído na abundância do Universo é um direito de todos nós. Mas apenas receber faz com que permaneçamos incompletos e não experimentemos a totalidade do ser.
A compaixão, a capacidade de doar amor sem condicioná-lo à retribuição é o meio mais eficaz de fazer com que o sentimento de plenitude esteja sempre presente em nós. E quando nos doamos, nossos problemas acabam se tornando menores e, muitas vezes, sendo até mesmo esquecidos.
O Mestre Osho revela mais uma vez sua preciosa sabedoria, quando nos fala sobre o poder terapêutico da compaixão.
“Somente a compaixão é terapêutica
...Tudo o que é doença no homem é causado pela falta de amor. Tudo o que está errado com o homem, está de alguma forma associado ao amor. Ele não tem sido capaz de amar ou ele não tem sido capaz de receber amor. Ele não tem sido capaz de compartilhar o seu ser. Essa é a miséria. Isso cria toda sorte de complexos internamente.
...Aquelas feridas internas podem vir à superfície de várias maneiras: elas podem se tornar doenças do físico e doenças mentais, mas no fundo o que o homem sofre é de falta de amor. Assim como o alimento é necessário para o corpo, o amor é necessário para a alma. O corpo não consegue sobreviver sem alimento e a alma não consegue sobreviver sem o amor. Somente no amor a pessoa vem a sentir que ela é mais do que o corpo, mais do que a mente.
...Compaixão é a forma mais pura de amor. Você também pode chamar a compaixão de prece. Você também pode chamar a compaixão de meditação. A forma mais elevada de energia é a compaixão. A palavra 'compaixão' é bela. Metade dela é 'paixão'. De alguma forma a paixão se tornou tão refinada que ela não é mais como uma paixão. Ela se tornou compaixão.
No amor existe gratidão, existe uma profunda gratidão. Você sabe que a outra pessoa não é uma coisa. Você sabe que o outro tem uma grandeza, uma personalidade, uma alma, uma individualidade. No amor você dá liberdade total ao outro. Na verdade você dá e você recebe, é uma relação de dar e receber, mas com respeito.
A compaixão é a mais elevada forma de amor. Muita coisa vem em troca, mil desdobramentos eu digo, mas esse não é o ponto, você não fica esperando por isto. Se não vier, não há qualquer reclamação. Se vier, você simplesmente fica surpreso. Se vier, isso será inacreditável. Se não vier, não há qualquer problema, você nunca dá o seu coração a alguém por qualquer barganha. Você simplesmente distribui porque você tem.
...O homem de compaixão é o homem mais rico, ele está no topo do mundo. Ele não tem qualquer confinamento, qualquer limitação. Ele simplesmente dá e segue o seu caminho. Ele nem mesmo espera você lhe dizer um muito obrigado. Com tremendo amor ele compartilha a sua energia.
É isso que eu chamo terapêutico. (...)
Para ser compassivo é preciso que se tenha, em primeiro lugar, compaixão por si mesmo. Se você não amar a si mesmo, você nunca será capaz de amar um outro alguém. Se você não for amável consigo mesmo, você não conseguirá ser amável com ninguém mais.
...Nós sempre pensamos que, para amar, nós precisamos de uma outra pessoa. Mas se você não aprender consigo mesmo, você não será capaz de praticar com os outros.
...A não ser que a compaixão tenha acontecido para você, não pense que você viveu corretamente, ou que você viveu de alguma maneira. Compaixão é o florescimento. E quando a compaixão acontece para uma pessoa, milhões são curadas. Qualquer um que chegue ao seu redor será curado. A compaixão é terapêutica."