Desafios
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 03/09/2009 16:08:33
Experienciar a vida no plano material e, ao mesmo tempo, fazer o caminho de volta à fonte real de nosso ser, não é uma tarefa fácil e muitos se perdem nesse caminho.
Alcançar um estado em que a paz e a sabedoria se sobrepõem ao medo e à desconfiança requer uma vontade férrea, muita perseverança e, acima de tudo, confiança total em que a consciência divina está ali, disponível para nós a qualquer instante, desde que sejamos capazes de alcançá-la.
Muitas vezes, os problemas cotidianos nos levam a desanimar e a acreditar que não conseguiremos dar conta deste desafio, pois é como se o mesmo fosse algo quase impossível de realizar, tais como os doze trabalhos de Hércules, ou a saga de Jasão em busca do velocino de ouro.
Mas, podemos sim, obter avanços e progressos nesta meta, principalmente, se nos deixarmos levar sem pressa ou ansiedade, apenas permitindo que pequenas iluminações comecem a se fazer presentes, até que, aos poucos, ampliem-se e passem a constituir nossa maneira natural de reagir aos acontecimentos.
De repente, nos surpreenderemos aceitando de maneira tranqüila e desapegada, fatos que antes nos faziam entrar em pânico ou ter ataques de raiva. Observar nosso interior e ser capaz de perceber os momentos em que estamos sendo dominados pelo antigo modo de ser e quando, ao contrário, a essência se mantém inabalada, é algo extremamente gratificante.
Acima de tudo, devemos valorizar o que realmente importa, ou seja, sermos fiéis aos nossos verdadeiros sentimentos, ainda que nem sempre possamos expressá-los no mundo exterior. Não perder de vista o que sentimos a cada momento é essencial para que sejamos capazes de manter a conexão permanente com nossa verdadeira essência.
“Agora, tudo está de cabeça pra baixo. Você esqueceu completamente o interior, o exterior tem se tornado a totalidade da sua vida. Isto é como se alguém estivesse de pé sobre a própria cabeça e esquecido completamente como erguer-se sobre seus pés novamente.
Agora, erguendo-se sobre a sua cabeça, sua vida será realmente difícil. Se você quer ir a algum lugar, se você quer fazer algo, tudo se tornará muito muito difícil, quase impossível.
E isto é o que está acontecendo. As pessoas estão de cabeça para baixo, porque o lado de fora tem se tornado mais importante do que o interior. O exterior tem se tornado totalmente importante, e o interior é completamente ignorado, esquecido.
O tesouro real é interior. Do exterior você pode obter somente pistas do tesouro interior. Do exterior, somente setas apontando para o mais íntimo coração do seu ser; do exterior, somente marcos. Mas não se apegue a um marco, e não pense que ele é a meta e que você chegou.
Lembre-se que o homem comum está vivendo uma vida muito anormal, porque seus valores estão de cabeça para baixo. O dinheiro é mais importante do que meditação, a lógica é mais importante do que o amor, a mente é mais importante do que o coração. Poder sobre os outros é mais importante do que o poder sobre seu próprio ser. Coisas mundanas são mais importantes do que encontrar tesouros que a morte não pode destruir.
Deixe isto penetrar fundo em seu coração: a menos que o interior se torne mais importante do que o exterior, você estará vivendo uma vida anormal. A pessoa normal é aquela cujo interior é a fonte de tudo o que ela está fazendo.
O exterior é apenas um meio, o interior é o fim.
O caso de amor que você tem com uma mulher ou um homem é um meio para o fim. O fim é ter um caso de amor com sua mulher interior ou seu homem interior. O exterior tem sido usado como uma situação de aprendizado, é uma grande oportunidade.
Eu não sou contra o caso de amor exterior, eu sou completamente a favor dele, porque sem ele você nunca se tornará ciente do interior. Mas lembre-se, não fique preso no exterior”. OSHO .
O Livro da Sabedoria