Dia dos Pais
por Saul Brandalise Jr. em EspiritualidadeAtualizado em 12/08/2005 15:01:19
Todos nós sabemos que a data é comercial. Já existe a consciência de que foi criada com o fim específico de dar maior movimentação ao mercado de produtos e serviços.
Mas já não se consegue ignorar e aceitar friamente que ele, o dia, é simplesmente e somente um produto.
Para mim são 24 horas inteiras de saudade. De lembrar de tudo o que fez parte da história de minha vida e do ‘Seu’ Saul, meu Pai.
Flávio e Maria Odete que me desculpem, mas neste exato momento ele é só meu. Por quê? Simples. A historia que vivi com ele é única, indivisível e sem condições de repartir.
Querem saber mais?
Porque o que ele realmente me deixou foram seus exemplos, seus valores éticos e morais. Sua maneira cálida e simples de encarar um problema. Sua meiguice séria e austera e seu cuidado para com as pessoas.
Sentimentos indivisíveis e de valor inestimável.
Como posso repartir isso com alguém? Ele me ofertou, me deu e me presenteou... São meus, portanto.
Você, que conviveu com ele, sabe que não estou exagerando.
É simples definir: Quem consegue chamá-lo de Saul sem que seja a minha mãe Elejalde?
Para todos, indistintamente, ele é o ‘Seu’ Saul. O “Seu” é uma deferência não para quem quer, mas para quem merece.
Só isso já bastaria para conceituá-lo como homem de postura altruísta, abnegado às coisas que acreditava e que fazia para todos, nunca pensando exclusivamente em si.
Sempre sereno, calmo, e com uma palavra amiga a quem o solicitasse. Quando não gostava de alguma coisa o silêncio lhe fazia companhia.
Hoje, um pouco mais experiente, entendo bem a citação de que o Silêncio de um Sábio é mais forte do que o grito de um guerreiro.
Seu Saul me ensinou isso com as suas atitudes. Era a chama viva desta frase. Homem de poucas palavras e muitas atitudes. Incapaz de ofender alguém construiu - ao longo de seus 75 anos - uma verdadeira nação de admiradores.
Aí eu pergunto:
Como não sentir saudades dele neste dia?
Como olhar para a sua fotografia e não ter o coração e a alma partidos recordando os momentos de fé, alegria e mesmo tristeza que dividimos nesta vida?
Pois é... É sempre assim, as suas maiores virtudes só descobri depois que ele havia partido. Quando já era tarde para abraçá-lo e lhe falar de minha admiração, de meu orgulho de ser seu filho.
Assim era ele, sempre anônimo e sem propagar o que realmente carregava em seu interior.
Meu amigo, minha amiga, se tens o privilégio, quando beijar seu Pai, hoje, não se esqueça de lhe dar também o meu beijo, pois sou impedido de fazer-lo. O meu já não mora mais aqui conosco. Se foi para sempre.
Sei que um dia irei encontrá-lo, mas, por hoje, só resta a saudade, o orgulho, o privilégio de ter sido seu filho e de carregar pela eternidade o Seu nome.
Se hoje, ao sentar à mesa do almoço - festa do dia dos Pais - você olhar para frente e ver o seu, saiba tirar proveito deste momento. Faça algo diferente para ele, mostre o quanto o ama, independente do presente que você pode lhe dar. Se faltar dinheiro, vá a um jardim, colha uma flor e dê a ele.
Se nunca o beijou, faça-o hoje em nome do amor que sente por ele. Quem disse que este momento não possa ser o inicio de um grande e novo relacionamento?
Se o beija com freqüência lhe dê dois; o seu e o meu.
Seu Saul, no seu dia, minha saudade e minha profunda admiração.
Beijo no coração e na alma.
Seu filho orgulhoso.