Entenda e vença seus medos
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 17/03/2003 11:48:48
Há muitos dias venho refletindo acerca da sensação de insegurança e medo que tem permeado a vida neste Planeta. O medo apresenta-se de muitas formas. É claro que em algumas circunstâncias sentir medo é natural, e revela um instinto de preservação de nossa vida.
Porém, para muitas pessoas o medo é um inimigo terrível, que elas carregam internamente e que as impede de viver uma existência plena.
O medo de sermos magoados, de termos nossos sentimentos feridos ou de que não nos aceitem da forma como somos, é um dos principais obstáculos à nossa felicidade.
Estes sentimentos se desenvolvem desde muito cedo na vida. Pais repressores e intimidadores, ou aqueles excessivamente exigentes e críticos, plantam na criança a semente da insegurança e da descrença em sua própria capacidade.
O resultado é que, por medo de errar e ser punido pelo erro - ou com o castigo físico ou com a rejeição - a criança e mais tarde o adulto, desenvolve uma falta de confiança em seu poder, em sua capacidade realizadora, em seu talento.
Os sentimentos inconscientes gerados por este processo, fazem com que a pessoa desenvolva o medo como uma forma de defesa. Como a única garantia que temos de jamais errar é não agir, fugir da vida e de seus desafios passa a ser a principal arma contra o fracasso.
A falha é inerente ao desenvolvimento do ser humano, aprendemos com o erro, portanto, negar a possibilidade de erro é negar o crescimento e em conseqüência, a própria vida. E é exatamente este o papel dos pais: mostrar à criança as possibilidades existentes em cada ação, de acerto ou erro, e que independente do resultado final, o importante é que sempre se aprenderá algo..
Quando não o fazem, por desconhecer a importância deste estímulo para o desenvolvimento pleno da criança, os pais acabam gerando um adulto inseguro e descrente de sua capacidade.
Reverter este quadro é difícil, mas não impossível. O processo de autoconhecimento nos leva, invariavelmente, à necessidade de enfrentar com coragem todos os sentimentos e limitações que trazemos da infância.
Libertar-se das emoções negativas e das crenças equivocadas que interiorizamos durante grande parte da vida, requer muita disciplina e um trabalho permanente de auto-análise.
O processo é doloroso, mas vencê-lo traz um poderoso sentimento de vitória e a certeza de que nada pode deter o ser humano que acredita em seu próprio poder criador.