Falando de Dom... e de poesia
por Rubia A. Dantés em EspiritualidadeAtualizado em 09/09/2005 12:29:42
Eu sempre fico feliz quando vejo pessoas encontrando os seus Dons e usando-os com a motivação de melhor servir... porque sei que o Planeta precisa muito disso.
Quando estamos exercendo nossos Dons, entendemos que isso não requer esforço nenhum, porque é a forma mais simples, natural e verdadeira de nos expressarmos.
Eu tenho uma amiga, muito querida, que escreve poesia... Ela é a Valéria Amaral... que no seu livro “De Viagem” faz uma mistura tão mágica com as palavras que elas ganham um encantamento todo especial...
Com poucas palavras ela consegue falar muito e tocar nosso coração...
Valéria fala que o belo já existe e que a tarefa dela é só ajuntar...
Ela fazia os poemas e mostrava para os amigos, que falavam para ela lançar um livro...
Até que um dia um amigo falou para ela editar o livro porque ele não iria mais ler seus poemas em pedacinhos de papel.
Valéria então falou com Deus:
Eu não tenho dinheiro. Se você quiser que o livro chegue e ele for contribuir para a cura da Terra... providencie.
Algum tempo depois ela recebe um recorte de jornal anunciando um concurso de poesia, cuja inscrição terminaria naquele dia.
Selecionou 5 poemas e mandou para o concurso na última hora.
6 meses depois recebe uma ligação com a noticia que havia ganhado o primeiro lugar.
Com o premio ela editou livro “de viagem”...
Dom e poesia andam lado a lado e melhor que falar... é sentir...
Alguns poemas da Valéria...
Por vezes durmo, e me cubro de palavras.
Acordo escrita
Memórias
Aos cinco anos, o mar entrou em nossa sala de visitas,
naquela enorme concha trazida por meu pai.
Por longos anos, ela antecipou viagens e me sussurrou
segredos do oceano.
Depois, vi outras daquelas conchas virarem abajur.
Guardei aquela luz.
Alinhavos
Ainda não sei ao certo quem cose o tempo.
E que movimentos têm os dedos
que tangem o fuso da vida.
Também não sei explicar como,
por um fio de linha,
o meu fio de vida quase toca o intangível?
Ou Será ele quem me toca?
Revelação
Dia desses deixo de fazer rascunhos.
desnudo meias verdades,
mentiras inteiras.
E me entrego de bandeja:
enfeitada de remendos e borrões.
transparente de tentativas.
Poeta urbano
No ônibus,
o poeta me diz
que tem a dor
de todos os passarinhos presos.
Preciso dizer a ele
que o seu verso
acabou de virar o ventre
que engendra o meu vôo