Fantasma impede assalto na Malásia
por Acid em EspiritualidadeAtualizado em 31/12/2008 00:54:27
Ladrão afirmou que fantasma o manteve sem comida e água por 3 dias
Após voltar das férias, um casal malasiano encontrou um ladrão de 26 anos desmaiado no chão de sua casa com fatiga e desidratação. O casal rapidamente chamou uma ambulância e, depois, comunicou o caso à polícia.
O assaltante disse à polícia que, depois que entrou na casa, sentiu como se estivesse em uma caverna. Ele contou que toda vez que tentava fugir da residência um espírito sobrenatural o jogava no chão.
O ladrão afirmou ainda que o suposto fantasma o manteve sem comida e água por três dias. O assaltante foi levado para o hospital Kemaman e já recuperou totalmente a saúde, de acordo com o policial Abdul Marlik Hakim Johar.
Fonte: G1
Interessante que esse caso me lembrou de uma história que minha mãe conta, de quando ela morava num bairro meio barra-pesada; certa vez chegou em casa e encontrou todos os pertences arrumadinhos, prontos pra serem levados embora. E (felizmente) nem sinal do ladrão, que (estranhamente) não levou nada. Depois soubemos que foi um espírito amigo (com quem ela trabalhava mediunicamente) que deu um baita susto no ladrão e ele saiu correndo, antes que minha mãe chegasse.
O que, por sua vez, me lembra que a "profissão" de espíritos protetores das casas é uma coisa bem antiga. Os romanos cultuavam os "Lares" (daí a origem do nome "lar" pra designar nossa casa), que são as deidades domésticas, tipo os anjos da guarda. Havia os Lares Familiares (protetores da família), os Lares Domestici (protetores da casa), os Lares Compitales (protetores dos caminhos) e os Lares Viales (protetores dos viajantes), entre outros de caráter público. As celebrações se davam de 3 a 5 de janeiro (festival dos lares compitales) e em 1º de maio (lares publici).
Cada casa possuía um altar doméstico, com uma lâmpada sempre acesa. E também imagens e pequenas estátuas, que representavam os deuses familiares. Antes de cada refeição, o patriarca fazia a libação: derramava sobre o altar umas gotas de líquido (vinho, leite, mel). Geralmente, a libação era acompanhada da oferenda de alimentos (pequenas porções) ou de objetos.
Na Grécia, o culto de Deus através do fogo - que era mantido (Extinguindo-se o fogo, extinguia-se o deus naquele lar.) sempre aceso(*), dentro do lar - era da mais alta importância. Ésquilo escreve que Agamemnon, regressando vitorioso de Tróia, não agradece a Júpiter sua vitória: "Não é ao templo que vai levar sua alegria e gratidão, mas oferece o sacrifício da ação de graças ao fogo de sua casa". A libação grega consistia em espargir sobre o altar vinho, óleo, incenso, e gordura das vítimas dos sacrifícios (algumas vezes (Ainda na obra sobre a guerra de Tróia, o adivinho Calcas anunciou que a ira da deusa Ártemis só poderia ser amansada com o sacrifício de Ifigénia (filha mais velha do Rei Agamemnon). O Rei concordou com a sacrifício, após ser convencido por Menelau e Ulisses (daí que vem a lição de moral de Spock, onde `a necessidade de muitos suplanta a necessidade do indivíduo´).) humanos(*)).
Os hindus também costumam manter em casa um altar de devoção a seu deus, no qual queimam incenso, com flores, velas e oferendas. Quem faz o papel de protetor do lar na cultura hindu é Ganesha -o garoto com cabeça de elefante-, e por isso existe uma imagem dele na maioria das casas hindus. Assim como os gregos e os romanos, os brâmanes hindus mantém um fogo sagrado em casa (personificado pelo deus Agni), sempre aceso, onde também fazem um ritual de libação, mas, em vez de espargir vinho, usam um licor fermentado, chamado de soma.
No catolicismo popular, os santos ocupam lugar de destaque, especialmente no Brasil e Itália, onde são venerados com paixão. Tal católico procura manter em casa um oratório, que é um pequeno altar à semelhança dos romanos, gregos e hindus, com a imagem do santo, vela, flores, objetos de devoção (como o terço), etc. Os leigos, mais do que o clero, lideraram estes cultos, pois achavam que é melhor pedir a Deus por intermédio dos santos do que fazer o pedido diretamente.
No Livro dos espíritos, no cap. IX (Da intervenção dos Espíritos no mundo corpóreo), vemos:
O homem conta sempre com espíritos, mais ou menos evoluídos, que com ele simpatizam, que lhe dedicam afeto; bem como tem junto a si outros, que o assistem no mal.
Os espíritos que simpatizam conosco são atraídos mais pela identidade de pensamentos e sentimentos do que por uma missão, que se as tem, é temporária. Estes espíritos simpáticos sintonizam conosco tanto para o bem como para o mal.
Os espíritos familiares são, antes, amigos da casa, pois há gradações entre proteção e simpatia. Existem espíritos que se ligam a uma família, que vivem juntos e unidos pela afeição.
Os espíritos preferem estar na companhia dos que se lhe assemelham, sendo atraídos assim para reuniões de indivíduos, sociedade, cidades, etc.
Coletividades, nações e povos têm espíritos protetores especiais, pois pela razão de estarem caminhando para objetivos comuns, necessitam de direção superior.
Existem espíritos que auxiliam o progresso de áreas especificas, como as artes, e que assistem ao que os evocam, desde que sejam dignos desta assistência.
Referência: Pan Dea: Os espíritos romanos;
Livro "A cidade antiga" (sobre o ritual do fogo);
Catolicismo popular