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Interpretação

por Saul Brandalise Jr. em Espiritualidade
Atualizado em 25/06/2009 11:30:06


Todos nós já cometemos uma falha quando queremos ou esperamos que as pessoas interpretem adequadamente um fato –digamos, conforme nossa vontade e desejo– e o resultado é o contrário do que se desejaria:
- Mas como, o fulano não viu que era assim? Tá na cara... Só um cego não vê...
E não vê mesmo.
Trata-se da capacidade individual de cada ser humano de interpretar o mesmo cenário. Cada um de nós tem a sua verdade que está vinculada aos valores de vida nos quais se acredita. Sou produto de um meio; o que o meio acha, e eu gosto, também acho. O que o meio crê e me é confortável crer, também creio. Não há questionamento.
Portanto, uma das palavras cujo sentido não pode ser generalizado é INTERPRETAÇÃO. Ou, melhor explicando ainda, o sentido do ato de interpretar: Interprete a ação.

Faz anos, muitos mesmo, uma senhora, dona de um pequeno mercado, possuía muito amendoim e melado em estoque. Queria fazer algo com o excesso destes produtos que tinha. Vendê-los simplesmente como matéria prima, resultaria em pouco lucro. Uma promoção para vender mais só alteraria o preço para baixo e diminuiria ainda mais o resultado.
Surgiu a idéia de criar um novo produto. Esquentou o melado, torrou o amendoim, dosou e misturou. Gerou um doce que logo foi apreciado pelas pessoas. O sucesso se repetia a cada receita produzida.

A senhora sempre colocava os doces na sua janela para poderem esfriar mais rapidamente. Um dia um menino que brincava na rua, sorrateiramente se aproximou da janela, pegou um dos doces expostos e saiu correndo.
Ela viu e gritou:
- Pede, moleque!
Sua indignação estava no ato praticado de levar um doce sem pedir. “Pede moleque, que eu te dou”, foi o que ela literalmente quis dizer.
No dia seguinte uma senhora que a tudo havia assistido chegou até ela, no mercado e disse:
- A senhora me vende um daqueles “Pés de Moleque”?

Assim é a nossa vida.
Uma das senhoras queria ser respeitada e exigia que o “moleque” pedisse um doce, que ela daria pra ele com satisfação. A outra achou que o nome do doce seria este que você conhece até hoje: Pé de Moleque.
Trata-se, portanto, de um grande engano achar que uma regra, uma vez escrita, será interpretada correta e igualmente por quem a conhece. Cada um vê, assimila e aceita o que está preparado para aceitar. Não resolve, deste modo, ler livros, conhecer tratados, escritos, se nossa cabeça não está preparada para assimilar o que lemos.
É verdadeiro dizer que não podemos esperar demais das pessoas porque cada um dá o que tem.
Saber interpretar uma ação, antes de ser uma atitude benéfica para o ser humano, é uma inequívoca demonstração de sabedoria.

Sei que nos veremos
Beijo na Alma



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saul
Saul Brandalise Jr. é colaborador do Site, autor do livro: O Despertar da Consciência da editora Theus, onde mostra através das narrativas de suas experiências como extrair lições de vida e entusiasmo de cada obstáculo que se encontra ao longo de uma vida.
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