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Madalena e Jesus

por Acid em Espiritualidade
Atualizado em 10/06/2005 13:15:42


Neste último sábado tive a oportunidade de conversar com José Roldão sobre as descobertas históricas e culturais que sugerem que Jesus teve um filho com Maria Madalena. No rastro do sucesso de Código Da Vinci, muita gente vem remexendo nesse assunto e botando na Internet suas descobertas. Há rumores de que a matança dos primogênitos teria sido depois da morte de Jesus, e não no nascimento. Isso seria para evitar que houvesse um descendente das duas famílias de Reis de Israel (a casa de David, representada por Jesus, e a de Benjamim, por parte de Madalena). E que então Maria Madalena teria fugido para o Egito com José de Arimatéia, vindo a ter lá uma (E daí surgiu a alegoria do Santo Graal: o cálice seria o ventre de Maria Madalena, enquanto Santo Graal seria a corruptela para Sangue real (Sangraal, em francês).) menina(*), que ficou conhecida como Sarah Kali, que depois foi para a França, onde há evidências de um grupo cristão anterior aos anos 70 d.C., quando começou a ser difundido o evangelho. Esquisito que essa (Na cidade de Saintes Maries de la Mer, na Franca, há um festival em Maio, de 23 a 25, num templo em honra à Santa Sara, a egípcia, chamada também "rainha preta". Este festival, que se originou na idade média, é em honra de uma criança egípcia que acompanhou Maria Madalena, Martha, e Lazarus, chegando com eles em um barco pequeno em aproximadamente 42 d.C. O povo parece ter suposto que a criança, sendo escura (do sol), deva ter sido uma escrava da família de Betânia, já que não havia outra explicação razoável para a sua presença. Sara significa "rainha" ou "princesa" no idioma hebreu. É representada como uma jovem, não mais do que uma criança. Assim nós temos, em uma cidade litoral minúscula na França, um festival anual em honra de uma jovem menina escuro-descascada chamada Sara (princesa).) Sara Kali(*) (que depois foi santificada).

Roldão ainda está coletando todo esse material e vai colocá-lo no site Idearium perpétuo, mas enquanto conversava, pensei: "bem que Irmão Bernardo podia dar uma mãozinha e trazer luz a esse assunto". Pois bem: uma hora depois, ele deu sua opinião, e foi um baita puxão de orelha em quem gosta de ficar fuçando esses assuntos que realmente não contribuem em nada na parte espiritual. Segue abaixo a transcrição:

“Jesus Senhor Mestre Divino,
Trazei laboratório espiritual para a cura do corpo e da mente

O Deus Todo-Poderoso veio ensinar, veio ficar do lado dos necessitados, dos pobres de espírito, dos cegos dos evangelhos, dos que têm sede de justiça. Lembrem que Jesus, quando veio à Terra, trouxe dentro dele a missão de renovar.

Não se preocupem com o que foi o Jesus, mas com o que é o Cristo. Jesus é o filho da verdade. O Cristo é a doutrina da espiritualidade. Jesus foi o discípulo do Cristo, pregando a Verdade e demonstrando a ressurreição. Tantos livros e nunca se preocupam com Madalena, com Judas, com Pedro, mas e com o Cristo?

E os outros filhos de Maria? Ela casou com um viúvo, e continuou tendo filhos. Quando Jesus disse "Mulher, olha para os outros filhos" estava se referindo aos irmãos dele. João Evangelista, que estava ao lado de Maria na cruz, era irmão de Jesus com o mesmo pai (José). Era quem Jesus mais amava da família, por ser puro, simples, o que tocara o seu coração. Mas quando uma mãe vê um filho sofrendo, ela só olha para ele. Quando desencarnou, continuou a cuidar de seus filhos, desta vez os espirituais, como o são todos os brasileiros.

Sobre Madalena, a inquisição mandou deturpar a palavra do Cristo na Última Ceia, pois Madalena estava ao lado de Jesus, fazia parte do estudo evangélico de Jesus. Era abençoada pelo espírito e inteligência que ela tinha. Ela era uma mulher normal, mas não pecou contra a castidade. Não teve filhos com ele, era ela sua discípula, os dois andavam juntos, ela sendo como uma sacerdotisa. Os homens, na maldade, na deturpação da mente, dizem que Jesus era um homem igual aos outros. Mas não era. Só uma mente pervertida acreditaria que Jesus teria de ser igual a ele, sentir igual a ele.

Eu vos digo: dentro do estudo evangélico católico queimaram Maria Madalena. Só depois fizeram dela a Santa Madalena. O sofrimento de Jesus foi casto e puro. Os livros e pergaminhos dos séculos passados em que se baseiam as suposições contrárias não podem ser tomados por verdade absoluta. Se daqui a alguns séculos pegarem os livros que vocês lêem hoje, dirão que esta era uma geração de loucos.

A Verdade é uma só. É a força de Deus. A força da luz. Que se planta dentro de cada um de vocês e que pode os tornar fadas, bruxas, magos ou demônios.
Quando Cristo veio, expulsou os demônios. Ele não ditou normas nem leis. Nos ditou amor ao próximo. Ele disse que no dia do julgamento haverá os que se sentarão do lado direito do Pai e outros no lado esquerdo. Os da direita foram o que deram o prato de comida, que atenderam ao semelhante. Os da esquerda ouvirão ‘negaste o prato de comida’.

Respeitem o que é escrito pela inspiração da espiritualidade. Sejam discípulos de Deus, de Jesus, de Buda, de Krishna, de Chico Xavier. Quando chegar a hora certa, só ficarão os escolhidos. Os que respeitarem. Os que amarem. Os que sentam no lado direito são os que treinam a paciência e perseverança no Evangelho de Cristo.

Eu deixo a minha paz e dou a minha paz.
Abram o seu coração e sorriam, que o sorriso afasta o obsessor.
Irmão Bernardo”.




Confesso que senti alguma associação do sexo com algo ruim, mas o que se poderia esperar de alguém que foi um padre inteiramente devotado de corpo e alma à causa católica? Ninguém atinge a iluminação só porque está do outro lado. Mas gosto muito de Bernardo, porque ele sempre alerta que se deve dar prioridade ao espírito, e não ficar perdendo tempo discutindo bobagens materialistas, mesmo em se tratando de uma figura como Jesus. Já foi falado aqui nos comentários que, se Jesus tivesse arrotado durante o sermão da montanha, isso não teria alterado em nada a beleza espiritual do que ele falou. É nisso que precisamos nos concentrar, aprender e, principalmente, apreender.

Sei que o "normal" para a época em que Jesus viveu seria ser casado, mas definitivamente Jesus não era um homem normal, nem muito afeito a seguir os costumes de sua época (era como um hippie dos anos 60, questionador, agitador e lutando por um ideal de paz). Diversos homens tidos como "santos" escolhem o celibato independente de pressões externas ou costumes do país onde nasceram. Foi assim com Francisco de Assis, Buda, Gandhi, Chico Xavier e Sai Baba, entre outros.Há uma tendência a, por meio destas "revelações históricas", diminuir o papel espiritual de Jesus e realçar seu aspecto político, de Rei de Israel, onde ele teria usado seu carisma para se autodenominar Messias e assim liderar o povo para conseguir apoio político para destronar Herodes. Isso é difícil de afirmar ou negar completamente, porque vemos na Bíblia que seus próprios discípulos acreditavam que ele seria o Rei de Israel, que iriam pegar em armas contra Roma, e todo aquele povo que o recebeu com ramos dentro do Templo de Jerusalém também acreditava nisso: aquilo era uma recepção de Rei, e não de um salvador espiritual. Mas Jesus o tempo todo deixou bem claro (e isto está na bíblia) que seu Reino não era deste mundo, e que a liberdade que ele veio trazer era a liberdade espiritual. Mas como convencer disso um povo cansado de ser escravizado e humilhado, e que vê na figura altiva de Jesus um líder arrebatador? O resultado disso é que o mataram, não porque ele se proclamou filho de Deus, mas porque era um perigo tanto para a elite judaica (Caifás e os sacerdotes, que iriam perder o posto - e a cabeça - caso Herodes perdesse o trono num levante popular) como para os romanos, que (de fato) evitaram um imenso banho de sangue ao abafar um possível levante logo no começo matando o que eles achavam viria a ser o seu líder, porque eles não iriam perder o território de Israel mesmo que isso custasse a morte de todos os judeus (os celtas, visigodos e saxões que o digam). Ao ser preso Jesus, a situação deve ter ficado muito tensa, mais ou menos como está no Iraque agora, com a tropa de ocupação romana cercada numa área da cidade controlada pela força, e grande parte da população revoltada com aquilo, mas sem coragem (e condições) de agir, com apenas uma minoria (os zelotes) cometendo "atentados terroristas". Deixar Jesus vivo era perigoso, mas matá-lo também poderia causar comoção e revolta. Daí surgiu aquele jogo de empurra entre romanos e o sinédrio judeu, e foi preciso criar a desculpa da "blasfêmia contra Deus" para que ele fosse "julgado" pelos próprios judeus. Mas, se assim fosse, ele teria de ser apedrejado, segundo as leis judaicas, e não morto na cruz (que é uma pena romana). Ou seja, essa encenação toda de Pilatos (lavando as mãos e soltando (Que também era um revolucionário e agitador, mas nada espiritual. Era um zelote, equivalente hoje a um terrorista árabe.) Barrabás(*)) foi para tentar limpar um pouco a barra romana com o povo, e poder ao mesmo tempo cometer todas as perversidades que fizeram com Jesus para que ele servisse de exemplo para futuros pretendentes ao (Ou você acha que a tabuleta fixada na cruz com a inscrição "JESUS O NAZARENO, O REI DOS JUDEUS", em três línguas era uma homenagem de Pilatos?) trono de Israel(*).

Não resisti a falar do Jesus histórico... mas é que para mim essa aproximação do Jesus de carne-e-osso só faz minha admiração por esse Homem espiritual aumentar mais e mais. NADA diminuiria a grandiosidade que foi este espelho de Deus na face da Terra, e que dividiu os séculos entre antes e depois de Jesus...


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acid
Acid é uma pessoa legal e escreve o Blog www.saindodamatrix.com.br
"Não sou tão careta quanto pareço. Nem tão culto.
Não acredite em nada do que eu escrever.
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