Mecanismos da Psicografia
por Acid em EspiritualidadeAtualizado em 24/09/2004 12:08:41
Primeiramente, gostaria de pedir desculpas aos leitores das mais diversas religiões, pelo motivo de que ultimamente meus textos terem ficado muito espíritas. É que no momento estou me aprofundando nos mecanismos de interação dos planos espirituais com o material, e o Espiritismo é quem dispõe dos melhores subsídios. Isso porque André Luiz (através da mediunidade de Chico Xavier) era médico antes de desencarnar, e nos relatou muitas dessa ligações (obsessões, psicografia) em seus livros de forma muito detalhada.
Quero tratar agora da psicografia, que a maioria acha que é muito fácil, bastando o espírito incorporar e pronto, já sai escrevendo. Mas não é bem assim. É preciso um certo conhecimento do corpo humano - por parte do espírito - pra saber "quais botões apertar" pra obter uma psicografia limpa, sem muitas (Médium que, por sua vez, precisa se deixar levar pra não interferir com seus pensamentos no trabalho. Mas essas interferências SEMPRE acontecem, em maior ou menor (mínima) quantidade, porque o espírito precisa usar o cérebro do médium de qualquer jeito. Se você passa a água mais pura por um encanamento de ferro, partículas de ferro (e o que mais estiver no cano) irão se desprender até que a água chegue à torneira.) interferências do médium(*).
Em Missionários da Luz, André Luiz descreve a sua percepção de uma sessão de psicografia. Ele destaca a idéia de que o médium não é um ser passivo, um mero aparelho, mas um espírito, tendo por conseqüência participação ativa no fenômeno da psicografia. Ele descreve minuciosamente as intervenções que os espíritos fazem no sistema nervoso dos médiuns, e, posteriormente, se detém na glândula pineal, descrevendo o seu papel nas comunicações mediúnicas de uma forma geral. Ela, entre outras funções, participaria no processo de "recepção e emissão das ondas peculiares à esfera espiritual", que se intensificaria no exercício mediúnico. Outra descrição curiosa diz respeito à atuação dos espíritos no cérebro do médium. André Luiz descreve o espírito "vasculhando" o centro da memória do psicógrafo, minutos antes da comunicação, em busca de elementos que lhe facilitem a expressão das idéias (Meu Mentor já falou sobre isso. Ele diz que é como montar um quebra-cabeças com as peças disponíveis no cérebro do médium). Outra descrição curiosa diz respeito à atuação de um terceiro espírito junto às "fibras inibidoras do lobo frontal", o que reduziria a (Ou seja, fazem o médium dormir. Existem os médiuns conscientes e os inconscientes. Os primeiros ouvem antes o que o espírito vai dizer, e só então \'libera o acesso ao corpo\' pra que o espírito diga. Eles lembram de tudo o que aconteceu, o que o espírito falou, e tal. Os inconscientes não lembram de nadinha. Simplesmente apagam) influência do médium no fenômeno(*). O processo de "apossar-se do braço" do médium para escrever se dá com a atuação no cérebro do mesmo, e não diretamente sobre o braço. No livro citado acima, ele registra uma "mudança de coloração da zona motora do cérebro" durante a comunicação através da psicografia, causada, portanto, em decorrência da atuação do espírito ( (As áreas motoras do córtex cerebral são parte das grandes vias eferentes, ou seja, os impulsos nervosos seguem delas em direção aos órgãos efetuadores (e não o contrário), sendo responsável pelos movimentos voluntários (sistema piramidal) ou por movimentos automáticos, regulação de tônus e postura (sistema extrapiramidal). Ao leitor que desejar mais informações sobre o assunto, sugerimos a leitura de MACHADO (1983).) mais detalhes aqui(*)).
Num outro livro (André Luiz, de 1977), o autor espiritual retoma a discussão dos mecanismos da psicografia, deixando ainda mais clara esta sua afirmação:
"Com base no magnetismo enobrecido, os instrutores desencarnados influenciam os mecanismos do cérebro para a formação de certos fenômenos, como acontece aos musicistas que tangem as cordas do piano na produção da melodia. E assim como as ondas sonoras se associam na música, as ondas mentais se conjugam na expressão". Ou seja, atuam por meio da vibração. Afinal de contas, TUDO é vibração.
Como vêem, o processo é complexo e sujeito a falhas e influências indesejadas do médium. Por isso que Kardec afirma "A mediunidade é uma flor delicada que tem necessidade, para se expandir, de precauções atentas e de cuidados permanentes". Até mesmo Chico Xavier não escapou de errar, quando já estava muito doente e com mais de 80 anos. Certa vez ele psicografou uma carta de um filho desencarnado para a mãe. Ela acreditou em cada palavra, mas, com delicadeza, apontou que três nomes estavam errados. Chico não se fez de rogado: pegou a borracha e apagou o errado, dizendo: "A borracha é como a reencarnação. Apaga o que está errado para escrever o certo".
NOSSO LAR
A idéia de moradas (como grandes cidades) no plano além do nosso sempre existiu, primeiro com a noção de um "paraíso", depois aperfeiçoada pelos Gregos (Olimpo, a morada dos deuses), Nórdicos (Vahalla) e provavelmente em outras culturas (Os Egípcios e Tibetanos têm seu "mundo dos mortos", mas não sei como é a descrição deles).
Com o advento do espiritismo, em 1857, não entraram nesse particular de cidades espirituais, mas quase 100 anos depois foi "liberada" a informação sobre essas colônias, no livro Nosso Lar, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier (e isso deixa até hoje alguns "espíritas" fervorosos irritados... como se Kardec tivesse contado TUDO o que há do lado de lá e não existisse mais nada de novo mesmo 100 anos depois!) que detalha todo o modo de vida das pessoas (A cidade fica próxima à crosta da Terra (ainda nos Umbrais) exatamente por isso, e é apenas UMA das muitas cidades localizadas nessa faixa. As pessoas se reúnem por afinidade vibracional ou são levadas pra lá por parentes desencarnados previamente. Não me espantaria existir uma cidade só de evangélicos, outra só de muçulmanos... Nosso Lar é neutra, sem muito religiosismo.) recém-desencarnadas(*) que vão pra essa cidade, que fica localizada "geograficamente" acima do Rio de Janeiro, mas obviamente em outra vibração. Lá essas pessoas podem se recuperar energeticamente e adaptar-se aos poucos à sua nova " (Aprender a viver sem comer, sem tomar banho ou água, depois de décadas de condicionamento aqui na Terra, deve ser barra... por isso que ainda há comida \'plasmada\' por lá, banheiros e outras coisas daqui, pra ir desacostumando aos poucos. A natureza não dá saltos, nem ninguém fica livre de vícios só porque morreu. Acha isso muito viajado? Eu já acho bem lógico e pé no chão. Não acredito que alguém vá passar a vida tocando harpa em cima de uma nuvem... e pessoas como eu, que nem sequer sabem nem gostam de tocar harpas, como ficam? (hehehe)) condição(*)".
Depois essas cidades foram mencionadas em outros livros, que citam inclusive as Cidades dos Trevosos, controladas por gente barra-pesada.Nosso Lar é o grande best-seller do espiritismo, e pra quem nunca leu um romance espírita, recomendo esse pra começar. E quem reclama da linguagem rebuscada (dos anos 40) não tem mais desculpa: Maísa Intelisano, da lista voadores, atualizou o texto para o português atual, sem com isso comprometer o sentido do texto original. Para fazer o download, clique aqui
PS: Há quase 150 anos, Kardec perguntou aos Espíritos por que não ensinaram desde todos os tempos o que ensinam hoje. A resposta foi: "Não ensinai às crianças o que ensinai aos adultos e não dais ao recém-nascido um alimento que ele não possa digerir. Cada coisa tem o seu tempo. Eles ensinaram muitas coisas que os homens não compreenderam ou desfiguraram, mas que atualmente podem compreender. Pelo seu ensinamento, mesmo incompleto, prepararam o terreno para receber a semente que agora vai frutificar".
Ainda acho que nos tratam como crianças...