Mudança
por Saul Brandalise Jr. em EspiritualidadeAtualizado em 27/08/2009 16:21:01
Estávamos em Brasília, caminhando no sentido do aeroporto, tarde da noite e pensava no texto desta semana quando, intuitivamente, pedi ao Celso Luiz:
Se você tivesse que escrever um texto nesta semana, qual escreveria?
Não sei, acho que seria sobre MUDANÇA... Aprendi muito com a minha.
Pensei e decidi que além de MUDANÇA teria que explicar que:
Um sorriso não tem preço.
O primeiro e grande equivoco que nós podemos cometer, quando queremos mudar, é copiarmos de alguém. Tentar copiar é fazer de maneira errada a coisa certa.
Tudo o que já foi feito, produzido, elaborado, teve a sua própria energia, que foi cedida por quem fez, como fez, onde fez e com o que fez. As energias se somam, se multiplicam ou se dividem. Qualquer bem –material ou não-, é a composição de várias energias.
O ato de copiar já inicia com energia de perda, de submissão, de falta de amor-próprio e de determinação.
Os problemas pessoais de Celso Luiz fizeram que tomasse medidas radicais em sua vida. Saiu de uma casa para um apartamento. A metragem quadrada de sua casa era enormemente maior que a do seu apartamento.
Seria mais ou menos querer colocar São Paulo dentro de Florianópolis, portanto, missão impossível em termos de espaço físico. Celso Luiz foi singular em algumas coisas, vejamos.
Em uma das tantas salas da casa que vendera, havia uma televisão enorme que não caberia em seu recém comprado, mas pequeno apartamento. A filha de nove anos do novo proprietário da casa lhe pediu a TV de presente. Ele disse, sorrindo e de maneira muito meiga: Tio Celso, o senhor não deixaria esta televisão para mim assistir os desenhos que gosto?
Celso não respondeu.
Quando estava saindo da casa, antes de entregá-la ao proprietário, escreveu um bilhete e pregou na TV... que permaneceu no local em que sempre esteve.
Querida, um presente do Tio Celso para você!
E cobriu a televisão com um cobertor.
Não me contive e perguntei: Celso, por que você fez isso?
Saul, você não faz idéia do sorriso da menina quando viu o meu bilhete preso na TV!
Destaco alguns pontos singulares que encontrei nas atitudes de Celso Luiz.
Primeira grande decisão: Abandonou o passado.
Segunda grande decisão: Foi para o novo.
Terceira grande decisão: Doou o que tinha em excesso para quem não tinha. Quarta grande decisão: Só olhou para frente e para os futuros desafios.
Quinta grande decisão: Fez com amor o que tinha que fazer.
Sexta grande decisão: Jamais teve a sensação de perda.
Sétima grande decisão: Aplicou aquilo que todos sabem, mas que poucos exercem; que o SER é mais importante que o TER.
Portanto, o ato de mudar exige, acima de tudo, desprendimento com as nossas verdades do passado. Elas, literalmente, são coisas e atitudes já construídas. Se forem boas ou não, pouco importa, elas passaram e jamais serão novamente. Não se consegue mudar com um olho no futuro e outro no que já fomos.
Várias pessoas me escrevem e comentam a grande dificuldade que enfrentam para se tornarem NOVAS ESSÊNCIAS. Todas têm como companhia as dificuldades de encarar a mesmice da família, os empregos que nada agregam, a sociedade e seus conceitos regionais, os dogmas religiosos e os novos atos de auto-superação.
Ser novo exige vencer barreiras enraizadas e atitudes inovadoras.
Com Celso Luiz fica evidente que é preciso saber entender o que efetivamente tem valor e peso nas nossas decisões pessoais. Cada vez mais me convenço que o que não se toca, mas se sente, faz toda a diferença em nossas vidas.
Portanto, é preciso saber sentir para SER. Para saber sentir não há como copiar. Há que se entender que o novo é simplesmente NOVO e ponto final.
Sei que nos veremos
Beijo na alma