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Mudando o Foco

por Elisabeth Cavalcante em Espiritualidade
Atualizado em 01/03/2007 15:46:44


Em todos os momentos da vida, devemos estar focados no verdadeiro objetivo de nossas ações. Realização é um sentimento interior que nada tem a ver com resultados materiais.
Portanto, mesmo que uma atividade não nos traga lucro imediato, ela pode nos proporcionar realização. Logicamente fomos condicionados a somente valorizar ações que resultem em alguma espécie de lucro.
Entretanto, se conseguirmos modificar a forma de encarar nossas realizações, poderemos encontrar, mesmo em atividades do dia-a-dia, motivos para alegria.
Se só conseguimos realizar algo que nos traga lucros materiais, então, cada atividade será feita com ansiedade, esperando que o resultado se concretize rapidamente.

Enquanto permanecemos focados somente no resultado e encararmos nossas atividades como algo pesado, deixamos de estar atentos ao nosso potencial criador, aquela parte de nós que é capaz de sempre descobrir novas maneiras de realizar velhas tarefas. Esse é o caminho mais rápido para o tédio e a insatisfação.

A felicidade e o prazer podem estar em ações aparentemente banais, desde que nos conscientizemos de que somos uma parte essencial da grande sinfonia que o divino executa a cada momento. Portanto, vivamos a cada dia com a consciência de que nossa alegria é imprescindível para a harmonia de toda a existência.

“O trabalho deve ser considerado como uma brincadeira, não como um trabalho.
Ele deve ser considerado exatamente como um jogo.
Você não deve levá-lo a sério. Você deve ser como uma criança brincando: não há significado, nada para ser atingido; simplesmente a própria atividade é uma curtição.

Você pode sentir a distinção se você brincar algumas vezes. Quando você trabalha, é diferente, você é sério, sobrecarregado, responsável, preocupado e ansioso, porque o resultado, o resultado final é o motivo.
O trabalho em si não é algo que valha a pena curtir. O foco do trabalho está no futuro, no resultado. Na brincadeira não há resultado realmente. O próprio processo é alegria. E você não fica preocupado, não é uma coisa séria. Ainda que você pareça sério, é só uma representação.

Numa brincadeira você curte o processo; no trabalho, o processo não está sendo curtido; o objetivo, o fim é o importante. O processo tem que ser tolerado de alguma maneira. Ele tem que ser feito porque o fim tem que ser alcançado.

Se você pudesse alcançar o final sem o processo, você poderia abandonar a atividade e pular direto ao final. Mas numa brincadeira você não faria isso. Se você pudesse alcançar o final sem brincar, então o final não teria graça. Ele tem significado apenas através do processo.

Por exemplo, dois times de futebol estão em campo. No cara ou coroa eles poderiam decidir quem venceria e quem seria derrotado. Por que fazer tanto esforço, desgastando-se desnecessariamente? O jogo poderia ser decidido muito facilmente através de um cara ou coroa. .O final já estaria ali. Um time poderia ganhar e o outro perder. Por que trabalhar por isso?

Mas aí não haveria nenhum significado, nenhum sentido. O final não é significante; o próprio processo é que é significante. Mesmo se nenhum ganhar e nenhum perder, o jogo terá valido a pena. A atividade em si mesma é uma curtição.

Essa dimensão da brincadeira, do jogo, tem que ser aplicada a toda a sua vida. Qualquer coisa que você estiver fazendo, esteja ali tão totalmente que o final será irrelevante. Ele poderá vir, ele terá que vir, mas ele não está em sua mente. Você está brincando, você está se divertindo. (...)
Ser brincalhão é uma das bases mais profundas de todo o processo meditativo. Mas nós somos homens de negócio, nós fomos treinados para isso. Assim, mesmo quando nós estamos meditando, nós estamos olhando para o final, para o resultado. E qualquer coisa que acontecer nos deixará insatisfeitos.

As pessoas vêm a mim e dizem: “sim, a meditação está crescendo, progredindo. Eu estou me sentindo mais alegre, um pouco mais silencioso, mais relaxado, mas nada mais está acontecendo”.
Nada mais, o que? Eu sei que pessoas como essas chegarão em algum dia e dirão: “sim, eu estou sentindo o nirvana, mas nada mais está acontecendo. Eu estou em êxtase, mas nada mais está acontecendo”.

Mais nada, o que? Elas estão procurando lucros, e a não ser que algum lucro muito visível chegue em suas mãos, algo que possam depositar num banco, elas não conseguirão estar satisfeitas. Silêncio e felicidade são tão vagos, você não consegue possuí-los, você não consegue mostrá-los às outras pessoas.

Todo dia pessoas vêm a mim e dizem que estão tristes. Elas estão esperando alguma coisa que não deveria ser esperada nem mesmo num negócio. E elas esperam isso em suas meditações. A mente negociante chega à meditação com todo o treinamento de negócios. Que lucro isso poderá me trazer?

O homem de negócios não é brincalhão e se você não for brincalhão não conseguirá ser meditativo. Seja mais e mais brincalhão. Desperdice seu tempo em brincadeiras. Brincar com crianças ajudará. Mesmo que não haja outras pessoas, você pode pular
e dançar sozinho numa sala e brincar. Divirta-se. Mas a sua mente continuará insistindo: ”'O que você está fazendo? Desperdiçando seu tempo? Você poderia estar ganhando alguma coisa nesse tempo. Você poderia estar fazendo alguma coisa, mas você está apenas pulando, cantando e dançando. O que você está fazendo? Você ficou maluco”?
Tente isso. Aproveite qualquer tempo fora do seu negócio, e seja brincalhão.

A qualquer tempo, você pode pintar, você pode tocar uma cítara, ou alguma coisa que você goste, mas seja brincalhão. Não procure tirar lucro disso, não veja nenhum futuro nisso, simplesmente o presente. E então, você conseguirá ser brincalhão internamente também. Daí, você poderá mergulhar em seus pensamentos, brincar com eles, atirá-los para cá e para lá, dançar com eles, mas não levá-los a sério. (...)Se você for brincalhão na vida, então você conseguirá ser brincalhão internamente, com a sua mente também. Então esteja como se estivesse assistindo alguma coisa na tela da TV. Você não está envolvido, você é apenas um espectador, só olhando. Olhe a tela da mente e divirta-se. Não diga bom, não diga mau, não condene, não aprecie, porque essas são as coisas sérias. Se uma mulher nua aparecer em sua tela, não diga que isso é ruim, que algum demônio está pregando alguma peça em você. Nenhum demônio está ali a pregar uma peça em você.

Olhe para aquilo apenas como sendo uma tela, uma tela de cinema. E seja brincalhão com isso. Diga para a dama: “espere!” Não queira colocá-la para fora, porque quanto mais você a colocar para fora, mais ela voltará. As damas são difíceis. E não a siga. Se você a seguir, enfrentará problemas. Não siga e não brigue, essa é a regra.

Simplesmente olhe e seja brincalhão. Diga apenas 'alô' ou 'bom dia'. Simplesmente olhe e não se perturbe, em absoluto. Deixe que a dama espere. Ela irá por si mesma, do mesmo jeito que ela veio. Ela se movimenta por si mesma. Ela não está relacionada a você, ela é apenas alguma coisa na memória. Por alguma situação, ela chegou ali, como uma foto. Seja brincalhão com ela. Se você puder ser brincalhão com sua mente, ela irá embora logo logo, porque a mente só consegue estar aí se você for sério. A seriedade faz a ligação, é a ponte".

Osho – Seriedade e Trabalho




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elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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