Na coluna de luz com o Rabi
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 17/02/2003 11:45:49
Em certa ocasião, Jesus subiu no alto de uma montanha para apreciar um lindo pôr-do-sol. Ele gostava de ver a luz solar brilhando na linha do horizonte.
Nesses momentos, ele respirava a energia suave do entardecer e vislumbrava os devas (1) trabalhando na atmosfera.
Inspirado, ele fechou os olhos e agradeceu ao Senhor de todas as coisas a beleza da luz solar tingindo de vermelho-alaranjado a linha do horizonte distante. Pensou no infinito poder que gerava luzes como aquelas na imensidão sideral. O mesmo poder que iluminava o coração dos homens.
Quietinho, ele orou ao Pai Celestial pelo bem da humanidade.
Do céu, uma coluna de luz desceu sobre ele. Energias emanadas pelo Alto entraram em seu chacra do alto da cabeça (2) e desceram ao centro de seu chacra peitoral. (3)
Dali elas fluíam por todo o seu corpo e irradiavam para fora, tornando-o um centro de expansão luminosa.
Poderosas ondas de amor-luz se expandiam dele e se propagavam silenciosamente para todos os homens. Silenciosamente, o meigo Rabi (4) abraçava luminosamente a sofrida alma da humanidade.
Aquelas energias chegavam até mesmo nos planos densos do Astral e iluminavam incontáveis espíritos atormentados em suas covas trevosas.
O Rabi abraçava os homens encarnados e desencarnados... Ele os amava tanto!
Ele permaneceu no alto da montanha até o anoitecer.
Quando ele desceu, alguns dos discípulos o esperavam no sopé da montanha.
Eles lhe perguntaram:
"Mestre, que luz era aquela?"
Jesus fitou-os serenamente, e lhes disse:
"Bem-aventurados aqueles que servem aos desígnios superiores do Pai Celestial! Quando quiserem orar, pensem numa coluna de luz enviada pelo Alto. Sintam-se inundados de agradecimento e amor ao Pai. E abracem o mundo secretamente."
Então, olhando a lua cheia que já despontava no firmamento, ele arrematou:
"Quando eu partir do plano físico, arrebatarei comigo uma multidão de espíritos que ainda estão acorrentados a magias antigas e os levarei a Casa do Pai. Quando orarem, lembrem-se disso.
Pensem nos homens encarnados e desencarnados que povoam esse orbe terrestre em seus vários planos de manifestação.
Abracem o mundo com amor.
Na longa fieira das reencarnações sucessivas vocês viverão entre os homens disseminando as verdades espirituais. Não os reconhecerão, pois vocês estarão vestindo outros corpos adequados às condições de suas tarefas no seio do mundo. Mas eu estarei com vocês nas luzes do coração.
As inspirações beneficentes descerão em vocês pela coluna de luz e os transformarão em centros irradiantes de amor-luz.
E os devas e espíritos luminosos os acompanharão invisivelmente nas jornadas de esclarecimento e ajuda espiritual entre os homens.
No momento certo eu os arrebatarei definitivamente à Casa do Pai celestial, onde o quinhão de luz do Senhor aguarda a chegada dos justos.
Até lá, vocês permanecerão entre a Terra e o Céu, servindo aos desígnios superiores.
Bem-aventurados aqueles que trabalham em nome do Senhor da vida"!
E ali, no sopé da montanha, o meigo Rabi abraçou os discípulos e dotou-lhes de particular benção secreta a ser compartilhada entre os homens ao longo dos séculos.
* * *
Hoje, mais do que nunca, em época de turbação coletiva e de intensa violência em vários setores da vida humana, é necessário erguer os pensamentos ao Pai Celestial e abrir o coração com humildade e discernimento, para que a coluna de amor-luz possa descer sobre todos nós e nos tornar trabalhadores dignos da seara espiritual que guia nossa existência.
Olhando a imensa teia tecida por Maya (5) para aprisionar o coração dos homens na violência e no desânimo coletivo, penso no Rabi sentado no alto da montanha orando e com uma coluna de luz sobre ele.
E sei que de alguma forma invisível ao mundo, um abraço silencioso e toques espirituais são derramados na alma da humanidade. De alguma forma, o Rabi toca a todos nós. E uma coluna secreta inunda o coração de amor-luz.
Que no "sopé da montanha de nós mesmos", no cadinho secreto de nossos corações, possamos ser justos e dignos do abraço do Rabi!
Paz e Luz.
PS: Esses escritos são dedicados aos estudantes espirituais de todas as linhas que batalham por dias melhores na existência, que mesmo sob diversas pressões ainda continuam sendo dignos do caminho espiritual que abraçaram.
1. Devas (do sânscrito): Anjos; Divindades; Seres celestiais.
2. Chacra do alto da cabeça: Chacra da coroa; Chacra coronário. É o centro de força mais elevado no conjunto dos sete chacras principais. É o centro da consciência pura, sempre apontando para o Céu.
3. Chacra peitoral: Chacra cardíaco. É o centro de força que expressa os sentimentos e abre a alma ao influxo das luzes do amor divino.
4. Rabi: Mestre.
5. Maya (do sânscrito): Ilusão.