Nas ondas do amparo sutil e universalista
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 24/02/2003 12:35:17
Olá, pessoal.
Ainda agora, estava sentado no sofá do quarto lendo alguns textos inspirados do livro "Sabedoria de Sri Aurobindo", enquanto escutava um belo CD xamânico mesclado com solos de guitarras viajantes. *
Fechei os olhos por um instante para prestar melhor atenção num determinado trecho de uma música. Foi então que percebi uma coluna de luz entrando por cima no quarto. Daí, concentrei-me no chacra frontal e pulsei luz branca para ativá-lo e ver pela tela mental o que estava rolando extrafisicamente.
Enquanto fazia isso, elevei os pensamentos e abri o coração numa prece espontânea à Mãe Divina. Pensei nas palavras "Paz e Luz" e comecei a concentrar-me nelas a favor do bem de todos os seres.
A seguir, vi dois amparadores hindus postados atrás do sofá, um de cada lado.
Os dois estavam bem concentrados em alguma coisa que eu não via.
Por minha vez, procurei irradiar pensamentos, sentimentos e energias positivas a favor de todo mundo. Então, senti uma onda de compaixão varrendo o mundo. Em minha tela mental vi cenas de pessoas sofridas do Oriente Médio e de favelas em vários pontos do Ocidente e do Oriente.
Porém, ao ver cenas de crianças morrendo de fome na África senti uma dor em minha alma, e isso não tenho como explicar em palavras. Sou mais sensível a isso por já ter participado muitas vezes de trabalhos de assistência espiritual a crianças de lá. Inclusive, na semana passada passei dois dias com imagens iguais a essas na tela mental, e sabia que estava rolando um trabalho por lá e que eu estava envolvido como doador de energia.
Não tenho como passar para vocês por palavras a dor de sentir a morte de outros seres humanos por causa da fome. Nessas horas, o silêncio é o melhor aliado. E o choro quieto que ninguém sabe é uma das maneiras de verter as emoções do fundo da alma e desafogar a dor secreta que não tem como ser explicada para outros.
Lembrei-me de Paramahamsa Ramakrishna e de sua equipe espiritual que também trabalha aportando assistência na África. Pensei na generosidade desse mestre espiritual e nos seus toques espirituais.
A seguir, para minha surpresa, as imagens mudaram na tela mental e vi um lugar extrafísico. Senti uma poderosa onda de alegria invadir-me por inteiro.
Nesse instante, percebi que o meu corpo estava paralisado no sofá e que eu só sentia o foco de minha consciência no centro interno da testa.
Prestei atenção no que via e tive uma das melhores surpresas de minha vida: era um lugar extrafísico cheio de crianças negras brincando. Parecia um imenso parque de diversões, se bem que havia ali estruturas (parecendo metálicas) e equipamentos que não têm correspondência aqui no intrafísico.
As crianças corriam e se divertiam, todas aparentando uma saúde incrível.
Ao lado das estruturas, havia vários adultos negros vestidos com calças brancas, mas sem camisa. Eles lembravam os praticantes da arte da Capoeira.
Eles emanavam uma atmosfera amistosa e alegre. Por intuição, eu sabia que eles eram amparadores que trabalhavam nas vibrações da tradição africana aportando ajuda invisível naquele continente.
Eles estavam ali velando pelas crianças africanas desencarnadas, enquanto elas ainda se adaptavam à nova condição extrafísica. Aquele lugar é transitório e plasmado pelos amparadores para facilitar a passagem para outros planos além...
Dentro de mim, eu sabia que muitas daquelas crianças eram as mesmas que eu havia visto na semana passada. Agora os amparadores me mostravam o seu destino além da carne, todas elas bem vivas e saudáveis.
Fiquei contente demais, e se eu não estivesse com o corpo paralisado, teria saído dançando no meio do quarto em meio ao som xamânico.
Então, aquela coluna de luz que entrava por cima do quarto veio por cima de mim e interpenetrou-me completamente. Ela era azul e amarela.
E uma voz mental veio por dentro da coluna e disse-me:
"Você está vendo os frutos de um trabalho invisível. Ninguém fica sem o amparo fraterno da Espiritualidade Superior. Mercê da bondade de Deus, todos são agraciados com toques sutis nos momentos adequados. Escapam à compreensão comum os entrelaçamentos cármicos que motivam as reencarnações em condições dolorosas. Nunca procure entender isso com o limitado intelecto, mas procure sentir a verdade em seu coração. Há coisas que o próprio espírito sabe por dentro, mas que não chegam ao intelecto.
Há muitos procurando respostas para isso ou aquilo, mas não respondem sequer às indagações que mourejam em seu próprio íntimo. É necessário questionar inteligentemente os mecanismos da vida e suas repercussões; faz parte do progresso e da natureza humana. Contudo, de que adianta fazer isso só teoricamente?
É necessário pesquisar no próprio espírito quais são as suas inclinações e pendores. E é vital prestar ajuda aos outros, não importa de que maneira.
E é justo ver a bondade de Deus atuando em todos os planos da vida.
Feliz é o homem que sente a dor do mundo em seu coração. Suas lágrimas são brilhantes e portam a essência da compaixão. Lavam as dores e libertam outros seres à distância.
Feliz é o homem que ajuda os outros, não importa onde nem como".
Lentamente as imagens foram sumindo e fui recuperando os movimentos normais do corpo físico. Coloquei o CD xamânico para repetir e vim aqui para o computador registrar alegremente o lance todo.
Nessas horas, lembro bastante de Buda, Jesus e Krishna.
Esses caras estavam certos mesmo em tudo o que colocaram em seus ensinamentos.
Paz e Luz para vocês.
* O CD xamânico (importado) é o "Drum Medicine", de David e Steve Gordon.
Trata-se de um disco viajante, devido ao virtuoso trabalho de guitarras que permeia as músicas em meio ao som xamânico tradicional. Em muitos momentos as guitarras lembram o estilo do multi-instrumentista inglês Mike Oldfield, bem conhecido pelo seu genial trabalho "Tubular Bells". Resumindo: um trabalho de world music maravilhoso, que em muitos trechos flerta claramente com o rock progressivo virtuoso. Altamente recomendado para trabalhos de cura e de elevação da auto-estima.