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No limite... Amor

por Rubia A. Dantés em Espiritualidade
Atualizado em 08/04/2020 11:35:04


Muitas vezes a vida nos coloca no limite... no limite do quanto aguentamos algumas coisas... e percebo que muitos de nós estamos sendo testados até esse limite... para que a mudança aconteça...
Parece que o Universo está nos levando até o ponto de dizer... não aguento mais... ou não sei mais o que fazer...

Quando isso acontece é bom porque está nos sendo mostrado que naquela forma, com aquelas crenças, não dá mais para continuar... é hora de dar um grito de liberdade de muitas coisas que por eras tem nos mantido em um cativeiro... presos por grades invisíveis, mas... chega um dia, que nem essa grades podem mais conter a nossa sede de liberdade.

Desde o início do ano, entrei em contato com a energia das Avós... e fiz desenhos dessas mulheres que pouco a pouco foram se revelando para mim... uma delas, que chamo Vibração, tem me levado a muitas curas, de uma forma onde o que precisa ser liberado é mostrado como uma imagem do que está dentro e você não percebe... mas, a partir daí, fica tão claro que não dá mais para engolir... e ela tem me levado por caminhos muito ricos e me revelado uma sabedoria simples e uma cura muito real.

Depois de algumas viagens para dentro, guiada por ela, esse contato passou a ser bem natural, como se ela fosse parte minha ou como uma voz que está sempre ao meu lado quando pergunto alguma coisa... e foi em uma dessas perguntas que fiz que ela me mostrou a cena do nascimento de Jesus com os três Reis Magos trazendo os presentes para Ele... e logo depois me mostra aquela cena congelada onde todos os personagens viraram bibelôs, e eu me via como uma mulher, em um outro tempo, com uma roupa comprida e olhando aqueles bibelôs que representavam o nascimento de Jesus em cima de um paninho... e eu tinha que tomar uma decisão naquela hora... deveria quebrar aqueles bibelôs que passaram a ser só imagens congeladas, mas... por um momento, fiquei na dúvida e me vi os embrulhando no pano e guardando no bolso... depois as imagens que vieram foram rápidas e sem muita nitidez... parece que aquela mulher foi presa e por estar guardando aqueles bibelôs foi condenada à morte...

A Avó nesse ponto me chama a realidade quando fala:
- Você precisa quebrar o vínculo com a religião católica...

Como minha família é mais ligada ao espiritualismo sem uma religião definida... e sempre acreditou em outras vidas, eu nunca fui ligada à religião católica... que respeito como todas as outras, porque acho que cada um tem a sua forma de se ligar com Deus...

Mas entendi que a Avó me falava das memórias equivocadas que ainda atuavam em mim de forma inconsciente...

À noite, peço a Avó que me ajude a limpar essas memórias e durmo... sonho que estou sentada em uma mesa para almoçar, e que diante de mim, meu prato está servido e quando olho para o prato vejo, horrorizada, que tem uma tartaruguinha verde na minha comida... sinto enjoo e, como não como carne, penso em tirar ela do meu prato... mas penso assim... ela morreu para isso, portanto, tenho que comê-la. Ela se sacrificou por mim...

E assim faço, passando mal de tanto enjoo e náuseas... e acordo, ainda, com um enjoo que não passa e com a boca enchendo de água quase o dia todo.

Na mesma hora a ficha caiu, ao mesmo tempo que uma voz ressoava dentro de mim...
"Ele morreu para nos salvar"... aquela imagem do sonho me trouxe uma liberdade que ainda nem tenho como avaliar... e a ideia de sacrifício me parecia agora absurda e incoerente.

E assim como comi a tartaruga, entendi como nos sacrificamos o tempo todo cada vez que fazemos qualquer coisa porque o "outro se sacrificou por nós"... vamos contra a nossa natureza sempre que nos sentimos devedores por causa do sacrifício do outro... e por isso precisamos fazer isso ou aquilo.

Percebi um círculo vicioso que se cria a partir dessas memórias equivocadas que se congelam no nosso inconsciente, tornando-nos eternos prisioneiros de histórias que nos foram contadas.
Quantos pais não se sacrificam pelos filhos e depois exigem de forma muito sutil que esses filhos se sacrifiquem por eles... ou fazendo uma carreira que eles acham é o melhor... e assim em um círculo vicioso, sacrifício gera sacrifício... quantas pessoas se sacrificam por tantas coisas... em lutas que nunca tem fim...
Quantas vezes nós mesmos lutamos para conseguir algo e quando alcançamos aquilo, vemos que não era bem o que nos faz feliz... mas, uma voz lá nos fundo nos fala assim... "eu me sacrifiquei tanto para conseguir isso"... e com isso não temos coragem de mudar, de começar do zero, se preciso for... sacrificando tudo para não violar nossa verdadeira natureza...

Sei que existem muitas explicações simbólicas que explicam a morte de Jesus na cruz, mas sei também que uma parte nossa pega esse símbolo ao pé da letra... e a cobrança em cima desse sacrifício é tanta que nos julgamos eternos devedores...
Muita coisa se ampliou para mim...
Dei um grito de liberdade com relação a essa imagem de sacrifício e senti como se Jesus estivesse rindo para mim, feliz por essa nova liberdade

Entendi que o que importa é o nascimento de Jesus, os personagens que foram congelados a partir dali em histórias e dramas sem fim, desses quero abrir mão... e o sentimento que quero ter é de Jesus sempre Vivo dentro de mim...
O sacrifício nos prende e limita... Jesus é Amor e Amor não tem limite.



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rubia
Rubia A. Dantés é Designer, cria mandalas e ilustrações em conexão...
Trabalhos individuais e em grupo, com o Sagrado Feminino, o Dom e o Perdão...
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