O Flautista Curador
por Izabel Telles em EspiritualidadeAtualizado em 16/09/2005 12:21:42
Inspirado no Flautista de manto malhado em Hamelin, de Robert Browning – que me foi gentilmente emprestado por uma grande contadora de histórias chamada Alessandra.
Havia um reino muito distante onde as pessoas viviam tranqüilas e felizes com suas atividades. Não conheciam o mal e prosperavam com alegria e trabalho.
Um dia, porém, os habitantes descobriram que bem no centro da praça havia um buraco. Cavaram o buraco e descobriram que lá em baixo, escondido de tudo e de todos, uma ninhada de ratos começava a nascer e num piscar de olhos se multiplicou ferozmente, espalhando pela vila terror, medo e pânico.
O Rei foi logo avisado e a primeira coisa que fez foi chamar um flautista que pesquisava a mente humana.
O flautista coçou a barba, revirou os olhos três vezes e falou serenamente quando soube do acontecido:
“Hummmm... ratos não são bons para a mente. Estes animais repugnantes roubam nossa energia e trazem a destruição para os bons pensamentos. Para eliminá-los, como o grande curador do reino que sou, cobro apenas um real por cada rato morto”.
O rei concordou imediatamente e o flautista curador saiu a campo tocando sua flauta encantada arrastando todos os ratos para um precipício.
Em 24 horas a vila estava totalmente livre dos ratos.
O povo comemorou, o rei comemorou e o flautista foi ter com ele dizendo:
“Pelas minhas contas você me deve 5 milhões de reais”.
O rei gritou:
- Cinco milhões para matar ratos!!!!!!!!!!!! Passe outro dia que vou pensar.
O flautista passou muitos dias e o rei e recusou-se a pagá-lo.
Como conhecedor da mente humana, o flautista começou a tocar uma outra música mágica e, desta vez, quem começou a seguir seus passos em direção ao precipício foram as crianças.
Ele sabia que, roubando a vida das crianças, a mente ficaria sem criatividade, alegria, luz e vontade. E, como todos sabem, sem isso ninguém consegue ser feliz!
Quando o rei e a população se deram conta do que se passava, foram correndo atrás do flautista com o todo o dinheiro que deviam para saldar a dívida.
O flautista contou o dinheiro e foi para seu canto compor novas músicas.
Moral da história: cura tem preço.