O Gnomo e a Borboleta...
por Rubia A. Dantés em EspiritualidadeAtualizado em 30/01/2004 16:34:02
Encontrei um cantinho novo no quintal onde plantei as ervas e bem cedinho fui para lá fazer um gnomo de argila... Enquanto meus dedos iam dando forma à terra... ia pensando na vida...
Tantas perguntas à espera de resposta... a razão sempre querendo encontrar respostas seguras dentro do que é conhecido para não ter que se arriscar no desconhecido...
Se ela soubesse que... é deixando ir o que precisa ser deixado que encontramos as respostas mais preciosas, com certeza não teria tanto medo.
Quando pensava assim... uma borboletinha passou bem pertinho e me fez lembrar de uma borboleta azul... que um dia também passou assim pertinho... Nem sei porque minha mente escolheu esse caminho... mas segui por aí distraída enquanto meus dedos trabalhavam a argila ...
Fiquei pensando que se aquela linda borboleta não se arriscasse a sair do casulo... nunca se conheceria naquela beleza azul... nunca saberia que tem asas e que pode voar...
Quantas e quantas vezes ficamos no casulo sem coragem de avançar, porque temos medo do que está por vir... mas, se nos arriscarmos além do que acreditamos ser um limite seguro... quanto tempo demoramos para descobrir as nossas asas... e voar...
Às vezes o que nos dá medo... é a nossa melhor parte.
Eu já pude experimentar isso em algumas oportunidades... mas na hora de arriscar sempre dá um frio na barriga... mesmo já sabendo de tanta coisa... mesmo já tendo vivido tanta coisa assim...
Por quê será que estou viajando nessa história da borboleta azul... será que vou passar de novo por uma grande transformação... Isso eu estou sempre passando... mas chega um ponto em que aquele movimento lento se manifesta de uma forma em que parece que é o ponto máximo da transformação... o ponto limite de uma forma de ser para outra... assim como... quando a borboleta sai do casulo... foi preciso todo um processo, todo um trabalho... tão importante quanto aquele momento mágico... para que ele acontecesse... senão... não teria como...
Acho que com a gente também é assim... tem um ponto limite em que percebemos que nos transformamos... Acho que estou chegando em mais um desses pontos... deve ser por isso que a borboleta insiste em se fazer presente...
Agora o rosto do gnomo já se mostrava definido e me era muito familiar... nem senti que o estava fazendo... parece que quando a borboletinha passou me levou para uma viagem com ela e quando me dei conta, já tinha feito o rosto do gnomo... transformei uma porção de argila em outra coisa... quanta coisa eu poderia ter criado com um pedaço de argila... mas escolhi um gnomo... que veio com a magia da borboleta que... nos ensina a passar pelas transformações, morrendo para uma forma de ser e nascendo para outra... mais enriquecedora...
A vida nos pede que entendamos que tudo se transforma e que... se não permitirmos que estas transformações ocorram dentro de nós... no tempo certo... o exterior irá ser uma eterna repetição das mesmas histórias... com personagens um pouco diferentes... mas sempre repetindo os mesmos dramas...
Você pode se surpreender de como as mudanças internas operam toda uma nova paisagem nas nossas vidas... todo o cenário muda para que novas peças entrem em cartaz...
Experimente fluir com as transformações de forma natural... e sair do casulo... suas asas podem ser tão lindas como as daquela borboleta azul e te permitir voar muito além de onde você está agora...
