O ponto de vista...
por Rubia A. Dantés em EspiritualidadeAtualizado em 12/11/2009 15:12:23
Tanto aprendizado e agora... como desaprender tudo que nos ensinaram que somos e que encobriu a nossa verdadeira natureza?
Uma identificação aqui... outra ali... seja com uma crença religiosa... uma idéia... um novo papel adquirido ao custo de muito esforço... e é claro, o apego a tudo isso.
Ao longo da vida... ou das vidas... vamos tomando posse de tantas e tantas coisas que não fazem parte da nossa essência, que não sobra quase nada de quem verdadeiramente somos.
Quando nos damos conta que “somos” tanta coisa que não somos... e em como estamos apegados a coisas... pessoas... conceitos... opiniões... regras... dá uma vontade de largar isso tudo e descobrir o que está encoberto por tantos acréscimos...
O Ser silencioso aguarda no profundo de cada um... dando sinais em vislumbres sutis de presença.
Mas o que nos faz buscar esse Ser, geralmente, é uma imensa insatisfação... venha por sofrimento... venha por falta de sentido na vida... ou de qualquer outra maneira, a chamada para o despertar chega a cada um na forma mais adequada a sua história.
Hoje depois de uma longa busca e muitos encontros preciosos, comigo e com o outro... percebo o quanto está mais leve esse caminhar rumo ao Ser... e como, uma mudança na forma que olhamos para as coisas, tem o poder de transformar tudo.
Quando recebemos nossa história... e as experiências que nos chegam, sob o ponto de vista de quem está sendo vítima da situação... tudo parece injusto e sem sentido. Por que isso está acontecendo comigo? O que eu fiz para merecer isso?
E o que parece ruim, só vai ficando pior...
Quando recebemos a vida sob o ponto de vista de que... ali está a configuração perfeita para liberar tudo que nos impede de ser verdadeiramente felizes... e recebemos tudo como oportunidade, o que era ruim já passa a ser visto sob uma nova perspectiva.
O que está vindo para ser limpo? O que posso liberar para que abrir espaços para o novo?
A vida pode ser boa ou ruim dependendo da nossa reação a ela.
E essa reação quase sempre é determinada por memórias que nos fazem reagir da pior maneira possível, acreditando que somos vítimas indefesas... essas memórias nos fazem repetir histórias que não deram certo e que nos causaram dor, medo, culpa... e quando vem de novo o mesmo tipo de situação, em nova roupagem, as memórias nos fazem reagir ao que já passou... nos tirando a possibilidade de fazer diferente e de mostrar que a vida pode ser renovada a cada dia.
Ao entendermos que... o que está fora é só um reflexo do que está dentro, vamos parar de fugir e de lamentar e passaremos a olhar de frente o que nos chega a cada dia porque, em última instância, descobrimos que não temos como fugir de nos mesmos. Aquilo que aparece fora está dentro e, portanto, não adianta culpar e nem fugir de pessoas e situações, porque outras e outras virão para nos mostrar que a realidade é como uma tela onde projetamos o que temos dentro...
É bonito a gente perceber que, depois dessa mudança de perspectiva e dessa tomada de consciência, passamos a ver os problemas como chances reais de tranformação, sem julgamentos nem conosco nem com o outro... porque entendemos que o outro também está dentro de nós... assumimos responsabilidade pelos problemas que nos aparecem, e olhamos para eles com gratidão, porque somos capazes de perceber a oportunidade de transformação que cada um nos oferece.
Agradecemos às memórias que chegam como possibilidades de nos libertar...
Ao não resistir à vida... esta passa a fluir ao nosso favor... fazemos a nossa parte e, com certeza, teremos toda ajuda do Grande Mistério...