O que fica é o Amor...
por Rubia A. Dantés em EspiritualidadeAtualizado em 08/04/2020 11:35:13
Outra noite, já deitada, ouvi uma dessas vozes internas, ou não... me falando que meu tempo havia acabado.
Fiquei um pouco em suspense e perguntei se eu iria morrer... A voz me perguntou o que tinha valido a pena no tempo que fiquei aqui...
Muitas lembranças vieram, mas foi claro que os momentos onde havia Amor foram os únicos que valeram a pena... todo o resto parece que perdia o sentido... E isso tornou tudo tão simples.
Como acordei no dia seguinte e não morri... entendi que a morte de algo em mim se aproximava... e de uma parte que até então se confundia comigo porque a sensação de fim era muito forte...
É incrível como o mesmo tipo de energia retorna em determinados ciclos do tempo, para possibilitar um aprofundamento da cura... e, por vezes, a liberdade definitiva para algumas coisas...
Nesse tempo, via-me às voltas com a liberação das culpas e do sacrifício... da ideia de sacrifício que temos e que nos leva a deixarmos de lado coisas que são taxadas de negativas pelas crenças e religiões... e que nos levam a pôr em risco a nossa felicidade. Nessa liberação, muitas sincronicidades aconteceram, não deixando dúvida de que era por aí mesmo que deveria seguir.
Sabe quando você começa a curar uma coisa e aquilo vai puxando outra... e outra... até que você percebe como são sofisticados os caminhos da nossa autossabotagem que nos fazem crer que o problema é um, quando, na verdade, é bem mais profundo?
O que nos aparece como problema na superfície pode estar escondendo algo bem mais difícil de ser encarado... E nesse caminhar dessa cura, entendi, por muitos sinais e sincronicidades, que um dos medos mais fortes que eu tinha era o medo da morte relacionado às memórias de perseguição pelo uso da intuição...
, Depois de muitas experiências profundas, resolvi olhar um texto de uma experiência muito forte que vivi no ano passado, e que me lembrei dele não sei por que.... e lá, descrevia tudo que eu estava passando novamente, só que agora com muito mais clareza e com outros elementos para completar e explicar mais um pouco... Era tudo tão sincrônico que parece que o Universo não queria deixar mesmo nenhuma dúvida... Mas dessa vez os sinais eram de uma liberação que na época do texto parecia mais difícil...
Tudo indicava que agora é a hora de liberarmos memórias de medo que nos mantiveram presos por muito tempo.
O fato de termos memórias onde já fomos punidos de forma, às vezes, até muito dolorosa, por usar os dons da intuição, faz com que afastemos toda possibilidade de repetir aquela dor. E com isso sabotamos nosso trabalho e tudo que possa nos remeter àquelas experiências.
Os ciclos de tempo retornam com a mesma energia para nos propiciar avançar mais um pouco na cura, voltamos à mesma questão, mas, em um nível acima.
Dessa vez, tive alguns sonhos e em um deles estava me escondendo em uma caverna com algumas mulheres, e uma voz me falava... Despertei com alguém falando:
- Naquele tempo o perigo era real, hoje não é mais.
Esse grupo de mulheres do sonho também está passando pela mesma liberação que eu... e estamos muito próximas nessa jornada.
Fiquei pensando na força dessas memórias que nos fizeram prisioneiros de uma ilusão; temos medo de coisas que não oferecem mais nenhum perigo porque são só memórias e muitas vezes inconscientes... Somos dominados por crenças nas quais não acreditamos mais, que nos guiam sem que nem saibamos que elas existem...
Mas, de tempos em tempos, acredito que a liberdade abre portas que podem nos levar a uma vida nova... a morte de algo para que o novo renasça.
A consciência vai se ampliando... ampliando e levando Luz às sombras, até que um dia a liberdade chega... E, nessas horas, onde pressentimos a oportunidade de deixar de vez, para trás, tudo que passou, uma esperança nova brota em nossos corações...
E quando nos libertamos da ilusão do medo, o que fica é o Amor...
"Você tem dentro de você mais amor do que você jamais poderia entender".
Rumi