O sentido da vida - a vida como ela é
por Maria Guida em EspiritualidadeAtualizado em 14/04/2003 11:35:39
Os Mestres da Fraternidade Branca nos ensinam que “Eu Sou” é uma constante afirmação de tudo o que vive.
Meditando sobre esse ponto, me pergunto se tudo o que vive tem consciência de que está vivendo, e chego finalmente ao ponto onde tudo se aclara: “Vida é consciência, em diferentes e infinitas gradações” sussurra um dos meus instrutores ao meu ouvido, justamente agora, enquanto escrevo.
Talvez seja por isso que eles, os mestres e instrutores, insistam tanto sobre a questão do autoconhecimento, ou ampliação da consciência.
Não foi fácil para a ciência estabelecer os pressupostos que definem o que é a vida. Vive tudo o que se move? Tudo o que se nutre? Tudo o que respira? Tudo o que pulsa? Tudo o que vibra? Tudo o que estabelece algum tipo de troca energética com o seu ambiente?
Mesmo quando foi possível traçar uma linha divisória entre o que vive e o que não vive, essa linha ainda tem pontos cegos, zonas obscuras, onde simplesmente não há como distinguir o que está vivo do que não está. E não é difícil entender por que.
Tudo o que existe é feito de átomos, mais ou menos densamente agrupados, mais ou menos intensamente integrados, trocando energias com maior ou menor periodicidade. Mas sempre vibrando, pulsando a partir de um ponto central.
Abandonando o padrão ocidental de pensamento, sentimos e sabemos que tudo o que existe está vivo.
Vida é um fenômeno que acomete a todo o existente. Se estende sobre todo o Universo. É qualidade absoluta de tudo o que há.
Vida é consciência emanando a partir de um ponto central, buscando expandir-se para a sua máxima possibilidade de irradiação, para exprimir a sua primeira e imediata realidade. A afirmação de que “É o que é”. Vida é consciência materializada, constantemente repetindo: Eu sou!
Se tudo o que há, dentro e fora do mundo conhecido, está vivo, temos que admitir que “não-vida” é a única coisa que não há.
Você deve estar se perguntando porque é que nós utilizamos a expressão “não-vida”, ao invés do antônimo habitualmente usado. É que a palavra morte, e a realidade que ela representa, não serve para definir o que não existe, o que nunca existirá.
Morte não é sinônimo de não-vida. Nem vice-versa.
Porque a vida, em seus incontáveis estágios de consciência, passa por inúmeros episódios de transformação, experimentando novas formas de expandir-se, novas maneiras de exprimir-se e afirmar que “É o que é”.
Se permanecermos alguns minutos em silêncio, propostos a um mediano exercício de sinceridade e nos perguntarmos qual é a razão última para tudo o que fazemos, chegaremos fatalmente a reconhecer que tudo o que temos de verdadeiramente nosso é o ritmado (ou desritmado) bater de nosso coração.
Esse pulsar é a exteriorização mais imediata de nossa consciência, afirmando repetidamente que “É aquilo que é”.
Todo o existente é uma porção individualizada de matéria consciente, organizada de forma a expandir-se a partir de um centro, buscando irradiar e trocar energias, em esferas de influência cada vez maiores.
Quando essa irradiação e troca pode ser mantida com periodicidade regular, ela se chama respiração.
Respirar é muito mais do que aspirar átomos de oxigênio e liberar gás carbônico.
Respiração é consciência em ação, não apenas pulsando em afirmação constante de que “É o que é”, mas também sustentando essa afirmação e influenciando o ambiente e as demais consciências que dele compartilham através da irradiação e troca.
Se permanecermos quietos por alguns minutos, propostos a um mediano exercício de sinceridade, reconhecendo que somos consciência materializada, pulsando a afirmação constante de que “Somos o que somos” e buscando irradiar essa energia afirmativa para todas as demais consciências que conosco compartilham o Universo, teremos conseguido fazer aquilo que a maioria das pessoas considera bem difícil realizar.
Teremos entrado em comunhão com o Todo.
Nos sentiremos parte daquilo que unicamente existe e verdadeiramente é.
Teremos atingido o Alfa e Ômega.
E mesmo que não tenhamos a menor intenção, estaremos em contato com a essência do Universo. A fonte da própria vida. A vida, como ela é.
E é a isso, meus caros, que chamamos meditar.
Somos Todos UM!