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Olhos serenos no meio da tempestade

por Wagner Borges em Espiritualidade
Atualizado em 21/08/2009 13:09:46


(Quando os Corações se Encontram no Zimbório Celeste)

Hoje, quando caiu a noite, a tempestade se fez e o céu se encheu de esplendores.
Os raios dançavam no negrume do céu, enquanto os trovões ribombavam o seu poder sonoro na atmosfera.
A força da Natureza é impressionante! É beleza selvagem, sem cabresto.
Olhando a festa natural no firmamento, quedei mais uma vez e pensei nas coisas do espírito. Pensei no Poder Invisível que criou a tormenta e que é doce calmaria infinita. O mesmo Poder Secreto que criou os meus olhos, que vêem a tempestade, e o meu coração que a aprecia.

Pensei que, para além da atmosfera e seus fenômenos que tanto me encantam, o mesmo Poder Incomensurável continuava apresentando o espetáculo de suas infinitas luzes brilhando no zimbório celeste.
Senti que os meus olhos brilhavam no meio da noite escura, tal qual as miríades de estrelinhas na imensidão sideral. Eu e elas, frutos do mesmo Poder Engendrador de todas as coisas.
Então, junto com o clarão de mais um raio, um pensamento estalou em minha mente: será que outros olhos estariam brilhando lá em cima, também encantados com a beleza da tempestade?
Surpreso com tal idéia, fui até a sacada e abri a janela. O vento e a chuva saudaram o meu rosto com uma forte rajada e realizaram um pandemônio nos papéis que estavam na mesa. Mas eu não me preocupei com isso, apenas olhei para cima.

E fiquei ali por um bom tempo, recebendo os elementos da natureza como meus irmãos, admirado, e ponderando sobre os outros irmãos além da atmosfera, lá em cima, em suas naves reluzentes, também encantados com o mesmo Poder Gerador de todas as maravilhas.
No meio da noite, entre a tempestade e o zimbório celeste, os nossos olhares se cruzaram espiritualmente, brilhando entre os pensamentos.
Da mesma maneira que o vento e a chuva me saudaram numa rajada límpida e fresca, eu saudei em silêncio aqueles outros olhos, de coração a coração, na linguagem do Amor Que Ama Sem Nome.
Aqueles outros olhos, tão encantados quanto os meus.
No centro da noite, eu quedei, mais uma vez, maravilhado com a tormenta.
Maravilha das maravilhas: no meio dela, a calmaria espiritual.
E, algures, no espaço sideral, os olhos que eu não vi, mas o meu coração sentiu.
Em silêncio, fiquei ali com os elementos da natureza, admirado e leve, com os dois olhos iguais a diamantes.
(Esses escritos me foram inspirados espiritualmente por um escritor extrafisico*. Fui acordado no meio da noite para grafar essas palavras rapidamente).

- Nota:
Sobre esse escritor extrafísico, favor ver o texto “Viajando no Fogo Doce e Arrebatador”, já enviado anteriormente pelo site. Link no final do texto.




FLEXIBILIDADE – A ARTE DE VIVER
(Aprendendo a Esfriar a Fervura das Emoções)

Na vida, as coisas são como têm de ser. Nem sempre acontece o que se quer.
Tudo é possível, dentro da relatividade das possibilidades e das percepções. O que comove um, pode irritar outro.
As coisas da vida são como o rabo de um jumento: balançam para lá e para cá...
Quem é radical na postura –filosófica, religiosa, humana ou espiritual–, dança feio nas pistas da relatividade.
Na natureza nada é fixo; tudo vibra, tudo muda. A única coisa imutável é a lei cósmica de que tudo muda.
A flexibilidade é a grande firmeza, como ensinavam os antigos sábios taoístas. Por isso, o bambu novinho não quebra contra o vento: ele é flexível. Já o bambu velho é ressecado e duro; contra o vento, quebra facilmente.
Os antigos iniciados celtas também ensinavam algo parecido e usavam, como exemplo didático, o instinto da tarântula, quando tecia sua teia. Essa aranha –uma das mais venenosas dentre os aracnídeos–, prende as pontas de sua teia em pequenas plantas ou em ramos flexíveis. Dessa forma, quando o vento sopra contra, sua teia não se rompe, pois sua base não é rígida. A teia até balança muito, em conseqüência do movimento dos ramos onde está baseada, mas não quebra. Na flexibilidade de suas bases, está a firmeza!
Logo, quem é rígido nas coisas da vida corre o risco de quebrar feio. Como diz o ditado popular: “Nunca diga nunca!”

Não leve as coisas para o lado pessoal, nem dramatize o que acontece. Certos eventos rolam por causa da relatividade das possibilidades. Tudo é possível. Por isso, abra a mente.
Agora, faz calor; mais tarde, ventará; e depois, virá a chuva. Isso não tem nada a ver com você, é só o jeito da natureza e seus ciclos vitais. Com você presente ou não, o mundo continuará girando sem parar... Quer você ria ou chore, a natureza é do jeito dela! Então, de que adianta se agitar e reclamar porque o tempo não está como você quer?
E, dentro de você mesmo, não é assim também?
Tem hora em que você está bem quente, irritadão. Em outros momentos, frio, desinteressado. E, às vezes, chove torrencialmente em seus olhos – choro. Preste atenção: a natureza não tem nada contra você. Se toque: você não é vítima de coisa alguma.
Quando o vento vier, seja como o bambu novinho: balance, mas não caia! Quebrar, para quê?
E, quando tecer os pensamentos e intenções em sua mente, que suas bases sejam flexíveis.
Agora faz calor; mais tarde, ventará; e depois virá a chuva. Da mesma forma, agora é primavera; em breve virá o calor do verão; depois, o outono refrescará a atmosfera; e, finalmente, o frio chegará com o inverno. E tudo o que nasce, vive e cresce, fenecerá no fim do ciclo... E viverá além, em outros ciclos astrais, sempre seguindo...
A natureza é o que ela é! Quer você ria ou chore, tudo passa...
E, da próxima vez que o vento da vida vier de frente com você, qual será sua reação? Bambu velho e rígido? Ou bambu novinho e flexível? Tecedeira com bases fixas? Ou a sabedoria da tarântula nas bases flexíveis?
Se ligue: nada de tempestade em copo d’água! Dê um tempo na agitação e na sua irritabilidade. Esfrie essa fervura!
Se ligue: pode ser que haja ventania vindo por aí... ou não! Quem sabe?
Parodiando os espíritos da Companhia do Amor (1), digo a você: o mantra (2) de hoje é “OM Bambuzinho OM!”Notas:
1. A Cia. do Amor é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor.
Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.
Para mais detalhes sobre o trabalho dessa turma maravilhosa, ver os livros "Companhia. do Amor -A Turma dos Poetas em Flor– Volumes 1 e 2" - Edição independente; Wagner Borges e sua coluna no site do IPPB, que é uma das seções mais visitadas: link

2. Mantra –do sânscrito– palavra oriunda de Manas: Mente; e Tra: Controle. Literalmente, significa "Controle da mente".
Determinadas palavras evocam uma atmosfera superior que facilita a concentração da mente e a entrada em estados alterados de consciência. Os mantras são palavras dotadas de particular vibração espiritual, sintonizadas com padrões vibracionais elevados. São análogos às palavras-senhas iniciáticas que ligam os iniciados aos planos superiores.
Pode-se dizer que os mantras são as palavras de poder evocativas de energias superiores. Como as palavras são apenas a exteriorização dos pensamentos revestidos de ondas sonoras, pode-se dizer também que os mantras são expressões da própria mente sintonizada em outros planos de manifestação.



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Wagner Borges é pesquisador, conferencista e instrutor de cursos de Projeciologia e autor dos livros Viagem Espiritual 1, 2 e 3 entre outros.
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