Os fantasmas do Tsunami japonês
por Acid em EspiritualidadeAtualizado em 05/11/2020 17:27:21
A Netflix continua trazendo bons documentários sobre temas interessantes. Novamente a série Mistérios Sem Solução, que na primeira temporada falou do OVNI de Berkshire, agora traz um episódio sobre os Espíritos pós-tsunami, onde moradores de Ishinomaki, no Japão, contam as histórias dos fantasmas das vítimas do Tsunami de 2011 que perambulavam pela cidade em busca de entender o que aconteceu, sem saber que estavam mortos.
O Tsunami de 2011 (provocado pelo terremoto que afetou todo o país) provocou ondas de 40 metros e matou perto de 20 mil pessoas, além de causar um acidente nuclear em Fukushima. Apesar do Japão estar sempre preparado para Tsunamis, com treinamentos e um povo ordeiro, ninguém imaginava que as águas pudessem entrar tão para dentro do país. E assim muitas pessoas foram pegas de surpresa. Nesse mundo esotérico nós sabemos que mortes traumáticas, especialmente coletivas, causam uma perturbação não só no mundo físico e psíquico (óbvio), mas também isso fica impregnado, de alguma forma, no astral. E não é difícil termos relatos de "fantasmas" (seja lá o que for isso) em lugares como Nova Orleans, onde 1.800 morreram por causa do Furacão Katrina, como também no Tsunami da Tailândia.
É esta a "beleza" que me fez escrever esse post. Três lugares diferentes, com religiões e culturas diferentes (Japão e Tailândia são budistas, mas de estilos diferentes. O Japão é um budismo xintoísta e Mahayana, enquanto a Tailândia é um Theravada bem específico) em relação ao pós-morte, mas é um fenômeno que simplesmente ACONTECE e não deveria ser ignorado pela ciência (mas, de alguma forma, sempre é).
No episódio da Netflix vemos como taxistas passaram a pegar passageiros que, ao chegar no destino simplesmente DESAPARECIAM de dentro dos carros (assim como na Tailândia), e também acompanhamos um caso interessantíssimo de exorcismo japonês, onde o próprio monge budista admite que está fora dos cânones, mas funcionou. Esse "exorcismo" (que não tem nada do drama de Hollywood nem espíritos ruins) é algo que se faz comumente aqui no Brasil, em centros espíritas. Aparentemente certos espíritos (talvez mais do que a gente pense) ficam num "limbo", revivendo o momento da morte e presos ao trauma, sem que espíritos socorristas possam ajudá-los, pois não conseguem (por motivos vibracionais ou psicológicos, não sei) acessar esses "filmes". Então é preciso que um médium incorpore este espírito, fazendo com que traga toda aquela carga físico / mental pra um nível mais terreno, onde esse choque permite que o espírito se "desarme" e fique mais acessível a que espíritos socorristas o levem pra outro nível. No caso do documentário era uma menina que estava se culpando por ter largado a mão do irmãozinho quando ambos foram pegos (e mortos) pela onda. Ela queria se desculpar com a mãe. No caso a esposa do monge japonês fez o papel da mãe, e aquela carga emocional foi enfim liberada e, o mais interessante, a esposa diz ao espírito, intuitivamente: "Vamos caminhar em direção à luz". E então o espírito vai embora. Uma fantástica demonstração de como compartilhamos sem saber certos métodos pra lidar com o sobrenatural. Essa última parte me lembrou inclusive a Constelação Familiar, onde pessoas assumem o papel de outras e, num nível psicológico, essa transferência funciona liberando emoções represadas. Se funciona com vivos, por que não funcionaria com mortos?
Eu presenciei momentos como esses e falas quase iguais diversas vezes. Espíritos algumas vezes presos em seus traumas desde o tempo dos escravos. Tempo e espaço pelo visto pouco importam. Até a série Lúcifer (Já fiz tantos posts de coisas da Netflix só esse ano que eu devia ao menos ganhar uma assinatura vitalícia dela.) traz esse limbo, onde os eventos se repetem, como uma forma de punição (Inferno). Sim, mas na realidade é uma punição auto-inflingida. Nem sempre por culpa, às vezes trauma, raiva ou ignorância. Por isso é tão importante a educação sobre o "outro mundo". E sabemos tão pouco... Por isso no Nepal existia um MANUAL pós-morte, conhecido como Bardo Thodol o Livro Tibetano dos Mortos.