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Os mistérios da consciência - Parte 1

por Elisabeth Cavalcante em Espiritualidade
Atualizado em 07/07/2003 11:29:55


Embora o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung tenha sido o primeiro a descobrir e explorar o que ele veio a chamar “o inconsciente coletivo” no homem* e dar-lhe uma importância e um significado contemporâneos, posteriormente não foi o mistério desse desconhecido universal na mente humana, mas um mistério muito maior que lhe obcecou o espírito e conduziu toda a sua investigação: o mistério da consciência e da sua relação com o grande inconsciente.

Segundo Jung, o inconsciente e o consciente existem num estado profundo de interdependência recíproca e o bem-estar de um é impossível sem o bem-estar do outro. Se a conexão entre esses dois grandes estados do ser for diminuída ou danificada, o homem* ficará doente e despojado de significado. Se o fluxo entre um e outro for interrompido por muito tempo, o espírito e a vida humana na Terra serão remergulhados no caos e na escuridão.

Para o psiquiatra, a consciência não é, como acreditam, por exemplo, os positivistas lógicos, um simples estado de mente e espírito intelectual e racional. Não é alguma coisa que dependa exclusivamente da capacidade do ser humano para a articulação, como sustentam alguns, a ponto de afirmar que o que não pode ser articulado verbal e racionalmente não tem sentido e não é digno de expressão.

Ao contrário, Jung provou, empiricamente, que a consciência não é apenas um processo racional e que o homem moderno está doente e destituído de significação porque, por séculos desde a Renascença, perseguiu cada vez mais um desenvolvimento baseado no pressuposto de que a consciência e os poderes da razão são a mesma coisa. Lembremos do “penso, logo existo” de Descartes, uma das muitas manifestações da subversão do espírito criador do homem*.

Jung apresentou provas, extraídas do seu trabalho entre os chamados “loucos” e as centenas de pessoas “neuróticas” que lhe pediam uma resposta para seus problemas, de que a maior parte das formas de insanidade e desorientação mental era causada por um estreitamento da consciência, e que quanto mais estreita e mais racionalmente focalizada fosse a consciência do homem*, tanto maior seria o perigo de hostilização das forças universais do inconsciente coletivo, a tal ponto que elas se levantariam, digamos assim, em rebelião e esmagariam uma consciência penosamente adquirida.

Talvez uma das mais importantes contribuições de Jung para uma nova e mais significativa compreensão da natureza da consciência é a de que ela só poderia ser renovada e ampliada, na medida em que a vida assim o exigisse e pela manutenção de suas linhas não-racionais de comunicação com o inconsciente coletivo.

Por esse motivo ele dava grande valor a todos os caminhos não-racionais ao longo dos quais o homem* tentara, no passado, explorar o mistério da vida e estimular o seu conhecimento do universo que se expandia à sua volta em novas áreas de ser e conhecer. Essa é a explicação do interesse de Jung pela astrologia, pelo tarô e pelo I-Ching.

Ele reconheceu, de imediato, que o tarô tinha sua origem e antecipação em padrões profundos do inconsciente coletivo, e proporcionava maior potencial de acesso e de percepção destes padrões. Era outra ponte não-racional sobre o aparente divisor de águas entre o inconsciente e a consciência, e ajudava a aumentar o que deve ser o fluxo de movimento crescente entre a escuridão e a luz.

As figuras dos Arcanos do tarô contam uma história simbólica. Tal como os nossos sonhos, elas nos vêm de um nível que a consciência não alcança, e muito distante da nossa compreensão intelectual. Nos sonhos, as associações puramente pessoais têm valor limitado.

A melhor conexão que podemos fazer para entendermos o significado dos Arcanos é através da analogia com mitos, contos de fadas, parábolas ou qualquer outro material com motivos similares, que evocam universalmente grupos de sentimentos, intuições, pensamentos ou sensações, as quatro principais funções do ser humano.

* O termo aqui não se relaciona com a designação do sexo masculino mas refere-se ao ser humano.


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elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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