Pactos e Fidelidade
por Wilson Francisco em EspiritualidadeAtualizado em 22/12/2006 11:45:44
Katia tem duas atitudes interessantes, uma a de não gostar de ver gente morta, em hipótese alguma, inclusive sua avó materna, pessoa muito querida para a qual destinou sempre carinho e compaixão. Por isso, fez com ela um pacto: depois da morte não quero vê-la mais. Os anos passaram e a avó nunca apareceu nem em sonho. A outra atitude é não gostar de água, aprecia o mar, os lagos, etc. e tal mas não toma água.
Dia desses, ela viveu uma experiência interessante, ao dormir ou quase isso, num processo que pode ser mais um desdobramento do que propriamente um sonho. Katia se viu diante da avó querida, que se apresentava à sua frente, quebrando o compromisso assumido e mais do que isso, ofereceu água para a neta amada. O pacto fora quebrado.
Voltou desse estado de sonolência muito curiosa... o que teria levado sua avó a desfazer o compromisso assumido? Dias depois, navegava pelo site somostodosum e teve a oportunidade de ler um artigo meu, onde menciono a relação psíquica existente entre a avó materna e a água.
Nessa pesquisa que realizei e que aplico no Projeto Mutação, cada um dos avós, tanto neste lado como no mundo paralelo, representa uma fonte de energia cósmica que pode ser uma referência importante para a estruturação do psiquismo infantil e até do adulto. E há casos em que utilizo esse processo para restaurar comportamentos que ameaçam inviabilizar a vida da criatura. Para um jovem, desajustado, indiquei o processo de conexão com o avô paterno, que simbolicamente representa o fogo e pode ser a fonte de coragem e destemor para o rapaz que necessita urgentemente modificar hábitos, mas se encontra dominado por vícios.
Se você, por exemplo, está num momento da sua vida em que se torna indispensável a transformação ou a flexibilidade, faça o exercício de conexão com sua avó materna. Ela será a fonte de energia que alavancará forças em seu íntimo para que você conquiste o talento da flexibilidade que lhe permitirá introduzir, numa vida atribulada, ações de resignação e alegria.
No caso da Kátia, o Universo trouxe um caminho através da ação de um antepassado, a avó. A internauta relatou o fato e eu fiz a leitura do processo, para que ela pudesse entender o recado que fora trazido por sua avó.
Esta mobilização das forças anímicas, da receptividade ao desconhecido, pode fazer parte de nossa vida. Afinal, todos somos seres espirituais, antes de “entrar” no mundo físico e, portanto, no mundo paralelo pode estar uma série de recursos necessários e até imprescindíveis para a vida humana. Mas isso não tem a ver com religião, e sim com o sentimento mais nobre que entendo existir no ser humano: “fidelitas”, ou seja, fidelidade.
Fidelidade a quem ou com o quê? Ser fiel à sua essência é abrir espaço em sua mente e coração para que o Universo se manifeste em você. Veja o caso citado acima, havia um compromisso, que foi quebrado, porque acima do pacto que a neta fizera com a avó, estava naquele tempo, a necessidade de um salto consciencial da moça que foi detectado por sua avó, que migrara para o mundo paralelo. A avó, portanto, realizou uma atitude de fidelidade ao amor, ao compromisso de apoio e amor incondicional que todos os avós têm com seus netos, aliás este (o amor incondicional) é um talento atribuído exclusivamente aos avós, seguindo pesquisa que realizei.
A fidelidade também é um sentimento que deve ser sempre desenvolvido e praticado na própria criatura. Mantenha-se firme em seus propósitos, em suas metas. Dinorá realiza o Projeto Mutação. É uma mulher de fina sensibilidade, carinhosa e extremamente sintonizada com atitudes de singeleza. No entanto, está comprometida com um rapaz muito inteligente e astuto, que busca a todo custo comprometê-la com suas buscas, deixando de lado este aspecto visionário e sonhador que ela tanto curte. Alertei-a sobre o perigo de deixar de fazer o que gosta e ambiciona, perdendo a fidelidade para com sua alma. Mais tarde, poderá cobrar o companheiro por esta perda ou ainda poderá se desfibrar, pelo abandono de seu jeito de ser.
O amor não é cego. É possível amar e enxergar. Estar com alguém é compartilhar sonhos e ambições comuns aos dois, sendo fiel a seus propósitos sem colidir frontalmente com as metas do companheiro. E para tanto, também podemos convocar nossos antepassados, os avós e colocar a cabeça em seus joelhos - mentalmente - e ouvir com carinho estórias faladas por essas almas nobres.
Na verdade, este aplicativo que eu utilizo no meu trabalho, tem como objetivo resgatar uma relação muito importante que hoje está ameaçada. É a relação entre netos e avós. Era comum antigamente ficarmos sentados à mesa ou à beira do fogão de lenha (no interior) ouvindo estórias e “causos” bastante significativos que nos prendiam a atenção e que permanecem no imaginário infantil, estruturando atitudes ou fincando estacas indicativas de perigo iminente.
De uma forma ou de outra, no entanto, eles eram contados com tanto carinho, que se assemelhavam aos processos de que se utilizavam os mestres da antigüidade para contar histórias, como um processo de inclusão dos aprendizes nas escolas de iniciação.
