Ramana Maharishi - Um Gigante-Menino nas flores do eterno - Parte 3
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 01/04/2010 14:48:56
Ramana**, eu olho as luzes da noite na grande cidade,
E elas me parecem tão opacas...
Porque eu vejo o brilho dos seus olhos,
Por entre os planos.
E o amor vem... Suavemente,
Como ondas de (Ananda - do sânscrito - bem-aventurança espiritual; êxtase espiritual; um estado de consciência elevado.) ananda(*) em meu coração.
E, no seu olhar silencioso,
Eu vejo o reflexo do mundo.
Você está abraçando a humanidade,
De algum jeito que não sei descrever.
Porque isso é muita coisa
Para o meu entendimento.
Mas eu sinto e compreendo o que você
Está fazendo, pelo seu olhar.
Sei que você está ajudando a muitos,
Invisivelmente, e tem mais o que fazer...
Contudo, você sempre me dá a chance
De perceber o seu olhar na noite.
Mesmo com a grandiosidade serena de seu trabalho,
Você me percebe.
Mesmo em meio ao bulício do mundo,
Você sabe onde estou.
E você conhece o meu coração,
E me deixa sentir o seu...
E eu sou um pequeno ponto de luz,
E você é um sol.
Sim, um sol de amor.
No seu olhar.
E esta noite está mais linda,
Porque eu estou vendo a luz em seus olhos.
Essa luz que é pura ananda.
Que abraça em silêncio.
Ah, Ramana, eu sou só um cisco,
Uma centelhinha do Eterno,
Tentando melhorar o brilho.
Mas você me permite entrar no seu sol.
E eu vejo essa luz, além das luzes do mundo...
E escuto algo, em meu coração.
Um sussurro espiritual, cheio de amor,
Vindo do seu coração.
E compreendo.
Pelo seu olhar.
A serenidade.
Que é consciência.
P.S.:
Ah, Ramana, essa noite está linda!
Porque, mais uma vez, eu vejo o seu olhar.
E eu sei o quanto isso vale.
Os nós do coração são desatados...
Na presença do amor.
E surge uma alegria serena...
No contentamento do espírito.
E a noite vira sol, dentro do peito.
Enquanto, silenciosamente, você vela pelo mundo.
E uma brisa pacífica e sutil abençoa a humanidade.
E aquela paz, que não é desse mundo, cala fundo na noite.
Sim, Ramana, essa noite realmente está muito linda.
Tão linda como o seu olhar.
É só o amor que nos leva...
Gratidão.
Paz e Luz.
- Wagner Borges – centelhinha do Eterno vendo um Sol de Amor...
- Notas:
* Bhagavan Sri Râmana Mahârshi (30 de dezembro de 1878 — 14 de abril de 1950), mestre de Advaita Vedanta e homem santo do sul da Índia. Considerado um dos maiores sábios de todos os tempos, tornou-se conhecido no Ocidente especialmente através do livro "A Índia Secreta", do jornalista e escritor inglês Paul Brunton, que retratou os ensinamentos de Ramana, transmitidos, na maioria das vezes, em silêncio absoluto, aos seus discípulos.
Shri Ramana Maharshi foi o grande representante da sabedoria milenar da Índia no século XX. Isso não significa que ele foi um acadêmico que sabia de cor e salteado os textos sagrados da religião, mas sim que viveu e mesmo personificou, à perfeição, tal sabedoria. Na verdade, ele não escreveu nenhum livro. Ensinava o jnana, “via do conhecimento espiritual” mais puro. Ao mesmo tempo, ressaltava que as outras duas outras grandes vias espirituais, a do karma (das ações) e da bhakti (devoção) estavam contidas no jnana.
Obs.: Carl Gustav Jung escreveu um extenso texto sobre Ramana Maharshi, que pode ser acessado no excelente site link e aqui
Há uma foto de Ramana Maharishi (com aquele olhar especial e cheio de amor) postada no site do IPPB e ao lado.