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Repressão

por Elisabeth Cavalcante em Espiritualidade
Atualizado em 13/01/2006 12:20:01


A repressão pode manifestar-se em nossa vida de várias maneiras: a primeira delas quando ainda crianças somos vítimas de pais repressores que nos impedem de expressar livremente nossa natureza espontânea e ainda extremamente ligada ao mundo instintivo.

Depois, podemos nos deparar com professores, patrões, amigos e até mesmo parceiros afetivos repressores. Um dos efeitos mais danosos da repressão é quando incorporamos inconscientemente um “algoz” interior que continuará nos limitando, ainda que os repressores de verdade não façam mais parte de nossa vida.

No dicionário, reprimir significa não deixar que aconteça, se manifeste, se movimente, se desenvolva. Outros significados associados ao verbo reprimir são: não fazer, não completar (gesto, expressão de sentimento), dominar, controlar as próprias ações, oprimir, punir, castigar.

Se refletirmos acerca de cada uma destas expressões, veremos o quanto as vítimas da auto-repressão acabam limitando suas vidas e impedindo o próprio crescimento e a expressão de sua individualidade.

Ao repressor interior devemos contrapor nosso guerreiro interno que, por mais que não acreditemos, está e sempre esteve presente em nós. Apenas foi enfraquecido ou pouco alimentado pelas circunstâncias de nossas vidas.

Manifestar nossos sonhos e desejos, fazer com que se tornem realidade, completar todas as etapas necessárias para alcançar um objetivo, agir sem medo de errar e não se punir quando os enganos acontecem são as atitudes típicas do guerreiro, aquele que não se intimida diante dos obstáculos.

Encontrá-lo e permitir que se expresse é uma árdua tarefa para aqueles cuja coragem e iniciativa jamais encontraram estímulo no meio em que viveram. Mas, nunca será tarde para que ele desperte. Sempre haverá tempo de descobrirmos o guerreiro que se oculta em nós, se estivermos de fato empenhados em permitir que nosso verdadeiro eu possa sair da sombra e expressar-se em toda a sua plenitude.

“O coração como método

O homem pode funcionar a partir de três centros: um é a cabeça, outro é o coração e o terceiro é o umbigo. Quando você funciona a partir da cabeça, você produz pensamentos e pensamentos e pensamentos. Eles são muito insubstanciais, da matéria dos sonhos - eles prometem muito e não entregam nada.

A mente é uma grande trapaceira, mas tem uma tremenda capacidade de iludir, porque ela pode projetar. Ela pode lhe dar grandes utopias, grandes desejos, e vai sempre dizendo: “Amanhã vai acontecer” - e nunca acontece.
Nada acontece na cabeça - a cabeça não é o lugar para as coisas acontecerem.
O segundo centro é o coração. É o centro do sentir - sentimos através do coração. Você está mais perto de casa - não ainda em casa, mas mais próximo. Quando você sente, você é mais substancial, você tem mais solidez; quando você sente, há a possibilidade de algo acontecer. Não há nenhuma possibilidade com a cabeça, há uma pequena possibilidade com o coração.

A coisa real não é o coração ainda. A coisa real é mais profunda que o coração - é o umbigo. É o centro do ser.

Pensar, sentir e ser - esses são os três centros. Mas certamente o sentir está mais próximo do ser do que o pensar, e o sentir funciona como um método.

Se você quiser descer da cabeça, precisará passar pelo coração - esse é o ponto de cruzamento onde as estradas se separam. Você não pode ir diretamente ao ser, não é possível; você precisará passar pelo coração. Assim, o coração deve ser usado como um método.

Sinta mais e você pensará menos. Não lute contra os pensamentos, porque lutar contra os pensamentos significa novamente criar outros pensamentos de luta. Então, a mente nunca é derrotada. Se você ganhar, foi a mente que venceu; se você for derrotado, você é o derrotado. Nunca lute contra os pensamentos; isso é inútil. Em vez de lutar contra os pensamentos, mova a sua energia para o sentir. Cante em vez de pensar, ame em vez de filosofar, leia poesia em vez da prosa. Dance, olhe a natureza, e tudo o que você fizer, faça-o através do coração.

Por exemplo, quando você tocar alguém, toque com o coração, toque sentindo, deixe seu ser vibrar. Quando olhar para alguém, não olhe simplesmente com olhos mortos como pedra. Deixe sua energia verter através dos olhos e, imediatamente, você sentirá que algo está acontecendo no coração. É apenas uma questão de experimentar.

O coração é o centro negligenciado. Quando você começa a prestar atenção nele, ele começa a funcionar. Quando ele começa a funcionar, a energia que estava automaticamente indo para a mente, começa a se mover através do coração. E o coração está mais próximo do centro de energia. O centro de energia está no umbigo - assim, bombear energia para a cabeça é, na verdade, um trabalho árduo.

É para isso que existem todos os sistemas educacionais: para ensiná-lo a bombear energia do centro, diretamente para a cabeça. Para ensiná-lo a se desviar do coração. Dessa maneira, nenhuma escola, nenhum colégio, nenhuma universidade ensina a sentir. Eles aniquilam o sentir, porque sabem que, se você sentir, não poderá pensar.

Se você sentir muito, então a energia ficará parada no centro do coração, não irá para a cabeça. Ela só pode ir para a cabeça quando o centro do coração é completamente negado. Ela tem de ir para algum lugar, tem de encontrar uma saída. Se o coração não for a saída, ela irá para a cabeça.

De fato, todo o sistema educacional desenvolvido em todo o mundo é para ensiná-lo a evitar o coração, a como tornar-se mais e mais mental e a como bombear a energia diretamente para a cabeça.

Assim, o amor é negado, o sentimento é negado, condenado - é quase um pecado sentir. A pessoa tem de ser lógica e racional, não emocional. Se você for emocional, as pessoas dirão que você é infantil - de certa forma, eles estão literalmente certos, porque só uma criança sente. Uma pessoa adulta instruída, culta, condicionada, pára de sentir. Ela se torna quase seca, madeira morta - não flui mais nenhum sumo dali. Daí haver tanto sofrimento: o sofrimento é por causa da cabeça.

A cabeça não pode celebrar, não há nenhuma celebração possível através da cabeça - ela pode pensar sobre e sobre e sobre, mas ela não pode celebrar. A celebração acontece através do coração.

Assim, a primeira coisa é começar a sentir cada vez mais e mais. Torne-se uma morada de amor, um santuário de amor; este é o primeiro passo. Uma vez que você dê este primeiro passo, o segundo será muito, muito fácil.

Primeiro, você ama - a metade da jornada está completa. E assim como é fácil mover-se da cabeça para o coração, é ainda mais fácil mover-se do coração para o umbigo. No umbigo você é simplesmente um ser, puro ser”.

OSHO, For Madmen Only.




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elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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