Resgatando o verdadeiro Eu
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 26/08/2005 13:40:39
Ao longo da vida vamos construindo nossa identidade a partir de nossa história familiar, de nossos relacionamentos sociais e dos valores que nos são impostos pela sociedade como um todo.
E, na maioria das vezes, ocorre um enorme distanciamento entre o que desejamos e o que o mundo espera de nós. Para muitas pessoas, não corresponder à expectativa do mundo simboliza uma atestado de fracasso, de que falharam, não conseguiram seguir o modelo por este definido como o de um ser vencedor.
Para estas pessoas, aliás, tomar consciência dos próprios desejos é algo bastante difícil, visto que não desenvolveram o hábito de se autoquestionar e refletir acerca dos próprios sentimentos.
Seguem pela vida de acordo com o que lhes foi “ensinado” ser o certo e sentem-se totalmente impotentes para questionar tais valores. Muitas desconhecem as raízes da própria infelicidade ou se recusam a enxergar a verdade, pois isto exigiria o reconhecimento de que não possuem a coragem necessária para mudar.
A busca da felicidade inclui, para a maioria de nós, a necessidade de reconstruir o próprio Eu, mudando o que for preciso para que nossa vida se adapte aos nossos mais profundos desejos.
A sintonia entre o que nosso coração deseja e o que vivenciamos, é a chave para alcançarmos a serenidade, a paz e o equilíbrio interior com os quais todos sonhamos.
Este processo é geralmente bastante doloroso, pois requer que nos desfaçamos de nossas velhas couraças para que o novo Eu renasça, embora frágil a princípio, como uma criança que sente insegura ao dar os primeiros passos.
Porém, à medida que nos descobrimos senhores de nossa caminhada, não precisando mais fingir algo que não sentimos ou viver o que já não desejamos, uma nova força se apodera de nós, um poder interior que sequer desconfiávamos possuir.
E este poder ninguém poderá retirar de nós, pois uma vez desperto ele jamais desaparecerá.
“A VOZ CRÍTICA
(Um visitante diz: “Há muitas vozes dentro de mim que dizem que estou sempre fazendo a coisa errada o tempo todo”).
Essa voz crítica nunca é sua. Quando você era criança, seu pai dizia: "Não faça isso", e sua mãe dizia: "Não faça aquilo". Aquilo que você queria fazer estava sempre errado, e aquilo que você nunca queria fazer era o que eles queriam que você fizesse, e era o certo.
Você está em uma dupla atadura. Você sabe qual é o "certo" a fazer, mas não quer fazê-lo; assim, se o fizer, será como uma obrigação. Então não haverá alegria e você sentirá que está se destruindo, que está desperdiçando a sua vida. Se você fizer aquilo que quer, você se sentirá culpado, sentirá que está fazendo algo errado.
Assim, você precisa se livrar de seus pais, e isso é tudo. E isso é algo muito simples, porque agora você está crescido e seus pais já não estão presentes; eles estão apenas dentro de sua mente.
Não estou dizendo para matar seus pais - o que quero dizer é que você tem de matar essa reminiscência do passado. Você não é mais uma criança, reconheça esse fato. Tome a responsabilidade em suas próprias mãos, é a sua vida. Assim, faça o que quer que você queira fazer e nunca faça o que não queira fazer. Se você precisar sofrer por isso, sofra. Precisamos pagar o preço por tudo, nada é de graça na vida.
Se você gosta de algo e todo o mundo condena esse algo, ótimo! Deixe que eles condenem. Aceite essa conseqüência; vale a pena. Se você não gosta de algo e o mundo todo chama esse algo de belo, isso não tem importância, porque você nunca desfrutará a sua vida se for seguir os outros. É a sua vida, e, quem sabe, amanhã você poderá morrer. Portanto, desfrute-a enquanto estiver vivo! Esse não é da conta de ninguém - nem de seus pais, nem da sociedade, nem de qualquer outra pessoa. Trata-se da sua vida”.
OSHO, For Madmen Only.