Sanidade
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 08/04/2020 11:35:01
No estágio atual de transformação em que se encontra a humanidade, muitos se perguntam como é possível manter o equilíbrio e a sanidade no mundo atual, em que a inconsciência e o caos parecem predominar.
No entanto, aqueles que já conseguiram acessar a dimensão divina do seu ser, em que a paz, o êxtase e o silêncio habitam, alcançaram a compreensão de que esta condição pode ser experimentada, independente do que aconteça no exterior.
Estes conseguem enxergar na existência uma unidade e um fluxo harmonioso em que tudo acontece exatamente como deve ser. Para eles, nada do que a vida lhes envia é errado, injusto ou inaceitável. Constitui apenas o desenvolvimento de um processo contínuo de aprendizado e evolução, através do qual se chega à plenitude da consciência.
O sentimento de inconformismo é natural quando ainda vivemos sob o domínio do ego, pois ele nos leva à identificação com o desequilíbrio. Enquanto não aprendermos a aceitar a realidade como algo que só pode mudar a partir da transformação de cada ser humano individualmente, continuaremos insistindo na impossível tarefa de querer mudar o todo sem mudar a parte.
Somos elos indissociáveis de uma imensa corrente e o que cada um de nós alcança em termos de libertação do sofrimento, contribui de alguma forma para que a consciência da humanidade avance em algum grau.
Portanto, é urgente e imprescindível que comecemos o quanto antes a buscar nossa própria luz e a cuidar para que ela se torne nossa condição natural, sobre a qual nenhum acontecimento exterior exerça qualquer poder.
"Como estar no mundo sem ser dele
'Osho, eu gostaria de saber como as pessoas que o seguem, os saniássins, funcionam neste mundo neurótico, agora que estão praticando algo que se destina tirá-los de suas neuroses internas?'.
Se você é mentalmente sadio, então, não há nenhum problema. Você pode andar neste mundo neurótico muito facilmente - se você for mentalmente sadio. Se você é insano, então, é um problema.
Comumente, pode parecer muito difícil ser não-neurótico num mundo neurótico. Se você começar a brigar com os homens insanos e começar a brigar com tudo o que eles criaram, será difícil. Mas você pode brigar somente se ainda for insano. Caso contrário, você rirá: não há nenhuma necessidade de brigar. Não há nenhuma necessidade de brigar! Você rirá!
Então, você atuará. Um sábio é um ator: ele não é sério porque não há nenhuma necessidade de ser sério. Você sabe que todos ao seu redor são loucos; assim, não há nenhuma necessidade de levá-los a sério. Você pode atuar e, somente se você atuar, você pode ajudá-los.
Há uma proposta de R. D. Laing de que os médicos nos asilos de loucos não deviam estar lá como médicos, mas como loucos. Isso significa que eles deveriam atuar. Então, eles seriam de mais ajuda, porque haverá mais afinidade: como médicos, eles são contra o louco. Eles deveriam ficar no asilo como loucos. Ninguém deveria saber que eles são médicos; então, eles poderiam ajudar mais. Essa proposta é absolutamente digna de ser tentada. Eu já estou trabalhando desse modo!
...Gurdjieff costumava dizer que um sábio deve ser matreiro. Ele deve atuar: caso contrário, não pode ajudar. Ele não deve ser muito sério. Essa seriedade dá desnecessária tristeza a você. E então, vem a raiva, porque uma pessoa séria tem raiva contra todo mundo. Não há nenhuma necessidade. Se você já sabe que alguém é insano, não há nenhuma necessidade. Assim, ajude-os. Você pode, mas seja um louco entre eles. Não brigue com eles. Este é o caminho do sábio".
Osho, Meditation, The Art of Ecstasy.
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