Senda
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 18/03/2005 13:04:36
Saudações, caro irmão das lides espirituais.
Observe o seguinte: muitas das pessoas que têm acesso aos conhecimentos espirituais, ainda estão presas às muralhas do próprio ego.
Algumas delas erguem anteparos impermeáveis à luz do esclarecimento. Outras fecham os olhos para não enfrentar a renovação necessária. Ainda estão manietadas pelo medo de crescer e fogem do encontro consigo mesmas.
Transitam pelos estudos espirituais e, aparentemente, são esforçadas. Contudo, muitas trabalham sem honra e não dignificam os objetivos do próprio estudo.
Parecem muito entusiasmadas, inicialmente, com a espiritualidade, mas, em contato com alguns obstáculos inerentes à sua própria depuração, fogem do caminho, alegando decepções variadas.
Poucas são honradas em seus compromissos espirituais. Isso é facilmente constatado pela falta de brilho em seus olhos e pela falta de amor e alegria, quando falam das coisas espirituais.
Está faltando honra, meu caro!
Quantos não estão fazendo oferendas e sacrifícios em nome de motivações, supostamente, espiritualizadas? No entanto, o Senhor da vida não é encantado por oferendas superficiais. Ele quer, nada mais, nada menos, que o espiritualista ofereça a cabeça do próprio ego, cortada pelas afiadas espadas do discernimento. Ele quer o coração lavado de mágoas e a alma lutando, tenazmente, pelo rompimento da carapaça do orgulho e do medo.
Quantos estão seriamente empenhados em servir aos ditames da luz?
Caro irmão, quem transita pelos estudos espirituais tem uma séria tarefa a realizar: tomar as rédeas do próprio rumo e seguir em frente pela própria capacidade de discernir e sentir!
Muitos preferem entregar o comando do próprio viver às consciências e situações fora deles mesmos. Porém, como caminhar com as pernas alheias?
Por isso, é fato comum encontrarmos pessoas sem a devida têmpera para o contato com as realidades da alma. Estão na trilha espiritual, mas pisam sem respeito. Têm fácil acesso às informações pertinentes, mas acham-se desdenhadas pela sorte.
Fazem abordagens levianas para temas profundos. Especulam e falam muito mais do que agem.
Quantas dessas pessoas se lembram dos antigos iniciados, que pereceram nas fogueiras da intolerância religiosa, filha da ignorância e da ignomínia dos homens?
Será que elas têm noção de que muitos sacrificaram a própria vida para manter viva a luz da espiritualidade na Terra?
Heróis que silenciaram, mesmo sob pesada tortura, para preservar a vida de outros que prosseguiriam levando adiante a tocha da espiritualidade.
Hoje, as informações sobre temas espirituais estão generalizadas. O acesso é fácil, mas quantos estão dispostos às provas inerentes a esse estudo?
Quantos estão dispostos a entrar na fogueira do discernimento para incinerar o próprio ego?
No passado, muitos morreram por esses estudos. Foram assassinados, porque quiseram romper o véu da ignorância. Sabiam dos riscos, mas, mesmo assim, pagaram o preço, de boa vontade. Desencarnaram conscientes, pois sabiam valorizar os objetivos espirituais.
Nos planos sutis, os mestres da luz os dignificaram pelo esforço.
Que triste ironia: eles tinham tão pouco acesso, mas para eles era tudo!
Hoje, muitas pessoas têm fácil acesso e ainda acham pouco e reclamam tanto!
Irmão querido, você já conhece esse aforisma iniciático, mas nunca é demais citá-lo, para o conhecimento das pessoas: “Só os fortes de espírito agüentam carregar a tocha do discernimento, em suas vidas, e o amor em seus passos, no mundo. Só eles, em nome da Luz, podem hastear as bandeiras da espiritualidade nos altos cumes da Paz!”
Desejamos a você e seus leitores, passos responsáveis e coerentes nas trilhas da vida e da espiritualidade!
(OM TAT SAT (do sânscrito): é uma tríplice designação de Brahman, o Absoluto. Também é usado como saudação iniciática ou mantra de ativação dos chacras e dos nádis que correm ao longo da coluna ) OM TAT SAT!(*)
(Amparador extrafísico ligado às iniciações do antigo Egito e da antiga Índia) Sanat Khum Maat(*)
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges
P.S.: Esses escritos lembraram-me da aguçada percepção do sábio hindu Aurobindo:
“Além de nosso ansioso alcance, situam-se estes cumes,
Muito elevados para nossa força e altura mortais.
Dificilmente, num tremendo êxtase de labor,
Escalados pela vontade atlética e desnuda do espírito.
Austeros, intolerantes, eles exigem de nós
Esforços demasiados e longos para nossa fibra mortal.
Nossos corações não podem perseverar ou nossa carne suportar;
Apenas a força do Eterno em nós pode ousar
Empreender a imensa aventura dessa escalada
E o sacrifício de tudo que estimamos aqui”.