Ser livre
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 08/04/2020 11:35:04
Não é nada fácil alcançar o estágio em que se pode vivenciar a verdadeira liberdade. Por mais que a desejemos, vamos, ao longo da vida, atrelando-nos a inúmeras amarras que nos impedem de vivenciar plenamente este sentimento.
A preocupação em seguir padrões de comportamento e normas estabelecidos pela sociedade ou pela família, torna-nos escravos, pela necessidade permanente de aprovação.
O medo de parecer diferente está na raiz desse comportamento e faz com que a maioria prefira o conforto de fazer parte da massa, ao invés de tentar expressar sua autenticidade. Outro entrave essencial à nossa liberdade é a dependência emocional.
Quantas pessoas não abrem mão de suas convicções e desejos, apenas para garantir a permanência do outro ao seu lado? Aos poucos, vão perdendo a referência de quem são de fato, pois a fantasia em que embarcaram acaba se tornando tão real que se torna quase impossível abandoná-la.
O problema é quando o outro vai embora, pois, se isso acontece, inevitavelmente, elas sentem o seu mundo desabar e ficam perdidas diante da nova realidade. O sentimento de traição é inevitável, já que abriram mão de tudo em favor da relação.
A única maneira de escapar destas armadilhas é o desenvolvimento da consciência. Isto só é possível quando conseguimos perceber de modo claro, as motivações que estão por trás de nossas atitudes. Enquanto prosseguirmos agindo sob a influência de nossas emoções inconscientes, continuaremos prisioneiros da angústia e da infelicidade.
"EM TODAS AS COISAS SEJA UM MESTRE
DO QUE VOCÊ FAZ E DO QUE VOCÊ DIZ E PENSA.
SEJA LIVRE.
Liberdade é o supremo objetivo da verdadeira religião - não Deus, não o paraíso, nem mesmo a verdade, mas a liberdade. Isto tem de ser compreendido, porque esta é a mensagem essencial de Gautama, O Buda, para o mundo.
A liberdade é o mais alto valor de acordo com ele, o summum bonum - não há nada mais alto que isso. Mas por liberdade ele não quer dizer "liberdade política", "liberdade social", "liberdade econômica". Por "liberdade" ele quer dizer "a liberdade da consciência".
Nossa consciência está em profunda servidão: nós estamos acorrentados. Dentro está a nossa prisão, não fora. As paredes da prisão não estão do lado de fora de nós: elas existem nos nossos instintos, existem nos nossos desejos, existem na nossa inconsciência.
Liberdade é o objetivo.
Consciência é o método para se alcançar o objetivo.
E quando você está realmente livre, você é um mestre, a escravidão desaparece. Comumente, nós parecemos livres, mas nós não somos livres. Pode parecer que somos os que escolhem, mas não somos os que escolhem. Estamos sendo puxados, empurrados por forças inconscientes.
...Buda diz: Esta vida não é verdadeira vida. Você está sendo vivido, você não está realmente vivendo. Você está sendo vivido pelas forças inconscientes. A menos que você se torne consciente, a menos que você tome posse de sua vida, a menos que você se torne independente dos seus instintos, você não será um mestre. E sem ser um mestre, não há bem-aventurança: a vida permanece um inferno".
OSHO - The Dhammapada