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Sincronicidades

por Rubia A. Dantés em Espiritualidade
Atualizado em 03/12/2004 15:29:06


Quem nunca viveu um desses momentos mágicos onde parece que tudo foi programado por uma força além do nosso controle para que encontros ou acontecimentos preciosos mudassem definitivamente os rumos das nossas vidas?
As chamadas coincidências significativas, ou sincronicidades, são sempre um impulso novo na nossa jornada evolutiva e trazem entusiasmo e esperança, pela certeza que por trás de tudo existe uma força que nos guia e protege.

É onde o tempo do ego e o tempo Divino se encontram por momentos... mas que podem fazer uma enorme diferença nos nossos destinos...
Quando estamos abertos para ver e para seguir os sinais que as sincronicidades nos indicam, afrouxando um pouco o controle do ego, manifestam-se na nossa realidade experiências que não nos deixam nenhuma dúvida de que existem muito mais coisas do que aquelas que podemos provar e que permanecem dentro dos parcos limites da razão.

Foi Jung em seus estudos e observações da correspondência entre a mente inconsciente e o mundo exterior, quem deu o nome de Sincronicidade a essas coincidências significativas, eventos que ocorrem no mesmo espaço/tempo sem relações de causa e efeito e que - por ter um significado - trazem alguma coisa especial para quem as vive.

Ele observou como sonhos e outros fenômenos podem coincidir com situações que acabam se manifestam em nossa realidade com significado semelhante ou exatamente com o mesmo significado do sonho ou da intuição.

Chamou de acontecimentos sincrônicos as coincidências de um estado psíquico com um acontecimento exterior mais ou menos simultâneo, ou futuro, que só poderá ser verificado posteriormente.

Essas coincidências significativas vêm para nos indicar caminhos que sempre trazem oportunidades de crescimento que muitas vezes aceleram o nosso processo evolutivo ou nos preparam para acontecimentos futuros...

Ana e Arthur se conheceram pela internet e Artur mandou uma foto para que Ana o conhecesse. Nessa foto ele estava com um amigo.
Trocaram e-mails e conversaram por telefone, impressionados com as muitas coincidências que encontravam entre eles. A mesma lua... o mesmo ascendente... e muitos outros sinais fizeram com que resolvessem se encontrar pessoalmente. Marcaram em uma casa de chá em um dia de semana e se reconheceram de muitas formas... Ficaram conversando até que não tivesse mais ninguém no local e quando pensaram em pedir a conta, entra um casal e Artur chama a atenção de Ana dizendo que o homem que acabara de entrar era o mesmo que estava na foto que tinha enviado para ela... e que eles não se encontraram mais desde o dia em que tiraram aquela foto.
Ficaram surpresos pela sincronicidade...
O que chamou a atenção dos dois para que olhassem com mais interesse esse encontro.
Era como se o Universo falasse: Presta atenção nessa pessoa, ela tem algumas chaves para você. E o tempo confirmou isso pela profunda transformação que operou nos dois.

Quando acontece uma sincronicidade assim nos vemos tentados e encontrar todas as explicações possíveis, mas as sincronicidades muitas vezes só vão sendo entendidas mais à frente, quando outras coincidências significativas acontecem naquele mesmo contexto para clarear mais ainda as histórias.

Às vezes é preciso aceitar que existem coisas que não são para ser explicadas porque estão, como uma seta, só indicando um caminho e não precisam ser dissecadas. Se pararmos muito tempo em busca de explicações poderemos perder a magia do que está sendo mostrado... e se nos prendermos muito aos detalhes jogamos fora o significado no todo.

Quando vou por uma estrada e vejo uma placa indicando a direção que eu devo seguir para chegar ao meu destino... não paro para examinar de que material é a placa e nem me perco em tentar descobrir porque ela é dessa ou daquela cor... simplesmente sigo a orientação, porque sei que vou chegar ao lugar indicado. Eu acredito que com as sincronicidades a gente tem que agir um pouco assim... tentar entender, mas sem se prender muito às explicações racionais dos sinais... seguindo na direção que nos é mostrada com a certeza que a partir dali novas sincronicidades irão continuar nos guiando para que encontremos o que é do nosso destino.

As sincronicidades trazem uma preciosa energia de entusiasmo e se aproveitamos esses presentes do ‘grande mistério’, somos encaminhados para novos lugares, novos projetos, novos amores... novas maneiras de ser e de perceber a vida...

Valéria, uma escultora minha amiga, foi comigo um dia a um encontro aqui nas montanhas de Minas onde uma mulher muito especial faz trabalhos maravilhosos. Ela me telefonou em cima da hora e como eram poucos convidados, pensei que minha amiga não poderia ir, mas para minha surpresa tudo deu certo e fomos juntas para o encontro que foi muito belo como sempre é naquele lugar.

Na manhã seguinte, depois do café... a Mulher da montanha nos convida para conhecer um chalé novo que está construindo... Enquanto caminhávamos para lá ela conta que precisava de um casal de gnomos velhinhos para colocar na entrada do chalé... E perguntou se minha amiga poderia esculpir esse trabalho para ela.
Valéria imediatamente se lembrou do sonho da noite anterior, que não havia entendido até então, mas agora começava a fazer sentido. Ela sonhou com uma voz que lhe dizia: os velhinhos estão chegando.

A mulher da montanha então nos mostra um livro sobre os gnomos... com todos os detalhes... a casinha deles... os utensílios, tudo muito lindo, para que ela se inspirasse.

Alguns dias depois Valéria foi procurada por uma amiga que queria queimar umas peças em cerâmica que, por "coincidência" eram gnomos...
Percebeu a sincronicidade, mas... mesmo assim pensava em desistir porque não se sentia preparada para fazer seres que as pessoas consideravam tão mágicos.
Enquanto pensava sobre isso, o telefone toca e ela inesperadamente é convidada para ir a uma pequena cidade, também nas montanhas perto de Ouro Preto.

Aceita o convite e lá chegando se encanta pelo lugar... pelas pessoas e pela arquitetura onde as construções são muito criativas... Acaba fazendo amigos que a convidam para conhecer uma casa que é chamada de casa dos gnomos. Olhando ao redor e não vendo nenhum gnomo na casa Valéria pergunta: Onde estão os gnomos? Como resposta ela recebe mais um convite para fazer os gnomos...

Quando as coisas são mesmo fundamentais para a nossa história e não nos decidimos, o Universo sempre arruma um jeitinho de chamar de novo a atenção para a importância daquilo que estamos resistindo em aceitar...E assim ela recebe um convite para fazer também uma escultura de uma pessoa muito especial para aquela cidade, que morrera há pouco tempo.
Quando se informa sobre características dessa pessoa ela se assusta com o que ouve
- Ele era tão especial... uma gracinha, parecia um "gnomo"!
Vendo que não tinha mais saída depois de tantas coincidências significativas ela enfim se decidiu por esse trabalho.

A partir desse encontro outros projetos apareceram criando novas perspectivas para a sua vida e também para aquela comunidade

Como não existem mesmo coincidências...
Enquanto escrevia os trechos deste texto, fui almoçar com a mulher da montanha e pedi que ela me contasse uma sincronicidade importante na vida dela.
Para minha surpresa, essa história também tinha algumas "coincidências" com a da Valéria.
Ela me conta que quando ainda morava em Goiânia aconteceu uma coisa que transformou completamente a sua vida.

Tinha 35 anos, era proprietária de uma joalheria e desenhava jóias especiais, o que lhe garantia um situação financeira muito boa, mas ela sentia que faltava algo... alguma coisa a chamava...
Buscando um contato mais profundo com o seu Ser entrou para um curso de Yoga.

Certo dia, quando se preparava para a sua terceira aula... ao esticar o pé para calçar a meia, assustou-se quando viu escorrer, de umas flores de seda que estavam na beirada da banheira, um líquido rosado no seu pé... nem tinha se refeito ainda do susto quando uma borboleta cai em cima do líquido que está no seu pé...
A Borboleta acabara de nascer no seu pé direito...

Depois de um tempo, perplexa com aquilo tudo, ela pega a borboleta e coloca com cuidado sobre as flores e vai fazer a aula. Quando esta termina o professor de Yoga a chama em particular e fala que a sua aura estava expandida e uma enorme borboleta circulava por ela.
Muito impressionada com a coincidência, ela conta então ao professor do nascimento da borboleta no seu pé... e fica sabendo por ele que às vezes os ‘elementais’ da natureza aparecem em outras formas para nos ajudar nos processos de transformação.
A partir daí ela experimenta uma grande vontade de morar no campo e tem um sonho no qual andava por uma estrada de terra cercada de bambus que levava a uma casa, mas ela não consegue ver a casa no sonho.
Quando acorda ‘sente’ que este é o lugar para onde deve ir.
Encerra as atividades na joalheria e coloca um anuncio no jornal procurando uma chácara para alugar. No terceiro dia recebe um telefonema oferecendo uma chácara e pressente que é o lugar do seu sonho... Quando está a caminho do local indicado, imediatamente reconhece a estrada cercada por bambus exatamente como no seu sonho... continua até que chega a uma pequena casa.
Ela se encanta com a casa que parece uma casa de gnomo, porque as pessoas que moram lá são de estatura muito baixa e por isso tudo é pequeno.
Ela aluga a casa que passa a chamar de casa dos gnomos e muda para lá com a família depois de reformá-la e pintá-la toda de vermelho e verde em homenagem aos gnomos...
A partir daí, ela começa a plantar e a aprender tudo sobre as ervas...

Muitos caminhos percorreu até que chegou onde eu a conheci nas montanhas de Minas... onde criou um espaço de cura tão mágico e encantado que eu costumo dizer que essa mulher da montanha, como a fiandeira cósmica, tem o Dom de unir os fios aos destinos... facilitando cada um a encontrar o seu propósito e seguir por esse fio.

Duas mulheres... duas histórias separadas pelo tempo e unidas pelo acaso e pelos gnomos com suas casas mágicas...
Escolhi a sincronicidade da Valéria com os gnomos que começou lá onde mora a mulher da montanha... Mas, nem de longe eu poderia imaginar que ela também tinha uma história de sincronicidade onde os gnomos e a casa deles eram peças fundamentais e que ela escolheria justo essa história para me contar entre tantas outras que sei que ela tem...

Quem sabe foi esta uma maõzinha do Universo para nos mostrar que coincidências só existem para quem não acredita em gnomos...


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Rubia A. Dantés é Designer, cria mandalas e ilustrações em conexão...
Trabalhos individuais e em grupo, com o Sagrado Feminino, o Dom e o Perdão...
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