Sukha
por Saul Brandalise Jr. em EspiritualidadeAtualizado em 27/06/2008 01:27:11
Seguir valores equivocados nos coloca numa posição antagônica à felicidade. Sair desta “roda viva” faz toda a diferença em nossas vidas. A palavra SUKHA, em Sânscrito, significa estar feliz no momento presente. Esta é a busca.
Na realidade, é isso que todos nós procuramos, queremos e almejamos. Ser e estar feliz no aqui e agora. Por que não alcançamos? Porque estamos com os nossos conceitos, crenças e valores equivocados em relação ao momento que vivemos. Estamos aplicando em nossa vida métodos ultrapassados, bem como crenças que já não nos satisfazem mais. Evoluímos, portanto.
Há que se aplicar a mudança nos nossos valores.
A felicidade duradoura só se consegue quando descobrimos os reais valores que a compõem e os acoplamos ao momento presente.
O dinamismo da nossa evolução exige que nosso crescimento interno acompanhe as nossas necessidades humanas atuais. Viver bem não é errado. Estar rico e com posses também não é errado. Usar um caminho tortuoso para se conseguir isso é que é errado.
Precisamos aprender a conviver com as diferenças.
Para se experimentar o estado “SUKHA” é fundamental que primeiro saibamos diferenciar o SER do TER. Como estamos humanos, corremos o sério risco de confundirmos, via de regra, o TER como um caminho para se atingir o SER. Ledo engano. O estado de SUKHA, ou a felicidade presente, exige que nossa verdade passe por um estagio de depuração mental. Isso significa dizer que temos que avaliar o que efetivamente é importante em nossa vida. O que realmente somos e não que efetivamente possuímos à nossa volta.
Em seguida, é fundamental sabermos que tudo o que se compra, o que tem rótulo é efêmero e passageiro. No “ônibus da vida” o que não muda é o motorista e o cobrador. O motorista somos nós. O Cobrador é a Lei de Causa e Efeito... O resto é passageiro. Passa pela nossa existência, deixa marca, mas se vai. Não há controle sobre os que passam. Entender isso ajuda a chegar ao estado SUKHA.
Como gosto de afirmar, ninguém é metade de ninguém. Somos todos inteiros e como tais queremos ser tratados. Esta verdade nos ajuda a entender os relacionamentos. Quer sejam amigáveis, empresariais ou amorosos. Nada é pela metade e nada é no estilo lacaio. As pessoas querem ser tratadas exatamente da forma como nós também queremos. Nada muda esta regra. Não é porque a relação é profissional, que envolve dinheiro, que ela precisa ser vassala. Portanto, não importa qual seja a relação, ela exige muito mais do que amor, exige RESPEITO. Onde não há respeito o amor também é passageiro.
Mudar é o caminho. Existem pessoas que dizem: Sou assim mesmo. Esta atitude é o mesmo que nos acorrentarmos em uma masmorra, sem sol, e depois reclamarmos por não estarmos bronzeados... Todos nós temos a capacidade infinita de alterarmos o processo e os relacionamentos em nossas vidas. Ninguém nasceu para continuar na mesmice. Estamos aqui para evoluir e crescer. Isso é felicidade.
Finalmente, se queremos efetivamente alterar o fluxo de nossas colheitas, se pretendemos atingir o estágio SUKHA, temos que iniciar um ato de meditação diária. Com ela podemos alcançar estágios de energia fantásticos. A felicidade plena, diária, pode fazer-se presente.
Recomendo, contudo, que, antes ou depois do exercício de meditação se recite o mantra “NAM-MYOHÓ-RENGUE-KYÓ”, pelo tempo que seu coração determinar. Quanto mais, melhor. Porém, se você preferir outro método para se encontrar com sua Alma, use-o.
A meditação acalma, centra, o mantra energiza. Não podemos nos esquecer que somos uma bateria que precisa ser recarregada diariamente. Não resolve cuidar apenas do corpo físico, alimentando-o. O corpo Mental e o Emocional também precisam de seus alimentos. Repito o que tenho escrito exaustivamente. Uma doença, antes de ser física, é Emocional e Mental. Exatamente nesta ordem. Cuidar destes corpos é também dever do encarnado. Se quisermos uma vida saudável e feliz, SUKHA, portanto, o segredo está em nossas mãos.
Dia desses encontrei um pássaro – um sabiá – em cima do criado mudo de meu quarto. Estava lá parado, acuado. Cheguei perto e ele subiu a plumagem... Conforme fui me aproximando, em vez de voar, ele me atacou. Fui buscar uma fruta e ele veio voando para minhas mãos comer. Ali ficou até que o mamão acabou. Não ia embora. Peguei uma gaiola e ele voou para cima dela. Abri a porta e ele entrou. Lá era sua zona de conforto e segurança. Deduzi que ele fugira de alguma outra gaiola...
Quantas vezes nos comportamos como o sabiá e nos esquecemos de mudar... Não adianta depois reclamar. Lutar para permanecer na zona de conforto e depois reclamar da vida é um profundo ato de idiotice. Eu quebrei a minha gaiola. Estou tentando me adaptar na vida terrena fora dela.
Você vive numa?
Sei que nos veremos
Beijo na alma