Trânsitos planetários e Ciclos de transformação
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 02/06/2003 11:46:18
A astrologia lida, essencialmente, com quatro energias fundamentais (os quatro elementos, fogo, terra, água e ar) e cada princípio planetário mostra um ponto focal de fluxo energético. Por isso, todos os trânsitos planetários estimulam (ou ativam) essas energias, de modo que elas fluam de certa maneira e com um certo ritmo.
Por exemplo, todos os trânsitos por Vênus natal são semelhantes pois todos eles ativam o princípio de Vênus no nosso horóscopo. Ou seja, todos estimulam a dimensão da experiência mostrada por Vênus (amor, afetividade) e afetam o fluxo da energia elementar que a posição de Vênus no signo no momento do nascimento indica.
Mas, os trânsitos de cada planeta ativam ou afetam este fluxo de energia e experiência de modo diferente. Os trânsitos mais importantes são os dos cinco planetas exteriores (Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão), à exceção dos aspectos quase perfeitos formados pela Lua Nova com os pontos natais, já que agitam o inconsciente e nos põem em contato com a essência da energia do mapa natal.
Todos os trânsitos dos cinco planetas exteriores exercem, por assim dizer, pressão sobre o inconsciente, a fim de nos impelir à mudança, à transformação, à libertação, - e mais do que tudo - à consciência.
Todos os trânsitos nos confrontam com experiências que estamos prontos para enfrentar. Saibamos ou não conscientemente que é tempo destas experiências, os trânsitos tendem a trazer à consciência as partes de nós e as dimensões da nossa vida que estão prontas para ser compreendidas e assimiladas.
Se nos alinharmos com o nosso verdadeiro modelo de ser e com o nosso ritmo de desenvolvimento, compreendendo que a vida é uma experiência de aprendizagem e que tudo o que experimentarmos é bom para nós do ponto de vista do desenvolvimento de nossa personalidade, muito poucos trânsitos ou nenhum deles nos surpreenderão totalmente, porque já teremos sentido a necessidade dessa experiência.
Na verdade podemos desejá-la conscientemente de antemão mesmo que saibamos que isso nos trará considerável stress, trabalho ou até sofrimento.
Em muitos casos a orientação consciente da pessoa opõe-se rigidamente ao que ela realmente precisa. Nesses casos, sua resposta à experiências desafiadoras ou imprevistas parece ser: “Não quero isso”, “Afaste isso de mim”, um comportamento semelhante ao de uma criança com birra.
Os trânsitos são potencialidades transformadoras e promotoras de desenvolvimento do ser humano. Durante trânsitos importantes podemos sentir uma ânsia interior de mudança (se estivermos sintonizados conosco), deparar com os impulsos de uma mudança através de circunstâncias externas, ou combinar ambas as situações.
Os trânsitos podem ser vistos como barômetros, que refletem as mudanças do ambiente interior da pessoa. Eles mostram de que modo as energias se libertam, não necessariamente aquilo que é libertado. Ou seja, revelam uma qualidade característica da experiência que vivenciaremos, embora não possamos conhecer antecipadamente com precisão que experiência é indicada.
Os trânsitos regulam o relógio cármico, cada um deles ativando uma corrente de energia (ou onda de carma) de certa maneira. Variam em velocidade, qualidade, intensidade, profundidade e força com que trazem as coisas à luz da consciência.
Os acontecimentos podem ser a culminação de um processo ou o catalisador que inicia um processo.
Durante qualquer trânsito podemos semear um novo carma ou colher o carma que anteriormente foi ativado. Embora não possamos saber com total segurança qual das duas hipóteses está ocorrendo, existe uma distinção geral entre alguns trânsitos que deve ser sublinhada.
Os trânsitos de Saturno e de Plutão são, muitas vezes, tempos de colheita, período em que nos confrontamos com resultados de ações e pensamentos passados. Na verdade é esta razão pela qual Saturno tem sido conhecido através dos tempos como “ planeta do carma”, pois os seus trânsitos relacionam-se muitas vezes com acontecimentos sem dúvida predestinados. E os trânsitos de Plutão revelam com freqüência um modelo de experiência semelhante, que não só parece predestinado como também, muitas vezes, completamente insondável.
Os trânsitos de Júpiter e Urano, por outro lado, relacionam-se geralmente com tempos de semeadura, quando acontecimentos futuros potenciais revelam-se a nós. Durante os trânsitos de Urano (especialmente pelo ascendente, pelo Sol ou pelo planeta que rege o ascendente), podemos também receber flashes intuitivos que constituem uma semente de acontecimentos futuros, mesmo que isso leve dez anos para realizar-se no mundo material.
Devemos sublinhar que nem todas as pessoas entrarão em rápida sintonia com essas indicações, pois há quem, por ser excessivamente racional e ter uma mente analítica, não seja suficientemente aberto para percebê-las, ou não tenha consciência suficiente para reconhecê-las.
Podemos também obter alguma informação sobre a relação dos trânsitos com o carma se observarmos as casas do mapa natal ocupadas pelos planetas em trânsito. As casas mais importantes neste estudo são quase sempre aquelas em que encontramos Júpiter e Saturno.
Isto porque, ao contrário dos planetas Urano, Netuno e Plutão que permanecem muito tempo numa casa, - levando a pessoa a habituar-se à sua vibração numa determinada área de sua vida relativamente em pouco tempo -, Júpiter permanece numa casa durante cerca de um ano e Saturno durante cerca de dois anos e meio, períodos que a pessoa pode ver como assinalando significativas fases da vida.
