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Uma Viagem Espiritual com Chico Xavier

por Wagner Borges em Espiritualidade
Atualizado em 10/09/2004 12:12:56


(Um Presente Espiritual do Médium do Amor)

Cena 1: quarta-feira, parte da tarde.

Em meio a um monte de coisas de trabalho, me sinto cansado devido à correria dos compromissos dos últimos meses. Acabei de revisar alguns textos para atualização de algumas colunas do site do IPPB, e daqui a pouco vou preparar mais um texto para enviar às milhares de pessoas cadastradas no site e que recebem duas vezes por semana os textos que envio regularmente. Contudo, olho antes a grande quantidade de e-mails pendentes em minha caixa postal, e simplesmente desanimo diante do tanto que tenho que responder.

Então, mudo o foco de visão e olho para uma pilha de slides coloridos que uso em palestras e cursos, que estão em cima de uma caixa no chão, esperando um tempinho para que eu os recolha em suas devidas seções do armário. Só de olhá-los, já canso. Ainda mais quando penso que após guardá-los, terei que tirar outros para a próxima palestra, no dia seguinte.
Vou até a secretária eletrônica e anoto vários recados, a maioria com temas de trabalho (um me convida para mais uma palestra, o outro me pede um texto para uma publicação, e uma jornalista estrangeira quer me levar mais uma vez para fora do país).

Como estou realizando um curso à noite durante essa semana, deixo o resto de lado e vou preparar as anotações para a aula de hoje. Ligo o som do quarto e coloco o CD novo do IQ. Enquanto escuto essa maravilha sonora do rock progressivo inglês, apronto as anotações sobre as orientações projetivas e bioenergéticas de um amparador chinês do grupo extrafísico do Tao-Chi. Trata-se de alguns apontamentos antigos que guardei durante a montagem de um material taoísta, há alguns anos, e que estou atualizando para a turma que está estudando comigo por esses dias. Volto para a sala e olho para o notebook aberto em cima da mesa. Só de olhar o bichinho e pensar no monte de coisas de trabalho que ele contém, já canso.

Com o som do IQ ecoando pelo apartamento, sento-me no sofá da sala e relaxo um pouco. Leio o novo número da revista Mellotron e delicio-me com as notícias sobre as bandas de rock de que tanto gosto. Sempre que sinto a mente saturada da atividade de trabalho, dou um tempinho, leio, escuto um pouco de música, e depois reinicio o trabalho do ponto em que parei.

Curtindo o som, fecho os olhos por um pouco. E começo a pensar em uma alternativa para aliviar a carga excessiva de trabalho. Chego a conclusão de que o melhor a fazer é dar um tempo nas coisas do site do IPPB e suspender temporariamente o envio regular dos textos. Sim, isso me devolveria um tempo precioso para tirar o atraso de outras atividades e dedicar-me a organizar o quarto volume da série de livros "Viagem Espiritual".
Finalmente, decido fazer isso mesmo. Vou ao quarto e repito o som do IQ, que não canso de ouvir nos últimos dias.

Cena 2: À noite, durante uma aula do curso Om Sattva.

Enquanto conduzo uma prática espiritual com a turma, surge um dos amparadores do grupo extrafísico dos Iniciados. Flutuando sentado à minha frente, ele toca em minha testa (área do chacra frontal, responsável pela intuição e pela clarividência) com o dedo, por duas vezes, e me diz telepaticamente:

"Não pare com o envio dos textos, pois muitas pessoas são beneficiadas por eles. E esse não é um trabalho apenas seu, mas programado pela Espiritualidade Superior. Esses escritos serão lidos em muitos lugares diferentes, sempre levando as idéias espirituais de forma aberta e simples, como é necessário nestes tempos modernos. Continue escrevendo e confie que a Luz irá sustentá-lo em sua jornada".
Concordo com ele, mas não me furto de pensar: "Só que a carga de trabalho continua a mesma, e não vejo como tirar o atraso".

Cena 3: Mais tarde, já em casa.

Ligo o notebook e pego os e-mails do dia. Ao ler um dos e-mails, começo a rir. O danado do amparador já sabia das coisas antes, como sempre. É que sou um dos colunistas do site "Somos Todos Um", que tem um acesso de cerca de um milhão de pessoas por mês, e o pessoal gosta bastante dos meus textos. E o e-mail em questão diz o seguinte:

"Olá, amigo Wagner.
Por favor, quando puder, dê uma ligadinha aqui no Somos Todos UM, ou nos diga qual a melhor hora para conversarmos. Temos muitas novidades sobre o site e sobre seus artigos, que estão sendo traduzidos em várias línguas.
Um Abraco, Paz e Luz!
Rodolfo Fonseca"

Cena 4: Madrugada.

Após jantar, vejo os gols da rodada do campeonato brasileiro. Depois, retorno algumas das ligações telefônicas registradas na secretária eletrônica. Resolvidas, leio um pouco e fico quieto. Apago a luz e fico olhando o céu noturno da cidade grande. Elevo o pensamento e agradeço ao AMOR MAIOR QUE GERA A VIDA pelas oportunidades. Embora cansado fisicamente, estou cheio de energias branquinhas circulando pelo corpo, ainda como resultado do trabalho espiritual realizado durante o curso, horas antes.

Sozinho fisicamente no meio da madrugada, penso na imensa responsabilidade de assumir um trabalho de esclarecimento e assistência espiritual em meio a tantas coisas. Penso em algumas entidades extrafísicas enfermas que foram assistidas hoje, e ofereço aquelas energias branquinhas na intenção delas.

A seguir, por volta das 02h30min, deito a carcaça no leito.
Fico em decúbito dorsal, elevo o pensamento e fico predisposto espiritualmente para projetar-me para fora do corpo físico. Dilato a aura suavemente e mantenho o pensamento firme, enquanto o corpo relaxa. Em dado momento, sinto algumas presenças extrafísicas dentro do quarto e começam a rolar alguns estalidos nos móveis do quarto. Logo depois, surgem clarões dentro de minha testa. Adormeço assim.

Cena 5: Início da manhã.

Desperto por volta das 05h30min. Não trago lembrança alguma de algo extrafísico.
Levanto-me, faço um pit-stop básico: banheiro, água, um pedaço de bolo, pois a minha janta foi uma miséria (sobra requentada do almoço) - percalços de quem mora sozinho na cidade grande.
A seguir, medito um pouco sentado no sofá da sala.
Cerca de meia-hora depois, deito a carcaça no leito novamente. Viro o corpo para o lado esquerdo e adormeço rapidamente.

Cena 6: Entre 06h e 07h30min.

Desperto projetado fora do corpo numa sala grande cheia de livros nas estantes. Parece uma livraria, mas por intuição sei que estou no duplo extrafísico de um grande centro espírita. No centro desse salão há um homem vestido de terno azul marinho completo (em torno dele há uma aura azulada suave). Ele está sentado de costas para onde estou, atendendo algumas pessoas que estão à sua frente. Para cada uma ele tem uma palavra de conforto e ânimo. Vejo ele beijar a mão de várias delas ao se despedir. Mais à frente, bem na porta de entrada do salão, vejo uma fila enorme esperando a vez da chamada. Têm alguns desencarnados ali, mas a maioria é de pessoas encarnadas projetadas espontaneamente para fora de seus corpos físicos durante o sono. Chego perto para ver quem é aquele homem de atmosfera azulada serena, que de alguma forma me parece familiar.

Então, ele se vira e sorri contente ao me ver por ali. Me chama e me abraça apertado, e uma onda de calor suave me interpenetra completamente. Sou tomado por uma onda de sentimentos suaves, desse amigo que não conheci na Terra, mas com o qual já interagi espiritualmente em algumas oportunidades, por pura afinidade de objetivos (talvez pelo fato de eu também escrever espiritualmente, em escala muito mais modesta, naturalmente, pois ele foi incomparável nesta área). Simplesmente eu estou sendo abraçado por Francisco Cândido Xavier, o médium que encantou a todos com sua bondade e desprendimento espiritual.

Em seguida, ele diz para alguém que eu não vejo: "Pede ao pessoal para esperar, que eu já vou dar seqüência no atendimento. Agora eu quero conversar com ele, pois os mentores querem lhe dar um recado".

Ele me olha contente, como se fôssemos amigos íntimos de muito tempo, e sinto dentro de mim a mesma coisa, que nós já nos conhecemos de antes, de outras "encadernações", ou períodos extrafísicos, entre vidas.

Estou bem lúcido e sento-me no chão em frente a ele, que permanece sentado numa cadeira. Observo-o claramente: ele está remoçado, como se aparentasse uns cinqüenta anos de idade. Os seus cabelos são bem pretos (agora ele não usa mais peruca, pois plasma o que quer) e ele está de óculos escuros. Sua atmosfera psíquica é excelente e é muito agradável ficar perto dele.

Penso: "por que ele está de óculos aqui"?

Ele percebe o meu pensamento, antes mesmo que eu o complete na mente, e me diz telepaticamente: "O povo que vem aqui me conhece assim. Por isso eu mantenho essa aparência, mas não preciso de óculos não"!

Assim que ele diz isso, o óculos some de seu rosto e eu vejo o seu olhar brilhante e calmo. O que mais chama a atenção é a alegria serena dele. O homem está feliz da vida!

Finalmente, ele diz o motivo de eu estar ali: "Tenho um presente para você. Alguém quer lhe falar e eu serei o seu intermediário, com muita alegria".

A seguir, ele se concentra e coloca as mãos em meus ombros. Em instantes, sou invadido por uma onda de amor sereno, que me preenche por inteiro. E por intermédio dele, uma consciência extrafísica maior se comunica comigo. Mente a mente, nós ficamos ligados e um poderoso jorro de idéias flui, comunicando o que é necessário dentro de meu próprio Ser. Não agüento o tranco emocional e começo a chorar, enquanto aquela consciência maior me apóia e me incentiva a desaguar a pressão livremente, sem travas, com toda liberdade de ser eu mesmo, sem qualquer cobrança consciencial ou julgamento de qualquer espécie.

Em meio às muitas coisas que me são passadas ali, algumas pessoais, outras de cunho espiritual de trabalho, a principal é: "continue repassando os textos no mundo dos homens. Siga em frente... de maneira simples e universalista. Pense no Espírito do Cristo abraçando o mundo e se inspire Nele. Confie e siga..."

Em meio a tudo isso, entro numa expansão de consciência, e não tenho palavras para descrevê-la. Mergulho numa luz branca que permeia tudo e banho-me nela; parece que ela é a própria felicidade em forma de luminosidade, que me nutre completamente e me preenche de contentamento sereno, e tudo isso sem eu sair do lugar, somente sob o influxo espiritual dessa consciência maior, que só consigo identificar como uma esfera de luz consciente.

Quando ela se desacopla mediunicamente do Chico, ele volta ao seu jeito normal e sorri. Seus olhos brilham muito e ele me diz: "Gostou do presente? Agora desce lá para a Terra e volte ao seu corpo, para você lembrar de tudo. Eu também fui agraciado com presentes assim muitas vezes, principalmente quando estava muito cansado. Continue o seu trabalho no mundo e saiba que gosto muito de você. Somos irmãos de trabalho em Cristo. Ainda vamos nos encontrar muitas vezes, nem sempre você irá lembrar, mas isso não é o principal. O importante é cumprir dignamente a própria missão, coisa que alguém de fora jamais compreenderá, pois o que está no íntimo de alguém só compete ao Senhor saber. Retorne ao seu corpo e faça os homens felizes com o seu trabalho. Se quiser, relate esta vivência espiritual. Fará bem aos outros. Acima de tudo, é o Cristo que nos sustenta".
Finalizando, ele me abraça e beija minhas mãos.

Em seguida, sinto um forte puxão energético na nuca e uma sensação de cair de grande altura em frações de segundo, em meio a uma forte ventania (correntes de energia) contrária ao meu movimento descendente, para dentro do corpo físico. Abro os olhos imediatamente, para não dar mole e esquecer a experiência.

Cena 7: 09h30min.

Permaneço acordado desde às 07h30min, momento em que voltei ao corpo e abri os olhos. Corri aqui para o notebook para escrever tudo isso, de improviso, para grafar os detalhes da experiência enquanto ainda estão quentinhos na memória.

O que sobra disso tudo é: tenho que continuar enviando os textos regulares pelo site. Só peço ao Senhor da Vida que me dê saúde e ânimo para continuar a jornada, e que novos recursos cheguem para a manutenção desse serviço luminoso entre os homens.

Paz e Luz.

P.S.: Agradeço ao amigo Francisco Cândido Xavier por intermediar um encontro espiritual tão auspicioso.
Chico, valeu pelo presente!

- Wagner Borges, sujeito com qualidades e defeitos, espiritualista consciente, neófito da vida, que sabe que é apenas mais um trabalhador na senda espiritual, como muitos outros de várias linhas, tentando entre trancos e barrancos cumprir o seu dharma dignamente no mundo, sob a inspiração do AMOR MAIOR QUE GERA A VIDA.

São Paulo, 02 de setembro de 2004.



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Wagner Borges é pesquisador, conferencista e instrutor de cursos de Projeciologia e autor dos livros Viagem Espiritual 1, 2 e 3 entre outros.
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