Uma viagem espiritual para além do bojador
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 15/06/2023 10:07:25
Tudo Vale a Pena, Se a Alma Não é Pequena.
Ó, Grande Universo!
Para onde miro o meu olhar...
Mesmo com as nuvens de chuva à frente,
Eu vejo sua tapeçaria sideral.
Assim como vejo outras esferas,
Invisíveis aos olhos da carne,
Mas visíveis à inteligência...
E sensíveis ao coração.
Na noite chuvosa, boio no ar...
Por entre os planos, em espírito.
Olho admirado para o zimbório celeste...
E vejo a obra luminosa do Grande Tecedor,
Fonte Imanente de todas as estrelas e seres.
Então, lembro-me de outras visões, de outrora...
Visitas espirituais às estrelas, com os sábios.
Viagens a outras esferas, com os hierofantes*.
Para além, muito além do olhar... Iniciações!
E valeu a pena? Sim!
Tudo vale a pena se a alma não é pequena.
(O grande poeta lusitano também voava pelo céu.)
Quem quer viajar para além do físico,
Tem que passar além da dor...
Além do medo, com o coração aceso.
Além do corpo, em espírito.
Além das nuvens de chuva, olhando as estrelas.
Além das emoções, seguindo o amor...
Além do horizonte, vendo o Ancião dos Dias,
O Grande Tecedor de estrelas e seres.
Sim, tudo vale a pena.
Principalmente se a alma não é pequena.
Fernando Pessoa sabia disso.
Ele também viajou para além do Bojador**, em espírito.
E viu o oceano de estrelas... E se encantou.
P.S.: Hoje, novamente eu olho e vejo, além das nuvens de chuva...
E vejo as estrelas, com o coração. E sinto um grande amor.
E me encanto, como o genial poeta português.
Assim como ele e os iniciados de todos os tempos,
Eu também quero voar e ir além do Bojador...
Em espírito, no oceano de estrelas.
E vale a pena, sim. Pois, se a alma não é pequena...
É porque o amor é grande.
Então, mesmo com as nuvens de chuva à frente,
Que o amor aconteça e faça ver estrelas***.
(Estes escritos são dedicados ao sábio grego Pitágoras, mestre das esferas sutis; a Hermes Trismegistro, o sábio estelar e padrinho secreto dos iniciados; e a Fernando Pessoa, o genial poeta português.)
Paz e Luz!
Wagner Borges - mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
- Notas:
* Hierofantes - dentro do contexto das iniciações esotéricas da antiguidade, eram os mestres que testavam os neófitos (calouros) nas provas iniciáticas.
** Em Portugal, o Cabo do Bojador tem o significado do último limite do homem e do seu mundo. Os poetas sempre se referem a ele.
Obs.: Aqui vai um trecho da genialidade de Fernando Pessoa:
"Valeu a pena? Tudo vale a pena,
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador,
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."
(Do poema "Mar Português".)
*** Abaixo o link da música que eu estava ouvindo enquanto editava estas linhas:
Harmonic Dreaming - dos músicos americanos Dean Evenson & Scott Huckabay.