Viajando espiritualmente no fogo doce e arrebatador
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 03/11/2006 12:01:28
(Palavras de Fogo de um Escritor Extrafísico)
“Meu camarada, se é que posso chamá-lo assim, há algum tempo que quero lhe falar”.
Antes de mais nada, agradeço-lhe pelas boas palavras sobre a minha obra. Sei que você tem lido alguns dos meus escritos e fico contente que minhas palavras de outrora ainda inspirem outro coração apaixonado pela leitura. Entretanto, tudo que escrevi era muito pequeno perto da grandeza que me inspirava quando eu pensava em Jesus.
Meus escritos eram paupérrimos, diante do que eu sentia espiritualmente. Era uma verdadeira chuva de energia, douradinha, que entrava pelo alto de minha cabeça e, finalmente, banhava o meu coração numa espécie de êxtase místico. Nesses momentos, eu era semelhante a um botão de flor se abrindo... E aquela chuva de amor me inundava completamente.
Quantas vezes eu chorei, ali sozinho, meu amigo! E, naquelas lágrimas copiosas, abençoadas pelo amor Dele, eu lavava minha alma.
Enquanto eu escrevia nas folhas brancas em cima da escrivaninha, Ele escrevia palavras de fogo em minha alma. E o seu fogo era doce e encantador, como a brisa morna do fim de uma tarde de verão em Damasco.
Muitas vezes, eu era arrebatado abruptamente (Projeção da consciência – é a capacidade parapsíquica (inerente a todas as criaturas) que consiste na projeção da consciência para fora de seu corpo físico; viagem astral (Ocultismo); projeção astral (Teosofia); projeção do corpo psíquico (Ordem Rosacruz); experiência fora do corpo (Parapsicologia); viagem da alma (Eckancar); desdobramento, desprendimento espiritual ou emancipação da alma (Espiritismo); arrebatamento espiritual (autores cristãos)) para fora do meu corpo físico(*), que ficava quedado na cadeira, meio imprensado na mesa cheia de papéis. Em espírito, eu era levado por seres invisíveis para além das estrelas. E, ali, eu escutava Sua voz retumbando por entre os astros, enquanto observava uma imensa coluna de fogo atravessando o zimbório celeste azul-anil, coalhado de pontinhos luminosos.
Então, repleto de flama espiritual, eu caía velozmente para dentro do corpo. Em seguida, despertava na matéria com um sobressalto e passava a escrever celeremente.
Em minhas veias circulava o fogo doce e encantador Dele. E eu tentava aquecer com o calor Dele as minhas palavras no papel, mesmo sabendo das limitações materiais.
Em outros momentos, bastava pensar Nele em meio às flores e eu era enlevado na mais linda inspiração. Ele gostava muito de ver os botões das flores se abrindo; via nisso a maravilha do Poder Divino que vivifica a tudo.
Sei que um dos seus camaradas espirituais já lhe falou sobre isso, mas não custa nada relembrá-lo de que visualizar o doce Jesus entre as flores é um poderoso exercício espiritual.
Agora, você já sabe o que me movia e onde eu me escorava nas horas de solidão.
Era no fogo Dele! Eram as flores Dele!
Muito embora nada tenha escrito, Ele foi o maior poeta de todos os tempos; no entanto, sua poesia foi escrita a fogo na alma do mundo, e continua a circular, pronta para aquecer os que se atrevem a erguer os frios véus do egoísmo de suas vidas.
Quando você ler alguns dos meus trabalhos, não pense em mim; pense Nele.
Agora, você já sabe: a inspiração que deu vida ao “Profeta”, veio de um fogo doce e encantador. Permita que esse fogo aqueça estes escritos e una nossos corações de escritores ao coração Dele.
Meu camarada, nós nos veremos novamente”.
(Do árabe - `está escrito´; expressão com que os islâmicos dizem que tudo o que acontece no universo está previsto pela vontade divina ) Maktub!(*)
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – São Paulo, 18 de outubro de 2006).
- Nota de Wagner Borges: Esses escritos são a transcrição de uma conversa interplanos com um escritor extrafísico. Preferi omitir o seu nome para evitar polêmicas desnecessárias. O importante está em suas palavras, que alguns leitores certamente reconhecerão. No mais, sempre fui um grande admirador de seu trabalho e fiquei muito contente com sua visita.
Suas condições extrafísicas são muito boas, e ele é uma presença discreta, mas cativante. Trata-se de alguém que amou muito e externou isso em seus escritos, aquecendo outros corações com seus escritos inspirados. Inclusive, ele me deu alguns toques particulares, pelos quais lhe agradeço.
Às vezes, alguém me escreve e diz que gostou de algum dos meus textos. Contudo, não sou escritor formado nem tenho o talento de muitos escritores que admiro muito. Um desses talentos é justamente o escritor dessas linhas, um verdadeiro gigante da escrita e um místico inspiradíssimo. Diante dele, meus limitados escritos empalidecem consideravelmente. E, no entanto, ele me visitou como um companheiro das artes da escrita e me disse algumas coisas legais. Uma delas é que o importante é o espírito que está inserido nas palavras. Sem coração, de que adianta ter técnica que não encanta nem faz o leitor pensar em algo a mais? Sem o fogo do espírito as palavras são vazias e desprovidas de sentido real.
Ele também me falou da solidão que acompanha muitos escritores e poetas, e da incapacidade do intelecto compreender as coisas do coração. E, finalmente, que um fogo doce e encantador, invisível, aquece e vela por todos aqueles que se esforçam em gerar climas construtivos entre os homens. E o melhor: esse fogo secreto compreende o coração e sabe o valor de cada ser.
Paz e Luz.
