Voando pelo céu de Athor com o Sábio das Estrelas II
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 10/04/2008 16:03:09
Nas asas da viagem espiritual, solto-me no espaço.
Livre do peso da carne alço vôo alegremente.
Lembro-me dos iniciados egípcios:
Eu, igual pássaro, duplo no ar, iniciado na noite.
A Deusa Hator me chama nas correntes de ar noturnas.
No alto, dois grandes olhos velam por mim.
Abaixo, o mundo das experiências temporárias.
Em meu coração, a alegria da liberdade.
Ah, essa viagem espiritual, fresta por onde o vôo acontece...
Desprendimento extrafísico natural, arte do espírito, emancipação da alma.
Eu, no ar, em duplo, tal qual o pássaro nos ares de Athor!
Acima, os olhos; abaixo, o mundo; dentro do coração, a lucidez.
No meio da noite estrelada, eu flutuo, qual pluma de Maat.
O universo é minha testemunha: meus motivos são justos.
No ar, entre o Céu e a Terra, vôo com o coração, nas asas da prece.
No Invisível, os guias secretos; na Terra, o corpo; e eu, igual pássaro.
Enquanto estou fora, o meu corpo parece múmia que respira devagar.
A lanterna em meus pés projeta raios prateados para baixo...
Sob o feixe de luz prateada, o corpo respira e vive.
Acima, em duplo, no ar, eu respiro a luz das estrelas.
Lembro-me da sabedoria hermética: “O Todo está em tudo!
O que está no alto é como o que está embaixo;
O que está embaixo é como o que está no alto;
No milagre de uma só coisa: o equilíbrio”.
Ah, Thot! Obrigado pelos ensinamentos estelares.
Eu sou como pássaro espiritual na noite, com os motivos justos.
Mas minhas asas são de luz, assim como as asas do universo.
E as minhas testemunhas são as estrelas.
Que (Amon-Rá: O Senhor da Luz; O Deus-Sol; Deus maior da cosmogonia egípcia, representado pelo Sol. Todos os Faraós em suas iniciações recebiam nomes iniciáticos, e muitos deles eram chamados filhos do Deus Sol.) Amon-Rá(*) me guie nas jornadas espirituais!
Paz e Luz.
- Notas da Cosmogonia Egípcia:
Pássaro-alma: por metáfora, é o iniciado que se projeta para fora do corpo físico, para aprender e trabalhar nos planos invisíveis, sempre sob a supervisão dos hierofantes e dos mestres invisíveis. Ao sair do corpo, está revestido por um veículo de luz, um duplo, representado esotericamente pela figura de um pássaro com cabeça humana. Alguns pesquisadores espiritualistas associaram esse duplo com o princípio vital, que os egípcios chamavam de `Kha´. Outros o associaram com o “Ba”, a alma.
Na verdade, a maneira como os egípcios classificavam os veículos de manifestação da consciência é bem complexa e diferente de outros contextos espiritualistas. Para se ter uma idéia geral, eles dividiam o ser em oito partes.
Para enriquecer esse esclarecimento, reproduzo na seqüência algumas informações históricas, extraídas do historianet, um excelente site de História na Internet: link
A seção específica sobre a religião egípcia, onde está o trecho extraído que segue-se abaixo, é link
O homem egípcio e sua conceituação:
“A religião egípcia elabora um conceito complexo, e sofisticadíssimo, para entender/explicar a natureza do homem que, por ela, é composto de 8 partes:
"O corpo físico era o CAT, ligado a esse CAT estava o duplo do homem o CA (Kha), cuja existência é independente do CAT, podendo ir para lugares à sua vontade; as oferendas são para alimentar o CA que come, bebe e aprecia o cheiro do incenso. À alma chamava-se BA que é algo sublime, nobre, poderoso. O Ba morava no CA e tinha forma e substância e aparece como um falcão com cabeça humana nos papiros. O coração, AB, era a sede da vida humana. A inteligência espiritual, ou o espírito do homem, era CU e era a parte brilhante e etérea do corpo e vivia com os deuses no céu. Outra parte do homem que, também, ia para o céu era o SEQUEM que era a sua força vital. Outra parte do homem era o CAIBIT, ou sombra, sempre considerada próxima à alma, o BA. Por fim, temos o REN que é o nome do homem e que é uma de suas partes mais importantes, pois se o nome for eliminado, poder-se-á destruir o homem. Ou seja, o homem se constituía de corpo, duplo, alma, coração, inteligência espiritual, poder vital, sombra e nome, e essas 8 partes podem se reduzir a 3 partes: corpo, alma e espírito, deixando-se de lado as 5 outras.”
Na V dinastia (3.400 a.C.) afirmava-se de modo preciso:
"A alma para o céu e o corpo para a terra".
* Hierofante: dentro do contexto esotérico, é o mestre que toma sob sua guarda o neófito (calouro), e supervisiona suas provas iniciáticas e o seu desenvolvimento consciencial.
* Maat: a deusa da justiça; por metáfora, muitas vezes ela é representada por um par de asas (ou apenas uma pena de ave), simbolizando que ela paira acima do mundo, atenta a todas as coisas que os homens pensam, sentem e fazem em sua vidas.
* Toth: o escrivão dos deuses; o sábio que veio das estrelas para ensinar aos homens de boa vontade; o grande mestre das iniciações do antigo Egito; posteriormente, os gregos passaram a chamá-lo de Hermes Trismegistro, o três vezes grande.
* Hator (ou Athor); a Mãe Celestial; a deusa da noite; a senhora dos ventos noturnos.
* Para quem gosta de ler sobre o contexto iniciático do antigo Egito, sugiro a leitura desses três livros:
- “A Ciência Secreta” – Henri Durville – Vols. 1 e 2 - Editora Pensamento.
- “O Egito Secreto” – Paul Brunton – Editora Pensamento.
- “Ensinamentos Extrafísicos e Projetivos” – Sanat Khum Maat / Wagner Borges – Editora Madras.
* Para enriquecer ainda mais esses escritos, reproduzo na seqüência a primeira parte desse texto, extraída do meu livro “Ensinamentos Extrafísicos e Projetivos”. Segue-se o mesmo logo abaixo.
