Você sabe dizer não?
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 06/08/2004 13:23:03
Muitas pessoas enfrentam problemas e dificuldades em seu dia-a-dia por uma razão muito simples: a incapacidade de dizer não. Dizem freqüentemente sim a pedidos e exigências alheias absurdas quando na verdade preferiam ou gostariam de dizer não.
Por que isso acontece?
São vários os fatores por trás dessa incapacidade: o medo de ser rejeitado,
a necessidade de sempre obter a simpatia dos outros, uma dificuldade em enfrentar conflitos e uma baixa auto-estima.
O resultado dessa atitude é que acabam acumulando tarefas, dedicando-se a coisas que muitas vezes não tinham vontade de fazer, em detrimento de suas próprias necessidades e desejos.
Isso acaba trazendo uma dificuldade em cumprir todos os compromissos, gerando estresse e frustração, e fazendo com que o ressentimento contra a vida cresça dentro delas.
Para sair desse círculo vicioso, é preciso, primeiramente, analisar com cuidado as causas dessa incapacidade de dizer não. Isso exige um trabalho minucioso de investigação interior, que lhes permitirá descobrir o que, em sua história de vida, determinou tal comportamento.
Outro caminho é refletir sobre suas próprias necessidades e saber distinguí-las daquilo que lhes foi imposto pelas outras pessoas. É claro que todos nós temos obrigações na vida, responsabilidades que nos cabe cumprir mesmo que nem sempre sejam de todo agradáveis.
Entretanto, é preciso determinar claramente quais as nossas próprias prioridades e recusar aquilo que não se enquadra dentro delas. Desse modo, poderemos evitar ao máximo aceitar tarefas que não sejam imprescindíveis para o nosso próprio bem-estar.
O amor por si mesmo e o cultivo da autoconfiança são importantes antídotos contra a incapacidade de dizer não. Comece por recusar-se a comprar coisas inúteis de que não necessita, sem se deixar dominar pela insistência do vendedor.
Diga não a pedidos abusivos como, por exemplo, o daquele colega que vive lhe pedindo dinheiro emprestado para completar o valor do almoço, afirmando que está sem trocado, mas jamais se lembra de devolver.
Experimente, é preciso começar de algum modo. Com a prática isso se tornará cada vez mais confortável para você. E um belo dia, sem perceber, estará dizendo não a um relacionamento afetivo abusivo, recusando-se a ser explorado pela família ou pelos amigos e tornando sua vida bem menos atribulada.
“... Um único momento de autenticidade é melhor do que uma existência inteira de vida inautêntica. Portanto não tenha medo.
Ser autêntico significa permanecer verdadeiro consigo mesmo. Como permanecer verdadeiro? Lembre-se sempre de três regras. Uma, nunca dê ouvidos a ninguém quando dizem o que você deve ser. Ouça sempre a sua voz interior, o que você gostaria de ser; do contrário vai desperdiçar sua vida inteira.
Ser autêntico significa ser sincero consigo mesmo.
A segunda regra mais importante – só se você cumprir a primeira regra poderá cumprir a segunda – nunca use uma máscara. Se estiver com raiva, mostre sua raiva. É perigoso, mas não sorria, porque isso é ser falso. Mas lhe ensinaram que quando você está com raiva deve sorrir. Então o seu sorriso torna-se falso, uma máscara – simplesmente um movimento dos lábios e nada mais. O coração cheio de raiva, veneno, e os lábios sorrindo; você se torna um prodígio de falsidade.
E a terceira regra sobre a autenticidade... permaneça sempre no presente, porque tanto do passado quanto do futuro é que vêm todas as falsidades. Porque o que passou, passou; não se preocupe com isso e não o carregue como um fardo; do contrário ele cairá sobre o presente e o destruirá. Seja verdadeiro em relação ao presente; então você será autêntico. Estar aqui e agora é ser autêntico. Nem passado nem futuro – o momento é tudo.
O momento é a eternidade inteira”. Osho