A viagem arquetípica nos arcanos do Tarot
por Elisabeth Cavalcante em OráculosAtualizado em 15/07/2002 11:43:05
A jornada do ser humano na Terra pode ser definida como uma viagem com um objetivo específico: atingir a união com Deus.
Este caminho pode ser percorrido cegamente e de forma inconsciente, ou através do aprofundamento do contato com as suas verdadeiras origens divinas.
O mundo do inconsciente ou dos arquétipos psicológicos, segundo a terminologia do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, traz em si o mistério dessa origem na divindade.
Um dos mais poderosos instrumentos de acesso a esse mundo são as cartas do tarot. De um modo geral, podemos dizer que as 56 cartas dos Arcanos Menores representam o eu exterior ou a personalidade do homem, enquanto as 22 cartas dos Arcanos Maiores simbolizam o reino secreto do eu interior ou individualidade.
Tendo em vista que o principal objetivo desse baralho é facilitar o autoconhecimento, é necessário que olhemos as cartas principalmente sob o aspecto da sua correspondência com funções e princípios psicológicos dentro da psique humana.
Longe de terem sido concebidos artificialmente por artistas que trabalhavam apenas no nível consciente, esses símbolos são habitantes permanentes do inconsciente coletivo. A nossa alma já está familiarizada com o simbolismo arquetípico das cartas e, estimulada por elas, a recordação da natureza dos poderes arquetípicos atingirá mais uma vez a superfície de nossa mente consciente.
O Louco, ou a carta zero, simboliza a fonte espiritual primitiva e o derradeiro destino de todos os poderes e de todos os seres manifestados. Ela representa o Alfa e o Omega da manifestação, o Nada de onde todas as coisas procedem, e ao qual todas elas se reduzem no final dos tempos.
Do ponto misterioso da unidade original e final, simbolizado pela carta zero, ou pelo Louco, procedem três correntes, ou raios, cada um constituído de sete cartas dos Arcanos Maiores, que juntas somam vinte e um. O primeiro deles (de um a sete ou do Mago ao Carro) representa a área de poderes criativos, ou das causas no interior do inconsciente coletivo.
O segundo setenário (de oito a quatorze ou da Força à Temperança) consiste em representações das leis através das quais os poderes primordiais do primeiro setenário são canalizados para a manifestação. O terceiro e último setenário (de quinze a vinte e um ou do Diabo ao Mundo) simboliza os resultados ou as manifestações concretas concluídas dos primeiros sete poderes, quando estes surgem na sua condição concreta ou diferenciada.
As cartas falam diretamente à nossa intuição, às forças inconscientes de nossa alma. O fato mais importante a ser fixado na mente é que não existe nada casual ou acidental no Universo e que os eventos exteriores – não importa quão triviais possam parecer – estão intimamente relacionados com ocorrências no interior da psique do homem.
Desse modo, a adivinhação através do tarot pode ser definida como um método prático no qual se constrói uma ponte entre o mundo onde ocorrem eventos físicos temporais e o mundo eterno dos arquétipos do inconsciente coletivo.
Se reconhecermos que estamos constantemente moldando o nosso futuro, ao estabelecermos um contato mágico com o nosso inconsciente, podemos vir a conhecer muito sobre o nosso futuro e, o que é mais importante, podemos influenciar nosso futuro e alterá-lo, tornando-nos dessa forma, pelo menos até certo ponto, senhores de nosso destino.
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