O Mago e a Sacerdotisa
por Ingrid Dalila Engel em OráculosAtualizado em 20/10/2003 12:24:39
O início...
Quantas vezes iniciamos e reiniciamos em nossa vida?
A necessidade de iniciarmos nos leva ao grande crescimento pessoal... e tudo depende da nossa atitude mental perante o evento...
O Mago nos fala da nossa capacidade de iniciarmos novos movimentos, acreditando em nossa capacidade, em nossa sabedoria e em nossa coragem.
Acreditar na possibilidade de fazermos verdadeiras alquimias em nossa jornada.
Transformar a nossa dor na motivação de crescermos... Quantas pessoas nós conhecemos que de uma grande perda, tragédia, se levantam e realizam uma incrível renovação e reiniciam, dando um novo rumo, um novo sentido à vida...
Analisamos como grande exemplo, o ator Christopher Reeve, que caiu de cavalo em 1994 e teve lesões na medula espinhal que o deixaram totalmente paralisado do pescoço para baixo, obrigando-o a respirar com aparelhos em caráter permanente. Reeve confessou ter vivido um curto período de total desespero mas este sentimento passou com relativa rapidez e agora ele se considera “um cara de sorte” . Ao aprender a lidar com esse sentimento, ele disse ter percebido que o único jeito de seguir pela vida é olhar para o que se tem, ver o que ainda se pode fazer. No caso dele felizmente não havia ocorrido nenhuma lesão cerebral, ainda tinha uma mente lúcida que poderia usar, concentrando a atenção dessa forma nos recursos de que dispunha. Reeve decidiu usar sua mente para aumentar a conscientização do público e informá-lo a respeito das conseqüências das lesões na medula espinhal para poder ajudar outras pessoas em condições parecidas. Tem planos para continuar a falar em público, assim como escrever e dirigir filmes.
Vimos então, que o nosso modo de encarar a vida é um meio mais eficaz para alcançar a felicidade do que procurá-la através de fontes externas, tais como riqueza, o status etc... Existe uma fonte interna de felicidade que é ligada a uma sensação íntima de contentamento, a uma noção de amor próprio e constatamos que a verdadeira felicidade está intimamente relacionada à mente e ao coração.
Este é o verdadeiro ser, que transforma sua dor, adotando uma atitude mental de vitória, e reúne sua força interior, coragem e fé, superando os obstáculos e o próprio sofrimento, ligando-se à sua essência superior, exercendo sua capacidade de ser um Mago Alquimista.
Faço um convite para que todos nós façamos uma reflexão sobre a nossa capacidade de transformar nossa realidade, tomando consciência de uma força interior e adotando uma atitude mental de autoconfiança e coragem; iniciemos uma nova forma de vida que nos traga mais paz, auto-realização e felicidade.
E falando em felicidade... Lendo o livro do Dalai Lama “A Arte da Felicidade” ele narra que “o propósito da nossa existência é buscar a felicidade”, dando uma visão da felicidade como um objetivo verdadeiro, que podemos alcançar dando passos positivos, mantendo uma disposição mental positiva e, quanto maior o nível de serenidade na mente, maior será nossa paz de espírito e maior a nossa capacidade para levar uma vida feliz e prazerosa.
A paz de espírito ou a serenidade tem como origem o afeto e a compaixão e quando dispomos desses aspectos, uma certa estabilidade interna, mesmo que faltem vários recursos externos que normalmente se considerariam necessários para a felicidade, ainda é possível levar uma vida feliz e prazerosa (capítulo 1 e 2).
Estas “verdades” fizeram com que eu me lembrasse dos ensinamentos da “Sacerdotisa” representada pelo 2o Arcano Maior do Tarot. Ela representa a força Yin, que nos orienta para uma postura de serenidade e confiança perante a vida, desenvolvendo a aceitação e a tolerância... Sabedorias que nós, teimosamente presos ao nosso ego intolerante e controlador, nos negamos a exercitar.
Ela nos ensina a confiar na vida e em nós mesmos, na sabedoria do nosso “Eu Superior”, ouvindo as nossas verdadeiras necessidades. Necessidades de nos interiorizarmos, olhando para dentro dos nossos corações, identificando as nossas verdades e nossas reais fontes de felicidade para, com uma postura de fé e coragem, nos deixar levar pelos nossos corações na busca da nossa felicidade, livres das ilusões do mundo externo.
Pratiquemos a meditação, estando sempre conectados com o nosso Ser Superior, almejando os verdadeiros valores da vida!
Virgínia Wolf no seu “noite e dia”, disse : “Certas mulheres são como navios majestosos. Navios firmes na sua marcha, sem abrir caminho aos empurrões, sem se aborrecerem com miudezas, impávidas na sua rota”!