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Os Mitos e o Tarô

por Elisabeth Cavalcante em Oráculos
Atualizado em 30/04/2004 12:28:49


Os mitos são estórias, parábolas e representações iconográficas que descrevem padrões de comportamento do ser humano. São estórias não verdadeiras que, paradoxalmente, refletem padrões psíquicos absolutamente reais.

Os mitos também podem ser definidos como esquemas ou planos e é exatamente esse conceito que devemos levar em conta quando estudamos as cartas do tarô. As cartas trazem figuras ou representações espontâneas, nascidas da imaginação do homem, e através de uma linguagem poética contam experiências fundamentais para o seu desenvolvimento.

Cada carta dos Arcanos Maiores do tarô e as seqüências de cartas dos naipes ou Arcanos Menores, representam figuras mitológicas que a psicologia moderna denominou arquétipos, que são universais e existem em todas as pessoas de todas as civilizações e culturas em todos os períodos da História. Cada história descrita no mito refere-se a uma experiência real e expressa uma experiência psicológica.

O nascimento, por exemplo, tanto ocorre fisicamente como no plano simbólico cada vez que temos de enfrentar algo novo ou recomeçar uma nova fase da vida. Da mesma forma a experiência da morte é vivenciada de forma real e psicológica a cada mudança ou transformação profunda na vida e simboliza uma morte do antigo eu que fomos um dia.

Desse modo, podemos efetuar duas abordagens das cartas do tarô: uma histórica, factual, concreta e a outra psicológica ou arquetípica. No mundo da psique as experiências não estão ligadas pela causalidade, mas sim pelo significado. Esse significado associado é a razão das ligações entre os fatos de nossa vida cotidiana e o tarô.

Assim, a forma como o tarô opera em termos de previsão nada mais é do que uma espécie de espelho da psique. Associar o simbolismo das cartas às situações vivenciadas pelo consulente não é uma experiência racional, ela exige do tarólogo a conscientização sobre os padrões arquetípicos ou as correntes de forças que atuam em nossa vida e que são refletidos pelo tarô.

Sem essa atitude de respeito e reverência, não pelas cartas em si, mas pelas profundas verdades que elas simbolizam, a leitura torna-se um ato vazio, desprovido de seu real significado.


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elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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