Amorfo (N/Emotivo N/Ativo Primário) Também Hipotônicos (Abaixo do tom)
por Sergio Scabia em PsicologiaAtualizado em 17/08/2000 17:25:04
Sobre o Símbolo: a parte maior do Tao, a Yang - verde claro - prevalece
sobre a feminina Yin, como que esmagando-a. Todos aqui estão no exílio.
A Atividade sozinha conflita-se com seu oposto, e sustenta assim com pouca firmeza
e energia os outros dois exilados. Como é duro carregar dois pesos em
desequilíbrio!
Melhor preservar as energias para as verdadeiras provações e deixar
tudo do jeito que é. Que tal aproveitar as coisas e "deixar estar"?
Sobre o tipo Amorfo: Disponíveis, conciliadores, tolerantes por indiferença, mostram muitas vezes uma obstinação passiva muito persistente. No conjunto, são aqueles de quem se diz que têm "bom gênio". Negligentes, inclinados à preguiça, são inimigos da pontualidade. São Indiferentes ao passado mais ainda que ao futuro. Têm quase sempre aptidão para a música (execução) e para o teatro. Valor dominante: o prazer.
Tradicionalmente, são chamados de amorfos por causa da inconsistência
de sua estrutura psicológica. Mas esse termo desagradável encerra
um julgamento de valor negativo. Melhor usar o termo hipotônico, e foi
este finalmente que preferimos manter, talvez por sua forma um tanto erudita
e sibilina, adequada todavia ao tipo em questão.
O que logo de início surpreende é que os indivíduos desse
tipo são geralmente volumosos e, quando adultos, com freqüência
obesos. Entretanto, seu peso não corresponde a sua opulência, pois
são dotados de tecidos adiposos, menos pesados do que o músculo.
Mas essas reservas não são utilizadas ou, mais exatamente, só
o são em atos fáceis e "terra-a-terra". Freqüentemente
voltam-se para outros prazeres: beber, comer, divertir-se.
O que não podem obter pelo esforço pessoal são hábeis
em proporcionar-se sem dificuldades as vezes em detrimento dos outros. A "boa
vida" dos amorfos é patente, e de nenhum modo se envergonham disso.
Se o meio em que vivem os incomoda e tenta obrigá-los a cuidar do futuro,
parecem concordar e podem mesmo dar algumas provas de boa vontade. Mas como
poderiam fazer longamente pressão sobre si mesmos e perseverar num "aprumo"
imposto do exterior e ao qual não aderiram realmente? E se, na melhor
das hipóteses, conseguem algum progresso, essa vitória parcial
corre o risco de ser freqüentemente recolocada em causa, e será
preciso ter a paciência de recomeçar do zero, ou quase.
Compreende-se assim que os mais hipotônicos desses indivíduos sejam
espreitados por duas degenerescências:
o prazer de nada fazer e de fugir a qualquer responsabilidade e também
temos aqui a vocação para o prazer sensual e a vida fácil.
Mas fora desses limites extremos e felizmente raros, os não-emotivos
não-ativos primários são companheiros agradáveis,
que gostam de aproveitar as alegrias da existência e que sabem também
distrair os outros. Suportam com galhardia, e são mesmo os primeiros
a se divertir com as brincadeiras de que são vítimas. Sua Primariedade
lhes dá por vezes um sentido da réplica que interfere em sua moleza
orgânica.
Ë preciso, pois, circunstâncias excepcionais para que esses seres
progridam e, com mais forte razão, para chegarem a ocupar postos de comando.
Foi a hereditariedade que levou o amorfo Luís XV ao trono. Foi um concurso
de circunstâncias e uma bravura anterior (os amorfos, por inconsciência
do perigo, são muitas vezes corajosos) que introduziram Goering na órbita
hitleriana. Mas mesmo nessas circunstâncias excepcionais, os representantes
desse caráter mostram-se com todas as inclinações inerentes
a sua fórmula.