Nervoso (Emotivo N/Ativo Primário)
por Sergio Scabia em PsicologiaAtualizado em 17/08/2000 17:17:37
Sobre o Símbolo: a parte maior do Tao, a Yin - feminina - exercendo
seu poder principalmente pela emoção, que está em sua casa
- prevalece sobre a masculina Yang que se encontra fora da sua regência,
(o lado direito é Yin). Emoção forte e Energia nem sempre
disponível produzem movimento incessante de baixa intensidade, que pode
gerar stress, impaciência e irritação.
Sobre o tipo Nervoso: De humor variável, querem chocar os outros e atrair sobre si a atenção alheia. Indiferentes á objetividade, precisam embelezar a realidade e para isso vão da mentira à ficção poética. Têm pronunciado pendor pelo bizarro, pelo horrível, pelo macabro e, de modo geral, pelo "negativo". Trabalham irregularmente e somente no que lhes agrada. Precisam de excitantes para se arrancarem à inatividade e ao tédio. Inconstantes nas afeições, logo seduzidos, logo consolados. Valor dominante: o divertimento.
Aqui, trata-se de um tipo que corresponde à combinação
emotividade (portanto indivíduo muito impressionável), não-atividade
(portanto indivíduo pouco propenso ao consumo orgânico) e primariedade
(portanto indivíduo de reação rápida ou "reagente").
O que impressiona à primeira vista no nervoso é a intensidade
e a sucessão rápida de suas emoções. Ele passa sem
intervalo da euforia à depressão, do entusiasmo ao abatimento,
da alegria à dor. Suas opiniões têm a mesma inconstância
e inclina-se prazerosamente para os extremos mais contraditórios. Disso
resulta uma personagem multifacetada, ao mesmo tempo desconcertante e encantadora,
irritante e agradável.
Suas relações interpessoais são numerosas e agitadas. Se
tem muitos colegas temporários!, são poucos os amigos verdadeiros.
O reconhecimento e a fidelidade são nele raros, e a "inconstância
afetiva" está sempre espreitando-o em suas ligações,
da mesma forma que a "inconstância profissional" o espreitava
em sua carreira (ou carreiras!).
As emoções lhe são tão indispensáveis quanto
o pão e a água; quando não as encontra em sua pessoa ou
no meio em que vive, corre a procurá-las no exterior. Aprecia particularmente
as impressões inéditas e os excitantes de todas as espécies:
filmes de terror, romances policiais, amores excêntricos, perversões
sexuais, fumo, álcool, entorpecentes. Sente uma atração
muito viva pelo que é raro, excepcional, excitante, inclusive pelo mórbido
e pelo macabro. Gosta de forçar o tom em tudo: vocabulário metafórico
e superabundante, excentricidades no vestir, ideologias chocantes, culto do
paradoxo, atitudes teatrais, inconformismo mais ou menos agressivo.
O nervoso é sacudido por sentimentos tumultuosos, ou que assim se lhe
afiguram em sua atitude narcísica. Por isso os poetas exaltados e os
escritores iluminados se recrutam com freqüência nessa família
caracterológica. Até mesmo sua solidão é agitada,
à semelhança de seu estado febril de todos os dias. O nervoso
raramente guarda consigo as impressões que tem. Sua transparência
é total, e ele, por vezes, recai no exibicionismo. Está constantemente
desempenhando papéis, e às vezes parece estar vivendo em um mundo
que imaginou para si mesmo, à margem das monótonas realidades
da vida comum.
Uma tal prodigalidade de energia nervosa não deixa de causar fadiga.
E como as reservas orgânicas são limitadas, o nervoso não
é pessoa nem de trabalhos que exijam força e nem mesmo para os
esforços prolongados.