Nossos aspectos criativos são de origem transcendente
por Silvia Malamud em PsicologiaAtualizado em 30/08/2007 14:51:18
Viver, todo mundo vive, mas existir é para poucos
Somos parte de um todo maior, de uma consciência maior (mônada quântica) que evolui à medida que esta é experimentada.
Cada um de nós existe em outras realidades e em outras dimensões; o que chamamos de "eu" é apenas uma pequena porção de uma identidade total, que por sua vez faz parte de "Tudo o que existe", numa consciência expandida ao infinito.
A consciência, neste sentido, não é um "algo", mas sim uma dimensão de ação que se torna possível por uma série de dilemas criativos.
A identidade observada de modo quântico não está relacionada com o que chamamos aqui de personalidade individual. Ela apenas é um aspecto, não menos importante, da estrutura da consciência. A personalidade, porém, apresenta apenas aqueles aspectos da identidade que são capazes de se atualizar no plano tridimensional; portanto, ela é física.
Sempre estamos em contato com outras partes do nosso Eu total, mas o nosso ego-personalidade apenas existe para o enfoque desta realidade física e também para preservar a nossa sobrevivência neste plano; portanto, na maior parte do tempo não recebe de modo consciente as mensagens do Eu total/mônada. Estas mensagens, porém, permanecem ininterruptamente atuantes nas dinâmicas da nossa consciência, na maioria das vezes monitorando muito mais do que podemos imaginar as nossas atitudes, sentimentos e desejos.
O nosso ego-personalidade é um aspecto da nossa totalidade, que pertence ao plano físico. Temos, portanto, aspectos da nossa consciência total manifestados na direção em que o "eu" focaliza a sua atenção. Uma porção do nosso Eu total experiencia os eventos de uma forma inteiramente diferente das do ego, e está ciente de todos os outros eventos prováveis que poderiam ter sido experimentados pelo ego, ou por outras manifestações de vida que coexistem.
Nas projeções extrafisicas da consciência, uma porção de eventos são experenciadas em realidades tão físicas como esta. Podemos então entender por que razão o foco da nossa consciência se desprende e vai...
Nestes outros sistemas de realidades, cada um de nós tem outros aspectos atuantes; este outro "eu" não funciona como um ‘duplo’ nosso, mas sim representa outras partes de nossa "Entidade Total" desenvolvendo habilidades diferentes. O motivo de alguns acharem que este tipo de projeção extrafísica da consciência é um sonho, é devido à falta de conhecimento dentro deste paradigma. O interessante é saber que sempre que nos lembramos do ocorrido nestas realidades, é pelo fato de que nosso foco, por algum motivo importante, busca receber determinada informação de outros aspectos nossos, e, mesmo que seja de modo não consciente, isso ocorre para que haja movimento e transformação criativa em nosso Todo e, portanto, também em Tudo o que existe.
Lembrar-se no meio de uma experiência deste tipo quando se está projetado no astral requer treinamento em estados de consciência não comuns, assim como conceder-se o direito de "jump out of the Box", ou seja, abrir-se efetivamente para a possibilidade de vivenciar de modo lúcido experiências da consciência, distintas das que aprendemos no modo materialista. Quando entramos em contato com outros aspectos, que no final das contas somos nós mesmos, na maioria das vezes acabamos por nos acoplar em nós mesmos nessas outras dimensões e realidades e se não tivermos isso em mente, dificilmente, num estado projetivo, poderemos recorrer a uma autonomia do nosso Eu daqui da Terra... ou seja, nos autopercebermos conscientemente em outra lâmina de realidade e, pensando melhor, aqui mesmo.
A grande questão é a de deixarmos efetivamente de sermos condicionados por crenças que nos levam a atuar pelo nosso “piloto automático”, nos robotizando num único modo de ser. Como se isso fosse tudo.
Existe um constante intercâmbio - não consciente - de informações entre todas essas camadas do Eu total, mas pelo motivo acima exposto, determinados tipos de ego formatados aqui na Terra, ficam impedidos de receberem informações que podem gerar movimento transcendente. O ego tenta se cristalizar a todo custo, mas ele não é estático - nada é estático - e é aí que acontecem os distúrbios da criação, do prazer e das formas de poder. É muito complicada a tentativa de "tamponarmos" a nós mesmos, bloqueando-nos na nossa manifestação que é criativa por excelência. Estamos aqui para nos experimentarmos e nos reconhecermos através da criação deliberada e a partir daí assumirmos total responsabilidade pelo movimento de Tudo o que há. Funcionamos individualmente, ao mesmo tempo em que estamos ligados a Tudo o que existe.