O Nível de Forma
por Sergio Scabia em PsicologiaAtualizado em 20/06/2000 01:01:37
A primeira impressão é a que conta!
Como é desesperador, às vezes, olhar para uma escrita e ficar como que perdido por causa de uma quantidade grande de traços e movimentos que nos deixam perplexos e intrigados...
Quantas informações serão recolhidas pelos sentidos e quantas serão compreendidas de acordo com as varias leis que formam esta técnica?
Provavelmente não atinamos, esquecemos que entramos em contato com a alma dessa pessoa, e talvez a nossa expansão de consciência ainda não permita que esse momento seja compreendido em sua plenitude.
Podemos sentir na primeira impressão como que uma grande empatia ou algo que chega a nos perturbar. Mas devemos sempre fazer amplo uso de adjetivos moderados e animadores... procuremos sempre a beleza que está em todos.
Não podem existir regras rápidas ou rígidas para a avaliação, visto que cada grafólogo deve e pode usar o método que mais se encaixa no seu próprio temperamento. E nesse ponto vamos considerar o valor de uma completa analise de nossa própria escrita, para ficarmos cientes dos pontos fortes, dos pontos fracos e dos preconceitos que estão à vista bem debaixo dos nossos olhos.
Para algumas pessoas o sistema de dar pontos (de 1 - baixo - até 5 - alto) para cada um dos 6 aspectos (harmonia, originalidade, organização, espontaneidade, dinamismo e ritmo ) parece o melhor.
O Nível de Forma seria então representado por um total de até 30 pontos. Grafólogos mais intuitivos podem querer fazer a avaliação já na primeira passada sobre a folha escrita, mas esta maneira é perigosamente subjetiva, a menos que uma busca mais especifica seja também executada. Os seis aspectos são cada um de importância única e a vulnerabilidade e a falibilidade do escritor podem residir na diferença entre a rápida avaliação total do Nível de Forma e a nota em cada aspecto em separado. Antes de qualquer julgamento, precisa levar em conta influências externas como saúde prejudicada, cansaço ou fatores que vão de uma caneta com a ponta danificada, envolvimento emocional com o assunto da escrita, stress temporário, dano especifico no braço ou no pulso, estiramento ou esforço recente ou o uso de papel inadequado.
Klages originalmente entendia o Nível de Forma como o divisor de águas entre os movimentos mecanizados e racionais da escrita e o impulso vital que indica a resposta criativa e única de cada indivíduo para com a vida.
Precisamos fazer nossas próprias avaliações com toda a honestidade possível, lembrando a que o Nível de Forma é importante ferramenta da grafologia, mas obviamente não é tudo.
Claramente, por exemplo, não é uma forma de analise que sirva para entregar ao cliente... é principalmente parte do treinamento do grafólogo e contribui para a compreensão do movimento da escrita como um todo, sem exames mais detalhados.
Quanto da Psicologia precisamos conhecer para poder estabelecer o Nível de Forma? Ou não será que todos os métodos honestos de grafologia, desde que partam de uma analise cuidadosa, tem verdadeiro valor?
Muito também depende para quais olhos a analise grafológica se dirige.
O uso de termos psicológicos com o publico em geral pode ser uma perda de tempo ou pode ajudar a destruir a confiança nele; mas, onde a grafologia é utilizada como psico-diagnostico, precisamos estar bem atualizados com todas as tendências correntes.