O pai, a filha imatura e o pseudo-pretendente
por Luís Vasconcellos em PsicologiaAtualizado em 07/08/2001 17:33:52
Apelido: |
Sonhadora |
Idade: |
45 |
Estado Civil: |
Casada |
Sexo: |
Feminino |
Filhos: |
Um – com idade de 6 anos |
Profissão: |
Analista de sistemas |
Formação: |
superior completo |
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Descrição do sonho: |
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Identifique os personagens
que participaram do sonho: |
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Destes persongens, quais
são conhecidos? Como vai a relação pessoal: |
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Descreva o momento ou fase
que está vivendo: |
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Com que aspectos da sua
vida atual este sonho pode estar relacionado? |
Comunicação do psicólogo para o sonhador: |
22/06/2001 |
Este é um sonho bastante significativo
da situação que vc. está vivendo. Na sua vida vc. chegou a um ponto de se questionar
se ela está fazendo sentido ou não. Vc. sente um vazio existencial, uma falta de
sentido, carência sexual e afetiva, sente que há algo que precisa ser preenchido
mas não sabe bem o quê: Seu casamento está morno, seu trabalho não lhe traz
realização, só dinheiro, e assim tudo vira uma espécie de rotina sem um sentido
maior. O que pode servir de contraponto é a relação mãe/filho traduzindo um vínculo
afetivo, porém, no sonho, vc. está mais ocupada em “namorar” do que em relacionar-se
com o filho. Será que ela só pensa e só faz o que acha que seria adequado aos olhos do rei? Não, a princesa faz coisas escondidas (condenáveis aos olhos dele), portanto não é tão submissa assim, porém faz “coisas erradas ou proibidas” desde que ninguém venha a descobrir o que ela fez. Isto ocorre porque ela é imatura, não demonstra ter um senso de valores próprio e se preocupa em excesso com o que aparece ou aparenta aos “olhos dos outros.” Ela não tem em Sydney um autêntico príncipe (que teria o poder e a força suficientes para conduzi-la para uma vida longe do pai). Não! pois Sydney inclusive é casado (e usa umas jóias que lhe causam estranheza, pois não se encaixam na sua idealização de um modelo masculino). Então, neste sonho, vc. se defronta,
por um lado, com a sua imaturidade e dependência das “bases familiares” e, por
outro lado, com um envolvimento que não serve para muita coisa, com um príncipe
que não sabe nem pra onde está indo, que está em um sitio que vc. só conhece de
ouvir falar, que está em uma piscina que na verdade é só um idéia (que não inclui
vc. pois ele é casado, lá no reino dele) e vc. quer, por assim dizer apresenta-lo
ao seu pai, como se a relação com ele tivesse algum “futuro” (relacionamento dentro
da família, amizade com o seu pai etc.). Aí, no sonho, vc. se esforça por forçar
um vínculo (irreal) entre este pseudo príncipe e o rei, seu pai, (ele ia comprar
casa em Angra, ele fala russo etc.) e depois fica alheia e não entendendo nada
quando eles falam russo e eles até parecem russos em uma espécie de “cumplicidade
entre homens”! Ora, veja a sua situação, de completa estranheza e abandono em
alguma situação irreal na qual vc. mesma se colocou, tendo um relacionamento íntimo,
mas não muito, com este amigo/amante/príncipe. As lendas, contos de fadas e mitos
são representações de situações reais vividas por todos nós, mas é preciso saber
tirar delas o sentido e o valor da sua mensagem: a moral da história... Se vc. se sentisse segura na
relação com o marido não se aventuraria em procurar soluções para as suas carências
fora do casamento e, se isto aconteceu, vc. tem que se examinar e sair da sua
passividade e acomodação. Isto é um claro sinal de um ESTADO DEPRESSIVO: não ter
mais sonhos ou envolvimento com o seu mundo de fantasia. Onde anda a sua esperança
de ser feliz? Desistiu? Acomodou-se a um casamento sem graça? Está se submetendo
a um casamento de conveniência? Este sonho está respondendo com um SIM a todas
estas perguntas. Não se esqueça que para que apareça um príncipe na vida real de uma mulher ela precisa ter feito a parte dela, ela tem que sonha-lo, imagina-lo, deseja-lo e confiar, confiar muito na possibilidade de que a natureza (ou a vontade divina) faça o resto, colaborando para que tudo fique bem. Vc. parece acomodada a uma situação que não lhe serve e isso parece acompanha-la desde há muito tempo atrás, desde a sua vida em família (no passado), da qual vc. não conseguiu ainda desvencilhar-se completamente e à qual mostra-se ainda presa e sem alternativas. Deste modo vc. só vai repetir o passado e poderá acabar insatisfeita ou vivendo uma vida sem sentido ou rumo aos seus olhos, o que constitui o único ponto de vista que verdadeiramente conta. |
Comunicação do sonhador para o psicólogo: |
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22/06/2001 |
Te agradeço pela análise, que me traz de "fora", a verdade que eu ja conhecia aqui dentro, e que mais do que nunca está bem difícil de ser trabalhada, mesmo em processo terapêutico, pois ainda nao fui "capaz" de expor tal situaçao na terapia. Te agradeço de novo a ajuda, e gostaria de saber se vc. clinica (em consultório) e como poderia agendar uma consulta com vc. Moro em SP, capital. Um abraço! |
23/06/2001 |
Oi, Obrigada mais uma vez pelo carinho da sua atenção. Obrigada por me mandar o numero de seu telefone. Com certeza entrarei em contato com sua secretária para assim que possível agendar uma consulta contigo. Um abraço! |