O que fazer quando ele inventa que te adora, mas só pensa nele?
por Silvia Malamud em PsicologiaAtualizado em 08/04/2020 11:35:19
O que fazer quando se corre atrás daquilo que nunca virá?
Se você é do tipo de pessoa que sente que precisa ter um relacionamento com uma resposta emocional de confirmação afetiva clara, deve tomar cuidado redobrado para não se machucar quando se encontra no início de uma nova parceria.
No geral, pessoas com menos máscaras, quando têm um encontro mágico de conexão intensa com um outro, muitas vezes ingenuamente esquecem que aquele que também se conectou do mesmo modo e no mesmo instante, pode, por questões pessoais adversas, que absolutamente nada têm a ver com a pessoa da conexão, não darem conta de sustentar, repetir ou mesmo ampliar estes preciosos momentos. E mesmo que muitas vezes até possam legitimamente desejar que isso aconteça, muitos vêm de outras histórias de vida, que os impedem de sustentar situações nas quais poderiam se dar a chance de vivenciarem o seu melhor relacionamento. Por contar deste fato, muitos encontros acabam tendo um caráter apenas superficial.
Quanto mais idade se tem, ou quanto mais vivências não bem resolvidas ao longo da vida, mais dificuldade de se mergulhar em momentos de verdadeira conexão e de sustentá-los ocorrem e mais oportunidades de -finalmente- se dar bem na área afetiva, são perdidas. O medo, o receio e muitas vezes o excesso de idealização em relação aos afetos acabam sendo os grandes vilões de muitas historias que poderiam ter sido de paz. Não poucas vezes, o ser humano complica e foge do que nem sequer experienciou direito. Histórias anteriores mal terminadas, portas que permanecem semiabertas de relacionamentos anteriores que não tiveram resolução completa, também acabam funcionando como vilões para que um estado pleno de afeição recíproca seja instalado na nova dupla.
E o que fazer quando se está com a vida passada limpa, ou seja, com as suas histórias anteriores resolvidas, encontra-se com o outro e ambos têm a conexão correta, mas depois dos primeiros encontros ele puxa o freio de mão? O que fazer com algo que acaba não acontecendo?
- O primeiro passo é você definitivamente saber que isso não é pessoal e que de modo algum quer dizer que você não tem valor.
A verdade é que sim, você tem o seu valor, o seu modo de ser e ele tem uma história que nada tem a ver com tudo o que Você é. Num curto-circuito, vocês até podem ter se encontrado, mas às vezes este encontro, por inúmeras razões, pode não continuar do modo como as almas e as sensações de ambos sentiram. Acontece que a percepção da totalidade do encontro, às vezes é tão intensa e ensolarada, que na verdade, não existiria motivo algum para não se continuar ampliando o que é bom. Mas lidar com o outro, com a sua alteridade, não é tão simples e nem tão claro assim.
Ser hipersensível ao olhar do outro, normalmente não é um terreno fácil ser de ser administrado. O buraco delicado que a não confirmação afetiva pode ativar em você costuma representar o pior dos mundos levando a uma dolorosa queda emocional de difícil resgate e que minará tudo que de bom tem feito por si mesmo.
O resultado desastroso que costuma ficar quando não se entra em contato com a possível realidade do suposto parceiro e com o próprio valor é a terrível sensação de isolamento, exclusão e rejeição.
Como antídoto para que nunca mais aconteça um esbarro sequer neste lugar de sofrimento, antes de mais nada, você precisa fazer um casamento com o seu próprio Valor. Sim. Exatamente isso, uma aliança inquebrantável! Para tanto sugiro que você exerça o poder de magia que todo o ritual tem. Compre um anel, um pingente ou o que seja que represente a sua aliança consigo mesma. Imagine e de faça verdade um ritual sagrado onde você se coloca o anel, ou o pingente.
Ao colocar associe a ele as lembranças de tudo o que comprova o quanto você tem Valor. O quanto Você é top! É importantíssimo que admire a peça que comprou para si mesma, juntamente com as lembranças para que todo o seu melhor fique bem claro e ancorado em si.
E se acaso acontecer algo neste sentido em sua vida, olhe para o seu anel e lembre-se da aliança que fez consigo mesma, lembre-se do seu verdadeiro casamento e permaneça incorruptivelmente associada ao seu melhor na frase, "Eu sou mais eu! Eu tenho o meu Valor". Lembre-se de quem você é e promova o seu resgate imediato.
Momentos bons são tudo de bom e ninguém precisa de ninguém de fora que tape a invenção de um buraco afetivo, que na verdade a única pessoa que pode preenchê-lo é você mesma com o seu valor, com tudo de maravilhoso que de fato é. Portanto, quem vier deve se somar ao que já esta bom. Simples assim.
Alguns pacientes com este padrão de funcionamento até decidiram não se relacionarem por algum tempo, a fim de ativarem mais e mais a maestria da aliança consigo mesmos; acesso muito rápido quando se tem um caminho de luz previamente traçado para seguir.
Quanto mais despertos, melhor! A vida é boa! Menos dramas e mais autoamor!