Originalidade
por Sergio Scabia em PsicologiaAtualizado em 20/06/2000 00:54:33
A avaliação da aparência geral do Nível de Forma inclui o grau de originalidade mostrado. Aqui também temos de prestar atenção para não admirar formas excessivamente enfeitadas que denotam gosto pelo supérfluo e não um espirito verdadeiramente criativo.
A originalidade é mostrada pela presença de traços na escrita que nunca poderiam ser aprendidas na escola ou em cursos de caligrafia. As ligações das letras e das palavras indicam uma mente que escolhe seus caminhos de forma independente e focada, transformando em ação sua visão única de vida. Que o bom senso seja sempre utilizado, de forma a não julgar original a insanidade. Nunca a originalidade atrapalha a legibilidade do texto, visto que o propósito de cada texto é comunicar e tudo que interferir neste aspecto se torna distorção.
Uma escrita artificial ou muito caprichada surge de uma mente que já vem com uma visão pronta e acabada do mundo e de todas as coisas. Esta mente pode ser superficialmente elegante, mas sua visão será muito convencional e nos não encontraremos nela sinais da busca da harmoniosa fusão entre a mente consciente e a inconsciente, esse talvez um dos maiores desafios de nossa existência. A vida interior se esconde atrás de uma mascara que representa a imagem publica através da qual o ser humano quer ser reconhecido. Quando uma escrita é "caligrafica" (e não está sendo usada para ilustrar algo), significa que quem escreve está construindo e projetando uma imagem de si mesmo. E essa pessoa pode também estar querendo despistar ou se esconder.
Quando falta originalidade na escrita, entra em jogo a cartilha da conformidade e a pessoa não abandona os conceitos aprendidos na escola, mantendo padrões estabelecidos pelos que tinham autoridade e influência sobre ele quando jovem. Ele não tem muitas opiniões próprias e prefere seguir as idéias e opiniões que outros estabeleceram. Isso também vale para sua maneira de vestir e de levar a vida: trata-se de um conformista.
O aspecto grafológico mais freqüentemente encontrado é aquele que, num vislumbre de originalidade, o indivíduo produz: é como que uma pequena chicotada que é imediatamente extinta e puxada de volta pela autodisciplina, a apatia ou o medo.