Reflexões úteis sobre sonhos e sua importância para a saúde psicológica
por Luís Vasconcellos em PsicologiaAtualizado em 16/06/2000 13:22:44
Em nossa sociedade moderna - técnica e materialista - ninguém é orientado a dar atenção aos seus sonhos. Nem sempre foi assim, pois no nosso passado, e ainda hoje em outras culturas, é tradição dar importância aos sonhos.
Vivemos em um mundo onde a mentalidade iluminista ensina a ver só o que está explícito, só importando o que se pode tocar - manipular/controlar -; naturalmente, há preconceito e desprezo pela experiência interior, pelas manifestações inconscientes, cuja significado prático só pode ser resgatado e compreendido com a ajuda do especialista.
Assim sendo, a existência do inconsciente, ainda que verificada todos os dias, pode ser negada ou relegada a um segundo plano. Nos é dito que, para evitar problemas e confusão, é melhor manter uma distância segura e a evitar o contato efetivo e íntimo com o Inconsciente. De modo bem concreto somos induzidos a permanecer na periferia de nossa experiência de vida; ou seja, circunscritos ao ego [ funcionamento do campo consciente (estado de vigília) ].
Vice-versa há uma "inconfessável e indisfarçável" necessidade da experiência religiosa ou mística: o que significa que, por mais que nos esforcemos, não conseguimos afastar, de todo, da consciência, a noção de que há muito mais a ser vivido: a totalidade das possibilidades e alternativas humanas nos acompanha inexoravelmente! Jung dizia que "por mais que nos esforcemos para afastar a natureza, ela sempre volta..."
É de domínio comum o fato de que nos sentimos limitados, repetitivos, como que circunscritos demais aos estreitos limites de nossa experiência pessoal. Quem sente isso precisa dar um passo adiante em sua evolução psicológica, precisa ampliar sua própria noção de EU para abarcar outras camadas de si mesmo.